Temporário - Revisão

Após Satanás ter sido banido do Céu junto com a terça parte dos anjos que decidiram apoiar sua rebelião contra Deus (Apocalipse 12:1-9; II Pedro 2:4 cf Judas 1:6), ele iniciou sua jornada em busca de novos seguidores e, infelizmente, encontrou na Terra receptividade para os seus enganos. Isso lhe proporcionou a oportunidade de usurpar o domínio deste mundo (Gênesis 3:1-6; cf. Apocalipse 12:9, João 14:30-31), bem como a chance de anular a "imagem e semelhança" de Deus no homem e estabelecer a sua própria personalidade orgulhosa e ambiciosa (Gênesis 1:26-27,31; Gênesis 6:5-7 cf. João 8:44).

Assim, através da própria humanidade, Satanás tem disseminado o desprezo a Deus (II Tessalonicenses 2:3-4), tem deturpado continuamente os ensinos das Sagradas Escrituras (II Pedro 3:14-16) e, tem perseguido os que não se envolvem em suas artimanhas (Apocalipse 12:17). E essas coisas impulsionam a terceira mensagem angélica a advertir severamente todo aquele que se deixa influenciar por esse anjo maligno:

"Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos[a], e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." (Apocalipse 14:9-12 RA).

Enquanto a mensagem do primeiro anjo convida o mundo a retornar ao Deus Criador, adorando-O verdadeiramente (Apocalipse 14:7 cf. Êxodo 20:11); o segundo anjo proclama a ruína de todas as formas de adoração originadas em filosofias e tradições humanas[b], as quais são simbolizadas pelo "vinho da prostituição" (Apocalipse 14:8 cf. Oséas 5:4); e, finalmente, o terceiro anjo alerta quanto ao castigo que recairá sobre aqueles que adorarem a "besta" e sua "imagem" (Apocalipse 14:9-11 cf. Jeremias 25:6-7). Em resumo, a tríplice mensagem angélica centraliza-se no princípio da "adoração". A Bíblia declara que somente Deus possui o direito de ser adorado por criar e manter todas as coisas (João 1:1-3; Colossenses 1:15-17; Apocalipse 4:10-11),[c] mas Satanás idealizou obter o direito de ser adorado também pelas criaturas de Deus, iniciando assim esse conflito no Céu e, posteriormente, trazendo-o para Terra[d].

Reflexo do mal

Como mencionado, Satanás utiliza a própria humanidade para alcançar os seus objetivos, e o livro do Apocalipse revela a atuação dos seus dois principais agentes, "a besta e a sua imagem". Muitos imaginam que Satanás não possui a capacidade de manipular os seres humanos, que são criaturas pecaminosas afastadas de Deus (Mateus 13:38-39; Atos 5:3; João 13:27). Porém, esse pensamento é falso, visto que, ele conseguiu manipular até mesmo os anjos que conviveram diretamente com Deus (Judas 1:6; Apocalipse 12:9).   

  

Nas profecias bíblicas, a palavra "besta" é utilizada para simbolizar um "reino" ou "poder" (cf. Daniel 7:17). E a "besta" citada em Apocalipse 14:9 é a mesma descrita em Apocalipse 13:1, e cujas características apontam para o poder político-religioso da "Igreja de Roma"[e]. O profeta Daniel também descreve esse poder por meio de um "chifre pequeno"[d] (Daniel 7:8; Daniel 7:24-25). 

Por sua vez, a "imagem da besta" simboliza a "organização religiosa" que será formada pelas igrejas protestantes que abandonarão os princípios da Reforma Protestante com o intuito de satisfazer seus próprios interesses. E, à semelhança da união que ocorreu entre a Igreja Romana e o Estado, essas igrejas apostatadas também procurarão consolidar seus objetivo amparadas da mesma forma. Elas trazem consigo ensinos que foram herdados da Igreja de Roma, e com ajuda da força política e de polícia do Estado, essas igrejas buscarão impor suas doutrinas aos habitantes da Terra.

