191) PATOLOGIA DAS TRINCAS EM EDIFICAÇÕES

VISTORIA TÉCNICA CAUTELAR / RECALQUES

PATOLOGIA DAS TRINCAS EM EDIFICAÇÕES

SUMÁRIO

I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

• Alvenaria autoportante

• Alvenaria de vedação

• Alvenaria estrutural

• Fatores que causam recalques diferenciais em fundações

• Propagação de trincas causadas por recalque

II - ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES

•  Patologia decorrente de erros de projeto

• Patologia decorrente de erros de execução

• Patologia decorrente de erros de utilização da edificação

III -FISSURAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

• Classificação das fissuras

      • Mecanismo de formação de fissuras em paredes de alvenaria estrutural e regra da mediatriz

• Fissuras provocadas por sol colapsível

IV - RECUPERAÇÃO DE FISSURAS E REFORÇO DA ESTRUTURA

• Restauração com pintura acrílica

• Aplicação de tela com poliéster

• Recuperação com bandagem de dessolidarização

• Recuperação com grampos de fixação

V – ESTUDO DE CASO

• Localização e descrição do imóvel

• Visita ao local (inspeção) coleta de dados

• Relação das fissuras observadas

• Fissuras nas aberturas de portas e janelas

• Fissuras horizontais na base da alvenaria

• Fissuras horizontais a meia altura da alvenaria

• Fissuras horizontais entre a parede e a laje

• Fissuras transversais

VI – TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO

• Aplicação de compósitos em barras verticais

• Fibra reforçada com polímero (resina e fibra)

• Reforço de alvenaria com tirantes de aço aplicado horizontalmente

• Injeção de graute em paredes  de alvenaria estrutural

• Telas de aço para reforço de alvenaria


SUMÁRIO

I -  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

• Alvenaria autoportante

• Alvenaria de vedação

• Alvenaria estrutural

• Fatores que causam recalques diferenciais em fundações

• Propagação de trincas causadas por recalque

II - ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES

•  Patologia decorrente de erros de projeto

• Patologia decorrente de erros de execução

• Patologia decorrente de erros de utilização da edificação

III -FISSURAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

• Classificação das fissuras

      • Mecanismo de formação de fissuras em paredes de alvenaria estrutural e regra da mediatriz

• Fissuras provocadas por sol colapsível

IV - RECUPERAÇÃO DE FISSURAS E REFORÇO DA ESTRUTURA

• Restauração com pintura acrílica

Pintura Acrílica. Uma técnica popular entre os iniciantes

Pintura acrílica: A continuação apresento alguns apontamentos interessantes sobre esta popular técnica de pintura caracterizada pela sua economia e simplicidade de aplicação.

A pintura acrílica é um médio muito popular entre artistas iniciantes, por varias razões.

A mais importante das razões é porque se trata de um material econômico.

Mas também porque é um material de secagem rápida.

Porque pode ser diluída com água. Os acrílicos podem ser usados ​​sem solventes tóxicos e podem ser limpos facilmente com apenas sabão e água.

Apesar de de ser um médio a base de água, o que facilita o secado rápido, uma vez seca é resistente a água.

Pode ser aplicado em diversos tipos de superfície. Como o acrílico é um polímero plástico, você pode pintar em qualquer superfície, desde que não contenha cera ou óleo.

Se não ficou satisfeito com a pintura que realizou, então pode deixar secar e pintar diretamente sobre a mesma pintura em questão de minutos.

PINTURA ACRÍLICA: UMA TÉCNICA POPULAR

Já foi explicado num brevíssimo resumo o porque desta técnica ser tão popular e procurada entre os iniciantes.

Mas nem todos sabem que é possível obter tantas variedades de resultados semelhantes ao óleo, aguarela, técnica mista, colagem, etc

Nem sabem como evitar que a tinta seque tão rapidamente, dificultando a obtenção desses resultados.

Pois bem, vamos agora passear por vários pontos que farão ainda mais popular esta técnica de “Pintura Acrílica”

#1 É FÁCIL OBTER DIFERENTES RESULTADOS

Dependendo da quantidade de água que for utilizada para dilui-la, poderá obter diferentes resultados com as tintas acrílicas.

Se utiliza mais quantidade de água, o acabamento deste tipo de pintura poderá parecer uma aguarela. Ou parecerá uma pintura a óleo, se forem utilizados os acrílicos diretamente do tubo.

