DOR LOMBAR específica

Classifica-se a dor lombar em específica quando pode-se atribuir o sintoma a uma ou mais causas patoanatômicas específicas.

Estudos experimentais sugerem que a dor lombar pode se originar de muitas estruturas da coluna vertebral. Talvez os mais comuns sejam lesões musculoligamentares, estenose espinhal e hérnia de disco.

O senso comum dita que toda dor na coluna acontece pois existe alguma estrutura na coluna ou nos arredores que está gerando o problema. Por exemplo, uma hérnia de disco comprime o nervo das costas e causa dor. Mas nem sempre isso acontece. A dor lombar devido a uma doença séria e específica é rara.

Sugere-se que entre os pacientes com dor lombar que procuram a atenção primária para atendimento, 4% serão diagnosticados com hérnia de disco, 3% estenose espinhal, 2% doença visceral, 2% espondilolistese, aproximadamente 1 a 4% fratura do corpo vertebral, 0,7% tumor (primário ou metastático), 0,2% espondilite anquilosante e 0,01% espondilodiscite.

Assim, conclui-se que cerca de 80-90% dos casos de dor lombar são inespecíficos, ou seja, em sua maioria não apresentam correlação patoanatômica clara. No geral, apenas 10-15% de todos os casos de dor lombar são específicos (ver também: dor lombar inespecífica).

Obviamente o diagnóstico vai ser importante, principalmente quando o clínico suspeita de um processo específico na dor lombar.

As bandeiras vermelhas ajudam a identificar pacientes que necessitam de mais exames diagnósticos para distúrbios graves. Mas não devem ser utilizadas de forma isolada. Uma abordagem útil para as decisões sobre medidas diagnósticas adicionais é contar com múltiplos recursos em combinação para identificar os indivíduos que necessitam de mais exames diagnósticos.

Exames de imagem são necessários se existirem bandeiras vermelhas. Desta forma devem ser solicitados apenas para indicações restritas, devido aos seus possíveis efeitos colaterais e ao perigo de excesso de diagnóstico que pode levar à cronificação. A adesão às diretrizes estabelecidas que governam a imagem diagnóstica também pode diminuir o risco de utilização desnecessária dos mesmos.

Os achados dos exames complementares e dos sinais físicos são considerados para a implementar a intervenção. Deve-se enfatizar o tratamento dos fatores causais do problema, que costumam ser realizados pelo médico e/ ou Fisioterapeuta, e podem variar de intervenções cirúrgicas, medicamentosas, utilização de recursos físicos ou exercícios direcionados (ver também: dor lombar aguda).

Casser HR, Seddigh S, Rauschmann M: Acute lumbar back pain—investigation, differential diagnosis and treatment. Dtsch Arztebl Int 2016; 113: 223–34. DOI: 10.3238/arztebl.2016.0223

Deyo RA, Weinstein JN. Low back pain. N Engl J Med 2001; 344: 363–70.