Por conseguinte, essa união entre as "igrejas protestantes" e o Estado será a perfeita "imagem da besta", e a sua atuação será semelhante àquela praticada pela Igreja Romana na época de sua supremacia. Assim, a "besta" (Igreja de Roma) e a "sua imagem" (igrejas protestantes apostatadas) atuarão juntas e amparadas pelo poder civil (Estado) para impor incondicionalmente os seus ensinos e perseguirão qualquer oposição (cf. Apocalipse 13:15-17). 

Por essas coisas, a mensagem do terceiro anjo proclama urgentemente a mais solene e assustadora advertência da Bíblia, enquanto paralelamente se faz também o urgente apelo: "Saiam dela, vocês, povo Meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!" (Apocalipse 18:4 NVI).

Portanto, a terceira mensagem angélica, alerta que aqueles que se submeterem à autoridade de Satanás (por meio da atuação humana) durante a crise final da Terra, estarão adorando a "besta e a sua imagem" em vez de estar adorando a Deus. Durante esse conflito final, duas classes distintas se desenvolverão: uma defendendo o evangelho das tradições humanas e adorando a "besta e a sua imagem" (trazendo sobre si mesma as mais terríveis consequências), e a outra classe vivendo de acordo com o verdadeiro evangelho e guardando "os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apocalipse 14:12 cf. Apocalipse 12:17).

Aqui está a perseverança dos santos

Satanás fará o possível para obrigar os remanescentes de Apocalipse 14:12 a fazerem parte do movimento apostatado (hoje, esse movimento vem se estruturando com o atual ecumenismo). E para atingir tal objetivo, "ele fará uso de todas as formas de engano" (II Tessalonicenses 2:10 NVI cf. Mateus 24:23-24); e nos casos em que não prevaleça os seus artifícios, ele ameaçará com isolamento e morte (Apocalipse 13:15-17). Entretanto, manterão a integridade até o fim aqueles que alicerçaram a vida em Jesus. Nessa hora tenebrosa os filhos de Deus se sustentarão fortemente na Bíblia e não renderão homenagem a ninguém, exceto a Cristo (Apocalipse 15:2-3 cf. Tiago 1:12).

A "fé em Jesus" e a "obediência aos mandamentos de Deus" são dois aspectos importantes na vida cristã.1 Esses mandamentos são reflexos do caráter de Deus, pois expõem tanto o seu amor e cuidados para com a humanidade, como expõem a norma de Sua justiça (Isaías 51:4; Romanos 7:12; ref.). E o Criador deseja que cada pessoa retenha os preceitos de Sua lei na "mente e coração" (Hebreus 10:15-17; Eclesiastes 12:13). No entanto, esse desejo é dificultado pela condição pecaminosa que domina cada indivíduo: "O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal" (Gênesis 6:5 NVI cf. Ref.). Logo, "a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." (Romanos 8:7 NVI).

Por isso Jesus veio, para salvar o homem de si mesmo e restabelecer a "imagem e semelhança de Deus" (ref.). Ele veio para mostrar como é o Pai, ampliando neste sentido o significado de Sua lei.2 Cada pessoa pode guardar os preceitos de Deus unicamente por meio do poder de Cristo, e assim refletir a imagem divina (Romanos 8:3-4). A igreja remanescente honra os mandamentos da lei e os observa, não por legalismo, mas por revelação da personalidade e vontade de Deus; pelo direcionamento de vida que esses mandamentos indicam.3

A questão final envolverá a falsa e verdadeira adoração, o verdadeiro e o falso evangelho. A terceira mensagem angélica dirige a atenção para as consequências de se recusar o eterno evangelho de Cristo, o que consequentemente é a recusa do convite para participar da verdadeira adoração anunciada pela primeira mensagem angélica. Ela descreve vividamente os resultados finais das decisões relacionada a adoração. A decisão por certo não é fácil, pois qualquer que seja ela, envolverá sofrimento. Aqueles que optam por adorar a Deus sofrerão a ira do dragão (Apocalipse 12:17) e, num determinado momento chegarão a ser ameaçados de morte (Apocalipse 13:15), ao passo que aqueles que escolhem adorar a "besta e sua imagem" lhes recairão as sete últimas pragas e, adiante, enfrentarão o "lago de fogo" (Apocalipse capítulos 15 e 16; Apocalipse 20:14-15).