Os acrílicos são muitas vezes utilizados em substituição das aguarelas porque as cores uma vez secas, aproximam-se muito as cores desejadas, talvez ligeiramente mais escuras, enquanto as aguarelas uma vez secas, tornam-se mais claras que as cores pretendidas, produzindo as vezes, grandes surpresas, principalmente para os principiantes.

Os acrílicos podem também substituir a pintura a óleo, pelo facto de secarem muito mais rápido e produzir um efeito muitas vezes parecido as pinturas a óleo.

#2 ACRÍLICOS VS ÓLEOS

Apesar da semelhança em termos de acabamento que existe entre as pinturas acrílicas e as pinturas a óleo, existem diferenças em dois aspectos importantes:

#3 MANTER AS TINTAS HÚMIDAS

Uma vez que o acrílico seca tão rapidamente, é importante ter a mão um borrifador para pulverizar as cores na paleta e evitar que sequem enquanto se trabalha.

Também é possível pulverizar água directamente sobre a tela ou papel para manter a tinta viável de trabalhar e para obter diferentes efeitos de pintura, como gotejamentos e esfregaços.

#4 TRABALHAR DO GERAL PARA O ESPECÍFICO

É indispensável trabalhar de forma eficiente pintando as formas maiores primeiro.

Uma das armadilhas para os pintores iniciantes tem a ver com o facto de quererem dedicar mais tempo aos pormenores ou áreas pequenas, trabalhando lenta e cuidadosamente em sua pintura. Entretanto a tinta na paleta vai secando.

Quando voltam a paleta para carregar o pincel, descobrem que a tinta se tornou inviável, exigindo fazer a mistura da cor novamente, o que pode ser um estressante desafio.

Para evitar essa frustração, tente pintar as formas maiores da sua composição primeiro e trabalhe rapidamente com o maior pincel que puder.

Guarde os detalhes e pincéis menores para o final. Trabalhe do geral para o específico. Isso também ajudará a evitar que sua pintura fique muito rígida.

#5 PODEMOS OBTER EFEITOS DIFERENTES

Existem médios ou aditivos que permitem manter as tintas acrílicas húmidas.

Como o acrílico seca rapidamente, pode ser difícil misturar cores. Usando um aditivo específico é possível prolongar o tempo de secagem e obter efeitos semelhantes as tintas a óleo.

Muitos artistas que utilizam as pinturas acrílicas modificam a sua aparência, flexibilidade, textura, resistência e outras características aditando certos médios adequados as tintas acrílicas. Hoje em dia é fácil encontrar uma grande variedade de aditivos para diferentes efeitos e de distintas marcas.

As pinturas acrílicas também oferecem a possibilidade de poderem ser aplicadas em diferentes superfícies com adição de médios ajudam a facilitar a sua aderência.

Estes médios podem mudar o aspecto do acrílico de brilhante para baço. Podem também ser utilizados para construir camadas e até para produzir certa textura á superfície pintada.

O gel e massa de moldagem são alguns dos médios utilizados para proporcionar acabamentos quase esculturais ás pinturas acrílicas.

E importante conhecer bem este material e as suas possibilidades, já que existem tanto técnicas específicas de aplicação como restrições.

#6 UTILIZE PINCÉIS SINTÉTICOS

A tinta acrílica pode danificar facilmente os pincéis, particularmente se forem de fibras naturais. Pode secá-los e fazer com que eles se degradem e se tornem frágeis ao longo do tempo.

É por tanto recomendável utilizar pincéis sintéticos feitos de nylon ou de filamentos de poliéster que imitam os traços dos pincéis de fibras naturais e são mais adequadas à tinta acrílica.

Eles seguram bem a tinta, mas também são fáceis de limpar. São menos caros que os pincéis de fibras naturais comparáveis.

#7 TENHA UM BOM PINCEL PLANO DE TAMANHO MÉDIO

Um bom pincel plano de tamanho médio pode ser usado para … quase tudo!.

Dependendo com qual borda pinta, poderá obter uma pincelada mais grossa ou mais fina. Este pincel é mais versátil que um pincel tipo “lingua de gato”.

Segure o pincel mais afastado das cerdas para uma pincelada mais gestual, segure-a mais perto das cerdas para maior controle ao pintar detalhes.

#8 QUANDO SECA É MAIS ESCURA

A tinta acrílica geralmente quando seca fica mais escura do que quando molhada

Isto particularmente ocorre com tintas de categoria de estudante. Este tipo de tintas contêm uma proporção maior de aglutinante em relação ao pigmento, por tal razão as cores tendem a se tornar mais escuras.

Quando isso ocorre, a tendência é aplicar camadas mais claras umas sobre as outras para tentar obter a tonalidade clara desejada. Esta tendência aumenta a quantidade ou espessura de tinta sobre a tela, adicionando complexidade e riqueza à cor.

#9 É PERFEITO PARA FAZER ESTUDOS

As tintas acrílicas são perfeitas para realizar estudos e até como uma pintura para óleo

Como o acrílico seca tão rapidamente, é óptimo de utilizar para pintar estudos sobre qualquer tema, tanto dentro no estúdio como fora ao ar livre.

A tinta seca rapidamente formando uma fina película insolúvel e durável que é resistente à água, por tanto não será arruinado se formos apanhados pela chuva.

Devido ao seu tempo de secagem e propriedades químicas, também é muito útil quando desejamos utilizá-la em substituição das tintas a óleo.

Podemos utilizar estas tintas para resolver muitas das questões sobre cor e composição na tela, antes de passar a um compromisso definitivo com as tintas a óleo.

Mas lembre-se, é possível pintar com óleo sobre o acrílico, mas nunca com acrílico sobre o óleo.

#10 TÉCNICA MISTA E COLAGEM

O acrílico também é ideal para técnica mista e colagem. A tinta e os médios adicionados a estas tintas actuam como adesivos.

 Também proporcionam uma boa superfície para se desenhar com grafite, pastel de óleo, pastel seco e muito mais.

TINTA ACRÍLICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

DESENVOLVIDA ESPECIALMENTE PARA O MERCADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL.

É fácil de aplicar, tem elevado poder de cobertura, secagem rápida e baixo respingamento.

Utilizações identificadas relevantes da mistura

Utilizações identificadas: Alvenaria.

Formas de aplicação: Pincel, rolo e pistola. 

• Aplicação de tela com poliéster

As aberturas nas superfícies mais comuns que encontramos, tecnicamente são chamadas de fissuras, conforme estabelece a NBR 9575:2003, que trata do tema impermeabilização.

Observa a classificação :

Para que tenhamos certeza de que a fissura está parada, não aumentando de tamanho ou espessura a cada dia pois isso pode representar uma patologia grave a edificação sendo que pode apresentar risco a estrutura da edificação.

Uma forma simples de verificar se a fissura esta parada é aplicar gesso em toda a extensão da parede e passar a observar durante alguns dias o seu comportamento. Como o gesso é rígido, qualquer movimentação seja vertical ou horizontal será percebida com a quebra do gesso em toda a sua extensão.

Nesse caso, para as trincas ou rachaduras, o engenheiro devera ser consultado a fim de identificar a patologia existente na obra se é superficial e pontual, ou até mesmo um problema de fundação.

Caso a fissura permaneça "parada" ao longo de determinado tempo, o tratamento passo a passo a seguir mostrará como resolver o problema.

A principal causa do aparecimento das fissuras é a retração da argamassa, que gera as pequenas aberturas nas superfícies. Apresentaremos duas maneiras simples de resolver esse problema.

1)Para microfissuras: Aplicação de impermeabilizante acrílico (tipo contra batidas de chuva)

2) Para fissuras: Aplicação de selante acrílico e fita de poliéster TNT (Tecido não-tecido). 

Os dois materiais são flexíveis, preenchendo a falha sem enrijecer a superfície, evitando que surjam novas fissuras.

Antes de começar:

Agora você precisará de :

Para sua segurança:

Utilize todos os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) indicados pelos fabricantes, como luvas, máscaras e óculos de segurança.

Mãos a obra:

Microfissuras:

As microfissuras podem ser tratadas diretamente com a aplicação de impermeabilizante acrílico flexível contra batidas de chuva, com rolo ou trincha de 2 a 3 demãos, respeitando a diluição e tempo de secagem do fabricante.

Fissuras:

1) Abertura da fissura

Com uma espátula em formato "V" (conhecida "abre trincas"), abra a fissura em toda a sua extensão, removendo todo o acabamento da parede e também a pintura nas laterais da abertura.

2) Limpeza da abertura

Com um pincel e depois com um pano úmido, limpe toda a abertura feita, eliminando partículas que venham a prejudicar o acabamento.

3) Aplicação de selador acrílico

Caso perceba que existam partículas soltas, pode-se aplicar um selador acrílico para agregá-las.

4) Preenchimento da fissura

Aplique o selante acrílico na abertura, tendo o cuidado de preenchê-la totalmente e deixando a superfície o mais regular possível. 

Aguarde o tempo de secagem indicado pelo fabricante.

5) Aplicação de tela

Aplique a massa específica de tratamento sobre toda a tela com auxilo de desempenadeira e respeite o tempo de secagem do fabricante.