Satanás tem sido perseverante e incansável em seus esforços por levar a cabo a obra que iniciou no Céu - mudar a lei de Deus. Ele tem sido bem-sucedido em fazer o mundo crer na teoria que apresentou no Céu antes de sua queda - de que a lei de Deus era defeituosa e necessitava de revisão. Grande parte da professa igreja cristã, por sua atitude, se não por suas palavras, mostra que aceitou o mesmo erro. Mas se a lei de Deus foi mudada em um jota ou um til, Satanás conseguiu na Terra aquilo que não pôde obter no Céu. Ele preparou sua enganosa cilada, esperando levar cativos o mundo e a igreja. Mas nem todos cairão na armadilha. Uma linha de distinção está sendo traçada entre os filhos da obediência e os filhos da desobediência, entre os leais e fiéis e os desleais e infiéis. Dois grandes grupos se formam, os adoradores da besta e sua imagem, e os adoradores do Deus vivo e verdadeiro. Manuscrito 32, 1896 (Manuscript Releases, vol. 17, págs. 8 e 9).

--- ; que em última análise, envolve todo aquele que rejeita o evangelho da justificação pela fé[b] --- Marcos 7:7-8

Todo o processo de justificação é coordenado por Deus (Efésios 2:8-9); porém, ele é iniciado somente quando o pecador arrepende-se de seus erros e recorre ao sacrifício de Cristo como meio de obter o perdão (II Coríntios 7:10; Hebreus 4:14-16; Hebreus 9:27-28). Uma vez perdoado ou justificado, o pecador deve manter-se em constante obediência a Deus, o que evitará que a sua anterior condição pecaminosa e culpa retornem ("vai e não peques mais", João 8:11 cf. I João 3:4; Romanos 7:7). A fé exigida para que haja esse processo de justificação (cf. Hebreus 11:6), é terrível e constantemente substituída por ilusórias práticas ou obras humanas que envolvem: penitências, confessionários, uso de amuletos, e etc. Atualmente, o protestantismo à semelhança da igreja de Roma, vem adotando obras carnais como meio de obter - forçadamente - perdão e outros favores divinos. A superstição e os costumes que predominaram a igreja romana na idade média, envolvem fortemente várias igrejas protestantes da atualidade (sobretudo os seguimentos pentecostal e neo-pentecostal); o comércio de indulgências e de outros elementos religiosos estão se materializado novamente no mercado de objetos que supostamente resolvem os anseios daqueles que os adquirem (após pagamento de certa quantia determinada pelo líder religioso); igualmente, as ofertas e os dízimos estão sendo deturpados com os mesmos propósitos. Estranhas cerimônias e aquisições de objetos, jamais ensinadas pelas Escrituras, são consideradas como essenciais nos chamados "cultos" de libertação, de milagres, de descarrego, de finanças e etc. Estas, e outras práticas humanas inúteis e repugnantes, excluem a justificação pela fé que Deus deseja realizar em cada pecador.

sobre os falsos pastores - Jeremias 25:31-38

Contudo, ainda que ambas as decisões impliquem sofrimento, os resultados finais são diferentes. Os adoradores do Criador escaparão da ira mortal do dragão e estarão em pé com o Cordeiro no monte Sião (Apocalipse 7:2-4; Apocalipse 14:1 cf. Joel 2:32). Diferentemente, os adoradores da "besta e de sua imagem" receberão a plenitude da ira de Deus e morrerão na presença dos santos anjos e do Cordeiro (Apocalipse 14:9-10; Apocalipse 20:11-15).