Proto !

A sua fissura foi reparada adequadamente, agora é só realizar a pintura de sua preferência.

Importante

Toda trinca deve inspirar cuidados, por isso, sempre que perceber uma trinca ou fissura em construções, contate um engenheiro civil para que ele faça uma avaliação técnica e orientá-lo sobre as devidas providências e qual o grau de risco que tal trinca ou fissura representa para a estrutura.

Algumas trincas são superficiais e atingem apenas o reboco. Nestes casos o reparo ou conserto é importante para proteger o interior da construção de umidade ou agentes químicos e claro, para melhorar a estética e beleza da construção.

Porém, outras trincas ou fissuras podem representar falhas na estrutura que podem comprometer a segurança e estabilidade. Neste caso, a avaliação de um engenheiro civil é fundamental.

• Recuperação com bandagem de dessolidarização

Recuperação de fissuras em alvenaria com o emprego de bandagem de dessolidarização entre a parede e o revestimento

Conforme a seqüência apresentada, as etapas de recuperação da fissura com bandagem

será as seguintes:

a) remoção do revestimento da parede, numa faixa com largura de aproximadamente 10 a 15 cm;

b) aplicação da bandagem com distribuição regular para ambos os lados da fissura;

c) aplicação de chapisco externamente à bandagem e recomposição do revestimento com argamassa com baixo módulo de revestimento (traço 1:2:9 em volume);

Em todos os casos, o princípio de funcionamento da recuperação com bandagem é a absorção da movimentação da fissura por uma faixa de revestimento relativamente larga não aderente à base, desta forma, quanto melhor a dessolidarização promovida pela bandagem e quanto maior for sua largura, menores serão as tensões introduzidas no revestimento pela variação na abertura da fissura e, portanto, menor a probabilidade da fissura voltar a pronunciar-se no revestimento.

A recuperação de fissuras ativas, desde que os movimentos não sejam muito pronunciados, poderá também ser tentada com o próprio sistema de pintura de parede. Nesse caso, a pintura deve ser reforçada com uma finíssima tela de náilon ou polipropileno, com aproximadamente 10 cm de largura, requerendo-se a aplicação de seis a oito demãos de tinta elástica à base de resina acrílica ou poliuretânica. Sempre que possível, entretanto a recuperação de fissuras ativas deve ser feita com selantes flexíveis (poliuretano, silicone, etc), abrindo-se na região da trinca um rasgo com formato de Vê, com aproximadamente 20 mm de largura e 10 mm de profundidade.

Recuperação de fissuras ativas com selante flexível

A aplicação do selante deverá ser precedida de uma limpeza eficiente da poeira aderente à parede, devendo esta encontrar-se bem seca quando for feita a aplicação do selante. 

O selante deverá ser tixotrópico e bem consistente, não apresentando retração acentuada   pela evaporação de seus constituintes voláteis. No caso de movimentações muito intensas da  trinca recomenda-se a abertura da cavidade retangular, com aproximadamente 20 mm de largura e

10 mm de profundidade, intercalando-se entre o selante e a parede uma membrana de separação, esta solução, também representada na, proporciona ao selante condições de trabalho muito mais eficientes.

As fissuras provocadas por enfraquecimento localizado da parede, seja pela presença de aberturas de portas e janelas ou pela inserção de tubulações, poderão ser recuperadas superficialmente através de inserção de bandagem no revestimento ou de tela de náilon na pintura. O comportamento monolítico da parede poderá ser restabelecido mediante a introdução de armaduras no trecho fissurado da parede, ou até mesmo por meio de telas metálicas inseridas no revestimento, nessa segunda alternativa o comprometimento de transpasse da tela, para cada um dos lados da fissura, deve ser aproximadamente 15 cm.

Recuperação da parede, em seção enfraquecida, com emprego de tela metálica

Nas alvenarias aparentes, onde é impossível a utilização de bandagem ou de telas, o BRE sugere alternativas de recuperações para casos distintos;

a) nas trincas pronunciadamente ativas: criação de juntas de movimentação;

b) em casos de movimentações consolidadas: simples substituição dos blocos fissurados, raspagem da argamassa das juntas horizontais e verticais até a profundidade de aproximadamente 15 mm, limpeza, umedecimento e posterior obturação da junta com argamassa de traço 1:1:6 ou 1:2:9;

c) em paredes sujeitas a variações dimensionais limitadas: substituição dos blocos fissurados, introdução de armadura vertical e grauteamento dos furos, constituindo-se assim um pilarete armado na seção originalmente fissurada;

d) alternativamente à hipótese acima apresentada, sugere ainda a raspagem das juntas horizontais de assentamento até a profundidade aproximada de 15 mm, em seguida efetua-se o chumbamento, com argamassa 1:1:6 bem seca, de ferros com diâmetro de 4 ou 5 mm. Esses ferros, com transpasse de aproximadamente de 25 cm para cada lado da fissura, deverão ser chumbados em juntas alternadas,

numa e noutra face da parede.

Recuperação de fissuras em alvenaria aparente, com o emprego de armaduras defasadas.

Na ocorrência de destacamento entre componentes de alvenaria e argamassa de assentamento, particularmente quando essa propiciam a infiltração de água de chuva pelas fachadas, a raspagem de juntas e o posterior preenchimento com selante ou argamassa, conforme mencionados no item (b) precedente, são soluções bastante plausível. Entretanto, quando os destacamentos forem generalizados, ou quando a raspagem das juntas for impraticável pela dureza da argamassa de assentamento empregada, somente soluções globais, como o revestimento da fachada com argamassa ou a adoção de pintura elástica com tela incorporada é que poderão resolver o problema definitivamente.

Nas paredes de vedação fissuradas por movimentações térmicas de lajes de cobertura ou pelo sobrecarregamento oriundo da deflexão de componentes estruturais, qualquer uma das soluções anteriormente apontadas pode ser empregada na recuperação da parede trincada, porém, o mais importante nestes casos será a desvinculação entre o topo da parede e o componente estrutural.

Desvinculação entre a parede fissurada e o componente estrutural superior:

a) corte efetuado no topo da parede;

b) preenchimento com material deformável;

Nas lajes de cobertura apoiadas em alvenaria portante, além da solução óbvia de melhorar-se a isolação térmica da cobertura, pode-se tentar o escoramento da laje, a remoção da ultima junta de assentamento e a introdução, nessa junta de material deformável. Quando o escoramento da laje for impossível, a raspagem da junta até a profundidade de aproximadamente 10 mm e o posterior preenchimento com selante flexível é uma solução eficiente.

Ainda para alvenarias portantes, as fissuras provenientes da concentração de tensões só serão  eficientemente recuperadas caso se consiga uma melhor distribuição das tensões no trecho de parede carregado, assim sendo para casos de cargas concentradas transmitidas por vigas, há necessidade de escorar-se a viga e construir-se sob a mesma um coxim de distribuição convenientemente dimensionado. 

Na região de abertura de portas ou janelas, o comprimento dos apoios de vergas deverá ser aumentado, podendo-se introduzir entre as vergas existentes uma outra, de maior comprimento.

No caso da fissura se aplicar na argamassa de revestimento, não há muita opção, recomenda-se a simples substituição do reboco ou emboço nos casos em que estes apresentem grande incidência de fissuras de retração, descolamento, pulverulências, etc. A remoção do revestimento, contudo, deverá ser antecedida da eliminação da causa do problema, muito frequentemente infiltração de umidade na parede.

No caso de fissuras provocadas por expansão retardada de óxidos presentes na argamassa de  assentamento de alvenarias, recomenda que se deixe completar a reação, o que pode levar cerca de três anos, para só então providenciar a substituição do revestimento. No caso de fissuras provocadas por ataques de sulfatos (formação de etringita),  recomenda-se a remoção do revestimento, eliminação do acesso da umidade à parede, secagem ao máximo da superfície e aplicação de novo revestimento constituído por cimento resistente a sulfatos, cal e areia.

No caso de fissuras de retração da argamassa de revestimento de fachadas, pode-se tentar a utilização de pintura elástica encorpada com aplicação de três ou quatro demãos de tinta à base de resina acrílica, empregando-se ainda reforço com tela de náilon em locais mais danificados.

Nas paredes internas, alternativamente à simples substituição da argamassa de revestimento, causará menos transtorno e poderá ser economicamente competitiva a aplicação, por exemplo, de papel de parede sobre o revestimento fissurado.

• Recuperação com grampos de fixação

Grampeamento:

O grampeamento é a adição de grampos, ou seja, armaduras colocadas em fissuras ativas que se desenvolveram em linhas isoladas. Essas fissuras, geralmente, possuem pouca resistência, e para conter esforços de tração que causaram essa fenda, são colocados grampos não alinhados, em toda a sua extensão.

Deve-se fazer os furos e preencher com um produto adesivo, dispondo os grampos de aço de forma que não provoque a continuidade do esforço ou até uma nova fissura adjacente 

 Detalhe dos grampos não alinhados posicionados alternadamente

TRATAMENTO DE INJEÇÃO DE TRINCAS COM INJEÇÃO DE RESINAS ESTRUTURAIS E EXPANSIVAS

CONCLUSÃO: 

As fissuras manifestam-se nas edificações segundo processo que podem parecer totalmente aleatórios, mas que na realidade são originados na maioria das vezes por fenômenos químicos, físicos ou mecânicos que já são de perfeito domínio técnico, a certa aleatoriedade peculiar aos estados de fissuração deve-se muito mais à enorme gama de variáveis envolvidas no processo, com combinações complexas que às vezes são de difícil entendimento.

A construção de edificações “a prova de fissuras” representaria uma tarefa técnica difícil e um ônus financeiro insustentável, por outro lado, deixar ao arbítrio da natureza a criação de juntas numa obra, e às despensas do usuário os encargos advindos da sua continuada restauração, não parece nem técnico, nem econômico e nem justo.

Votando ao que foi dito no trabalho, muito poderia ser feito para minimizar-se o problema, pelo simples reconhecimento de que os solos, os materiais e os componentes das edificações movimentam-se, em função desta verdade irrefutável, muitas fissuras são projetadas conjuntamente com a obra, para surpresa dos projetistas e desespero dos empreendedores. A falta de harmonia entre os diversos projetos e o não reconhecimento da necessidade de controlar-se a qualidade dos materiais e dos serviços, comuns ainda hoje em muitas obras, colaboram para que as fissuras não projetadas sejam assim mesmo construídas.

A previsão de recalques por mais aproximada que fosse, e a estimativa de flechas em vigas e lajes, não no regime elástico como costumeiramente se faz, poderia evidenciar situações potencialmente favoráveis à fissuração da obra, tomando-se a tempo as medidas cabíveis nos dimensionamentos e nos detalhes construtivos que avaliam as tensões. 

Isso pressupõe uma interação eficiente dos profissionais responsáveis pelos diversos projetos e

pela construção do edifício, o que muitas vezes não se verifica.

Parece também necessário o desenvolvimento de normas brasileiras voltadas para o projeto e execução dos diversos elementos da construção (paredes de vedação), estabelecendo-se em cada caso as deformações admissíveis ou detalhes construtivos que minimizassem a formação de fissuras.

O conhecimento do comportamento dos materiais de construção, de suas deficiências e de suas incompatibilidades, é imprescindível par que as fissuras e as patologias em geral sejam reduzidas a níveis aceitáveis. Muitos problemas verificados em obra devem-se ao emprego de novos materiais, segundo as mesmas práticas construtivas verificadas para os materiais tradicionais.

Como já foi aqui afirmado, e até como se pode depreender pelas medidas de recuperação sugeridas, as obras de reparo geralmente são difíceis, dispendiosas, danosas e incomodas, quando não, inóculas e ineficientes. Assim sendo, parece prudente que os profissionais ligados à construção atuem diretamente sobre as causas do problema, recorrendo a todos os seus conhecimentos e bem cumpridos os compromissos assumidos com a sociedade.

V – ESTUDO DE CASO

OBRA: LAUDO DE VISTORIA TÉCNICA CAUTELAR "OBRA TAL"

REBAIXAMENTO DE VIA (RUA LAN) E VIZINHANÇAS

Belo Horizonte, XX de Fevereiro de 20XX.

• Localização e descrição do imóvel

À

CLIENTE

A/C: Eng. Camargo – Gestor do Contrato

                  email@email.com.br

Belo Horizonte / MG

Vistoria Técnica Cautelar

Rebaixamento da Via na obra do Seu João


• Visita ao local (inspeção) coleta de dados

Sumário

1.        INTRODUÇÃO

3.        SOLICITANTE

4.        OBJETO DO LAUDO

5.        OBJETIVO DO LAUDO

6.        CONSIDERAÇÕES INICIAIS

7.         PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES

8.         CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

9.         CROQUIS DE LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO E DOS IMÓVEIS

10.        FICHAS TÉCNICAS DE VISTORIA CAUTELAR E RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

11         RESPONSABILIDADES TÉCNICAS

1. INTRODUÇÃO

Apresentamos a V. Sas. o LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA CAUTELAR, em 189, (cento e oitenta e nove) laudas impressas, relativo aos imóveis adjacentes, subjacentes e sobrejacentes às obras do Rebaixamento das vias, município de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, a saber:

1. Imóveis localizados na Rua 

2. Imóveis localizados na Rua 

3. Imóveis localizados na Rua 

4. Imóveis localizados na Rua 

5. Imóveis localizados na Rua 

6. Imóveis localizados na Rua 

7. Imóveis localizados na Rua 

8. Imóveis localizados na Rua 

9. Imóveis localizados na Rua 

10. Imóveis localizados na Rua 

11. Imóveis localizados na Rua 

12. Imóveis localizados na Rua

13. Imóveis localizados na Rua 

14. Imóveis localizados na Rua 

15. Imóveis localizados na Rua 

16. Imóveis localizados na Rua 

17. Imóveis localizados na Rua 

18. Imóveis localizados na Rua 

19. Imóveis localizados na Rua

20. Imóveis localizados na Rua 

21. Imóveis localizados na Rua 

22. Imóveis localizados na Rua 

23. Imóveis localizados na Rua 

24. Imóveis localizados na Rua 

25. Imóveis localizados na Rua 

26. Imóveis localizados na Rua 

27. Imóveis localizados na Rua 

2. Na expectativa de que o respectivo Laudo expresse rigorosamente a situação em foco, na data de realização da vistoria, colocamo-nos à disposição de V. Sas. para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Atenciosamente,

Atenciosamente, _________________________________

LAN CONSULTORIA

Luiz Antonio Naresi Júnior

Engenheiro

CREA

2.  SOLICITANTE

Empresa contratante:     FULANO DE TAL

CNPJ da contratante:       XXXXXXXX

Endereço da contratante: XXXXX

 

3.  OBJETO DO LAUDO

O presente Laudo Técnico de Vistoria Cautelar tem por finalidade retratar com fidelidade o estado das edificações, reproduzindo através de cadastro técnico e de relatório fotográfico todas as manifestações patológicas encontradas nos imóveis que farão divisas diretas e que receberão impactos diretos e indiretos na área de influencia dos serviços e obras do Rebaixamento da Via principal do Barreiro para facilitar o fluxo de automóveis principalmente caminhões e ônibus que tem risco de bater nas vigas do viaduto FULANO DE TAL,

Conforme indicado nos projetos de referência, o trecho da Rua LANROSE. A figuraabaixo, retirada do software Google Earth, ilustra a região da rua a ser rebaixada sob a via e as principais interferências.

4.  OBJETIVO DO LAUDO

O presente LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA CAUTELAR tem por finalidade a produção antecipada de provas através da caracterização do estado atual dos imóveis, antes do início da execução dos serviços e obras do Rebaixamento da via , conforme indicado nos projetos de referência, o trecho da Rua XXX a ser rebaixado situa-se na região do XXXX em XXXXX, próximo à Rua XXXX e Av. XXXX que será realizado pela empresa XXXXXX., visando assim, dirimir todas e quaisquer dúvidas quanto a possíveis danos que possam ser causados aos proprietários dos imóveis em decorrência dos serviços executados e resguardando os direitos de ambas as partes (Construtora / Proprietários).

As vistorias cautelares têm como finalidade apurar as situações existentes num determinado imóvel, visando exatamente evitar atritos e promover um relacionamento de boa vizinhança, pois ao demonstrar essa preocupação a construtora estrará agindo com responsabilidade e respeito aos direitos dos seus vizinhos.

Os serviços relativos às vistorias técnicas cautelares foram executados nos imóveis situados na Rua XXXX, Rua XXXX e XXXXX. Estas ruas, pertencentes à região do XXXX, no município de XXXXXX – XX.

As vistorias que se seguem foram executadas, acordadas e autorizadas pela construtora nos imóveis lindeiros e das condições de áreas externas situadas nos endereços acima referido, conforme demonstrado nas fotos tirada por abaixo, anexado junto a este laudo.

Procedemos aos levantamentos de todas as manifestações patológicas observadas.

5.  CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 

O presente trabalho técnico de produção antecipada de provas foi executado sob a responsabilidade da empresa XXXXXX., inscrita no CNPJ sob o no. XX.XXX.XXX.XXXX-XX, registrada no CREA – MG sob o no. XXXX e de seu engenheiro civil, e de Saúde e Segurança do Trabalho e Geotécnico, XXX – inscrito no CREA – MG sob o no. XX.XXX / D.

Para a execução dos serviços, foram utilizados os dados e as informações retiradas de documentação apresentada pelos proprietários e / ou inquilinos, bem como os dados corretos obtidos “a priori”, todos considerados idôneos e de boa fé.

Não foram realizadas investigações específicas relativamente a títulos, documentos, regularidades fiscais e providências jurídicos – legais, por fugirem ao escopo do presente trabalho.

Este Laudo Técnico foi elaborado em conformidade com as Normas Técnicas para VISTORIAS TÉCNICAS, estipulada pela NBR-13.752/96 – PERÍCIAS DE ENGENHARIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, de acordo coma Lei Federal no. 5.194 de 21/12/1966, com as Resoluções de números 205, 208 e 345 do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, com o objetivo de se proceder a Vistorias Técnicas Cautelares nas áreas internas, externas e de uso comum dos imóveis em epigrafe, conforme citado no item dois do presente trabalho. 

6.  PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES

 

6.1 – O presente trabalho está de acordo com o Código de Ética do Engenheiro Avaliador, Leis e Regulamentos do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e do IBAPE-MG – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado de Minas Gerais.

6.2 – O engenheiro e equipe técnica que participaram deste trabalho de produção antecipada de provas não tem nenhum interesse, presente ou futuro, sobre os imóveis vistoriados.

6.3 – Aceitamos como verdadeiros os documentos enviados e/ou consultados, bem como as informações prestadas por terceiros de boa fé e confiáveis.

6.4 – Por se tratar de matéria de caráter cautelar, fora do contexto deste trabalho foram dispensadas as investigações sobre títulos, invasões, hipotecas, etc.

6.5 – Os imóveis vistoriados e fotografados pela equipe técnica de profissionais e pelo engenheiro que subscreve este Laudo.

6.6 – O autor deste trabalho guarda amplo e total sigilo de todas as informações colhidas e do resultado realizado.

 

7.  CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

 

Os imóveis vistoriados estão localizados no Bairro do XXX, desenvolvido ao longo dos anos. 

Hoje é predominantemente um bairro residencial unifamiliar, com algum comércio local, cujo padrão construtivo é considerado normal e normal-baixo e a topografia plana.

O bairro dá acesso a região local sendo uma região de grande trânsito onde as pessoas saem para trabalhar e retornam para suas casas todos os dias, com um trânsito intenso em ruas estreitas.

Sua principal via e a Rua XXXXX e o principal acesso ao bairro e a saída para XXXXX.

O bairro está localizado a aproximadamente 10 km do centro da cidade de XXXXX e faz divisa com outros bairros.

O bairro e região são dotados dos seguintes melhoramentos públicos:

·         Abastecimento de água potável;

·         Rede de esgotamento sanitário;

·         Posteamento com rede de energia elétrica e iluminação pública;

·         Coleta de lixo domiciliar;

·         Rede de telefonia;

·         Rede de TV e internet a cabo;

·         Pavimentação asfáltica em CBUQ nos logradouros (em sua maioria);

·         Meios-fios e sarjetas;

·         Rede de águas pluviais nas principais vias dos bairro;

·         Comércio diversificado;

·         Transporte coletivo.

8.  CROQUIS DE LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO E DOS IMÓVEIS

Croqui de localização da Região do XXX, localizada no Município de XXX.

 

 

9.              FICHAS TÉCNICAS DE VISTORIA CAUTELAR E RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

10.1               Imóveis localizados na Rua 

10.2               Imóveis localizados na Rua 

10.3               Imóveis localizados na Rua 

10.4               Imóveis localizados na Rua 

10.5               Imóveis localizados na Rua 

10.6               Imóveis localizados na Rua 

• Relação das fissuras observadas

• Fissuras nas aberturas de portas e janelas

• Fissuras horizontais na base da alvenaria

• Fissuras horizontais a meia altura da alvenaria

• Fissuras horizontais entre a parede e a laje

• Fissuras transversais

VI – TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO

• Aplicação de compósitos em barras verticais

• Fibra reforçada com polímero (resina e fibra)

• Reforço de alvenaria com tirantes de aço aplicado horizontalmente

• Injeção de graute em paredes  de alvenaria estrutural

• Telas de aço para reforço de alvenaria

De acordo com Helene et al. (2003), em situações onde a parede está envolvida pela estrutura, o recalque diferencial entre os apoios resulta em esforços secundários perimetrais, o que equivale a uma distorção angular, onde uma diagonal se alonga e a outra se encurta.

🔴Na direção onde há o alongamento, aparecerão esforços de tração que, ao atingir valores equivalentes a sua resistência máxima, darão origem a fissuras. No caso de paredes com aberturas, as isostáticas de tração desviam-se gerando fissuras que nascem em cantos opostos, no sentido diagonal. 

Tipos de Patologias mais comuns na fundação 

PARA RETORNAR A PÁGINA PRINCIPAL CLIQUE NO LINK ABAIXO