Todos terão que decidir em que lado estarão. Se alguém escolher a justificação pela fé, isto será demonstrado em sua participação no culto que Deus aprova; se alguém escolher a justificação pelas obras, isto será demonstrado por sua participação numa forma de culto que Deus proibiu, mas que a "besta e sua imagem" ordenam - uma adoração produzida à imagem do homem (cf. II Tessalonicenses 2:3-4, Gênesis 4:3-7). Deus não pode aceitar esta última forma de adoração porque ela oferece prioridade aos mandamentos dos homens e não aos mandamentos de Deus(e) (Marcos 7:7-9; Colossenses 2:8). Ela procura a justificação através das obras dos homens e não pela fé que decorre da completa submissão ao Deus Criador, Redentor e Recriador.4

A fé que conduz a Deus e que resistirá a qualquer dificuldade nos eventos finais deste mundo esta exemplificada na história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Daniel capítulo 3). Assim, a terceira mensagem angélica é, em sua essência, uma mensagem de justificação pela fé.

"Os terríveis juízos pronunciados contra o culto à besta e sua imagem (Apocalipse 14:9-11) deveriam levar todos a diligente estudo das profecias para aprenderem o que é o sinal da besta, e como devem evitar recebê-lo. As massas populares porém, cerram os ouvidos à verdade, volvendo-se às fábulas. Olhando para os últimos dias, declarou o apóstolo Paulo que: 'não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos.' (II Timóteo 4:3 NVI). Chegamos, já, a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso e amante do mundo; e Satanás lhes proporciona os enganos que amam."5

Deus tem Seus filhos em todas as igrejas, mas é através da igreja remanescente que Ele proclama a mensagem que deverá restaurar a verdadeira adoração; mediante o chamamento de Seu povo para fora dos círculos da apostasia, os prepara para o retorno de Cristo. Reconhecendo que muitos dentre o povo de Deus ainda deverão unir-se ao povo remanescente, este tem clara percepção de suas imperfeições e fraquezas quando tenta executar sua solene missão. Percebe que é unicamente através da graça de Deus que lhe será possível cumprir sua monumental tarefa (João 15:5).

À luz do breve retorno de Cristo e da necessidade de preparo para encontrá-Lo, o compassivo e urgente chamado de Deus é encaminhado: "Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados se acumularam até ao Céu, e Deus Se lembrou dos atos iníquos que ela praticou." (Apocalipse 18:4-5 RA).

Texto baseado em: Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 12.

a. Acesse: Fogo Extinguível - II (em: "Castigo Eterno").

b. Origem da Guarda Dominical; Bíblia versus Patrística

c. Memorial da Criação

d. Acesse: Babilônia Denunciada; Babilônia Denunciada - II; Princípio do Dia Profético (em: "Um Tempo, Dois Tempos e Metade de Um Tempo").

d. O "chifre pequeno" citado em Daniel 8:9-12 refere-se ao império de Roma que teve duas épocas distintas: pagã e papal. Isso inclui naturalmente a atuação da igreja de Roma nos eventos descritos em Daniel capítulo 8. Para maiores esclarecimentos acesse: Roma versus Antíoco Epifânio.

e. Acesse: A Lei de Deus - Adulterada

1. Hebreus 11:6; Tiago capítulo 2; Êxodo 20:3-17 cf. Mateus 19:16-19, Tiago 2:8-13, Lucas 16:17.

2. Isaías 42:20-21 cf. Mateus 5:17-19; João 14:21 cf. João 10:30.

3. Ezequiel 11:19-20; Hebreus 8:10-12; Hebreus 10:16-17 cf. Jeremias 31:31-34, Ezequiel 22:26, Provérbios 7:2.

4. Jó 4:17; Jó 36:3; Salmos 124:8; Isaías 44:6; Isaías 48:17; Isaías 65:17; Isaías 66:22-23; Apocalipse 21:5.

5. WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. IV, cap. 37, p. 594.

Outros estudos: