139) Estacas Mega

Definição:

Estacas mega:

Também conhecida como estaca cravada à reação ou estaca prensada, a estaca mega é cravada em segmentos de concreto pré-moldado com o auxílio de um macaco hidráulico. São comumente utilizadas em reforço à fundação já existente ou para correção de patologias, como um recalque diferencial da estrutura. Tem como principal vantagem o fato de dispensar demolições durante a execução.

A estaca Mega constitui-se em um tipo de estaca que quando da cravação não produz impactos ou vibrações, tendo em vista que seu princípio de funcionamento é de Ação/Reação e sua aplicação se faz por meio hidráulico.

Uma estaca deve ser projetada para suportar determinada solicitação de carga. A relação capacidade de carga/comprimento da estaca, deve ser definida em função principal das características geológicas. A utilização de sistema hidráulico para a aplicação de nossas estacas Mega permite-nos, através de controle manométrico, monitorar a qualquer momento a carga efetiva de cada estaca, nos diversos pontos em questão.

As estacas Mega podem ser compostas de concreto pré-moldado, perfil ou tubos metálicos. Parcelas significativa de nossas obras utilizadas estacas de concreto pré-moldado, as quais são por nós fabricadas, proporcionando uma melhor relação custo/benefício, permitindo assim, um controle de qualidade mais efetivo.

São elementos de concreto pré-moldado que são cravados por prensagem através de macaco hidráulico.

São utilizados como reforços de fundações ou substituições de fundações já existentes, usando como reação a própria estrutura.

Vantagens: São indicadas para recuperação de patologias sem o uso de demolições.

Desvantagens: Tem alto custo e longo tempo de cravação.

PROCEDIMENTO EXECUTIVO :

Estaca Mega

Mega é o nome popular para estacas cravadas à reação, também conhecidas como estacas prensadas.

São cravadas em segmentos de concreto pré-moldado ou metálicos com o auxílio de macacos hidráulicos aferidos reagindo contra a estrutura acima, ou excepcionalmente contra reação implementada, de acordo com a NBR 6122/1996.

São comumente utilizadas em reforço à fundação já existente ou para correção de patologias, como um recalque diferencial da estrutura.

Tem como principal vantagem o fato de dispensar demolições durante a execução.

São bastante tradicionais e chegaram ao mercado brasileiro na década de 1940 pela Estacas Franki – Bélgica.

Um exemplo famoso foi sua aplicação para reforço de fundação da Casa Branca (EUA, 1930).

​Equipamentos para execução de estaca Mega

A energia de cravação, obtida da estrutura, é transferida para o solo na lateral da estaca (atrito lateral) e para a camada de solo imediatamente abaixo da ponta inferior da estaca (resistência de ponta), sendo a soma das duas forças a carga total.

São usadas as vigas, paredes e lajes da estrutura do imóvel, ou excepcionalmente contra reação implementada, nos locais de cravação, como ponto de apoio e reação para o avanço da cravação das estacas.

Cravação da estaca de concreto mega - segmento a segmento

Poderá, então, ocorrer o renivelamento ou erguimento da estrutura de forma parcial ou total, sendo esses, efeitos inerentes à cravação.

Sua produtividade está mais relacionada com instalações e acessos, do que com a cravação propriamente dita. Em condições favoráveis de trabalho, uma equipe pode cravar de duas a três estacas por dia. Todas as estacas mega (concreto ou metálicas) após finalizadas, transferem a carga da estaca para a estrutura pelo que é denominado “carga de cunhamento”, já definida na norma técnica.

As estacas Mega de Concreto têm sua carga de cravação limitada a 45 t para estacas com comprimento inferior a 10 m. Quando este comprimento é maior ou encontra solos colapsíveis, a carga de cravação deve ser diminuída devido aos efeitos de segunda ordem (flambagem).

As Estacas Mega Metálica têm seu corpo constituído de tubos metálicos; espessura de parede compatível com sua carga estrutural; segmentos de 60 à 75 cm cada, soldadas, interligados com roscas e luvas ou cones feitos em tornos mecânicos de alta precisão.

Após a cravação, antes do cunhamento, estas estacas são preenchidas com concreto, aumentando substancialmente o coeficiente de segurança estrutural desse reforço de fundação e evitando a oxidação interna da mesma.

Cilindros para estaca Mega de concreto

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ESTACA MEGA

Vantagens:

•Possibilidade de substituição das fundações existentes simultâneas ao uso da edificação;

• Acréscimo da capacidade de suporte das fundações existentes;

• Modificação parcial de fundações existentes em virtude de uma eventual deficiência localizada (recalques diferenciais);

• Execução em locais pequenos e de difícil acesso a pessoas e equipamentos;

•Isenção de vibrações durante a cravação, reduzindo os riscos de uma eventual instabilidade que por ventura venha ocorrer, devido a precariedade de fundações existentes;

•Aumento imediato da segurança da obra após a cravação sucessiva de cada estaca MEGA;

•Limpeza da obra durante a execução, sem adição de água ou formação de lama.

Desvantagens:

•Tem um custo um pouco elevado

CARACTERÍSTICAS DAS ESTACAS MEGA

Os equipamentos utilizados para o emprego das estacas mega são de pequeno porte, pequena dimensão ( ≈80 cm x ≈50 cm x ≈60 cm), pouco peso (≈ 60 kg), para trabalharem em espaços confinados e de difícil acesso.

Normalmente são cilindros hidráulicos, ligados a unidades elétricas /hidráulicas de pequeno porte que necessitam de energia da ordem de 7 c.v. 220 V.

A execução desta estaca não faz barulho, não utiliza água e nem refrigeração.

Sua produtividade está mais relacionada com instalações e acessos, do que com a cravação propriamente dita.

Geralmente deve-se criar uma abertura ou um nicho de acesso a fundação que se tenha problema com escoramento provisório que se garanta a segurança do trabalhador para montagem do conjunto macaco e bomba de protensão para que possa ser macaqueado os pequenos corpos de prova metálicos ou de concreto para o sistema de reforço de reação da estrutura.

Em condições favoráveis de trabalho, uma equipe pode cravar duas estacas por dia ou mais.

Todas as estacas mega (concreto ou metálicas) após finalizadas, transferem a carga da estaca para a estrutura pelo que é denominado “carga de cunhamento”, já definida na norma técnica, deve-se haver um controle para que ao perceber que a reação seja suficiente não macaquear a estrutura para cima além do necessário.

Para esta transferência de carga utiliza-se: cabeçotes de concreto armado, blocos e cunhas de concreto armado com fibras metálicas e/ou polietileno.

Devido à pequena dimensão desta peça, é contraindicado o uso de armadura tradicional e nos casos de estacas mega com carga de ruptura acima de 100 t. (Oliveira, SEFE VIII) estas pequenas peças são muito solicitadas.

Outra grande vantagem de armadura com fibras metálicas é evitar uma ruptura frágil da peça (explosão) com consequências perigosas e imprevisíveis.

A ruptura de peças com fibra envolve grandes deformações internas.

As peças pré-moldadas para finalizar as cunhas de mega são:

Cabeçotes de concreto armado com dimensões da ordem de 40 cm x 20 cm x 20 cm (altura);

Blocos de concreto com fibras com 20 cm x 15 cm x 15 cm (altura);

Cunhas com concreto com fibras com 20 cm x 15 cm x (15-7) cm (altura).

A solidarização final é feita com argamassa armada com fibras metálicas preenchendo os vazios entre blocos e cunha.

Estacas Mega de Concreto:

São como todas as estacas mega cravadas com uso de cilindros hidráulicos, popularmente denominados macacos hidráulicos, num conjunto de equipamentos com bombas e manômetros.

A estaca é constituída de segmentos pré-moldados de concreto com 50 cm de altura e diâmetro de 25 cm.

Uma das técnicas de fabricação dos pré-moldados com centrifugação do concreto deixa um furo interno da ordem de oito centímetros.

As estacas mega de concreto têm sua carga de cravação limitada a 45 t para estacas com comprimento inferior a 10 m.

Quando este comprimento é maior ou encontra argilas muito moles, a carga de cravação deve ser diminuída devido aos efeitos de segunda ordem (flambagem).

Um fato de extrema importância e com frequência desconhecido e/ou desprezado pelos projetistas, é que as estacas mega de concreto penetram no solo por sua própria expulsão, como as estacas pré-moldadas.

Este aspecto provoca altíssimas pressões neutras abaixo da ponta da estaca, permitindo um relaxamento posterior da carga de cravação.

Com frequência, ao recravarmos uma estaca mega após alguns anos, encontraremos uma carga de ruptura inferior à anotada na sua execução.

Também é constante, uma estaca mega de concreto cravada ao lado de uma estaca pré-moldada (ou outras) ficar com um comprimento menor do que a outra, prejudicando seu comportamento quando analisado sob o efeito do grupo.

A decisiva vantagem da estaca mega de concreto é o seu custo.

O custo de um reforço de fundação com esta estaca é da ordem da metade do custo de um reforço de fundações com mega metálica ou mega metálica injetada, melhores e mais sofisticadas.

Estacas MM (Mega Metálica):

O corpo de uma estaca MM é constituído de tubos metálicos; espessura de parede compatível com sua carga estrutural; segmentos de 75 cm cada, interligados com roscas e luvas feitas em tornos mecânicos de alta precisão. Na prática, relevando a fabricação e estocagem, encontram-se no mercado para uso imediato dois tipos de MM: as de 4,5’’ para carga de cravação de até 45 t e as de 6,5’’ para carga de cravação de até 75 t.

Após a cravação, antes do cunhamento, estas estacas são preenchidas com concreto armado com fibras, aumentando substancialmente o coeficiente de segurança estrutural desse reforço de fundação. Como todas as estacas mega, ela é cunhada e tem sua cabeça concretada preenchendo os vazios existentes entre cunha e blocos.

Ao contrário das estacas mega de concreto e de forma similar às estacas metálicas com trilhos ou perfis, a MM penetra no solo por cisalhamento. Algumas de suas características são:

Penetram bem mais fundo que uma estaca mega de concreto ou uma pré-moldada de concreto antiga e adjacente, colocando-se em novo horizonte de apoio e permitindo somar a carga das fundações antigas com a carga da MM, algo que não ocorre nas estacas mega de concreto;

Com frequência uma MM penetra 30% mais do que uma pré-moldada de concreto adjacente;

Apresentam ganho na capacidade de carga com o tempo. O oposto ao relaxamento citado nas estacas mega de concreto.

As pouquíssimas medições feitas nas MM após anos indicam uma capacidade também da ordem de 20% na carga de ruptura;

O gráfico de cravação, metro a metro, desde seu início é uma excelente sondagem, caracterizando com precisão o tipo de subsolo em cada estaca, permitindo corrigir e ajustar o projeto original.

Estacas MM (Mega Metálica Injetada):

Caracterizam-se por limpar a terra embuchada no interior dos tubos metálicos das estacas MM e posteriormente injetar nata de cimento com pressão de até 30 kg/cm², formando um novo bulbo na ponta da estaca e aumentando a adesão entre a estaca e o solo no fuste. Para a limpeza do solo que entrou no interior da MM utiliza-se lavagem d’água em circuito fechado e/ou equipamentos específicos desenvolvidos para este uso.

Inúmeros testes e medições feitos neste tipo de estaca MMI indicam um ganho de carga de trabalho da ordem de 50% comparada às MM tradicionais. Em alguns casos este ganho foi até maior.

É importante lembrar que não há ganho de carga de cravação somente para trabalho e ruptura. Além desta grande vantagem podemos citar outras:

Em casos em que a reação é limitada, a carga de cravação também fica, e é impossível garantir o coeficiente de segurança de 1,5 para a carga de trabalho.

Exemplificando: num pilar com 30 t, ao cravarmos uma MM e a carga de cravação atingir estes 30 t, a estrutura começa a levantar e não é possível compatibilizar carga de cravação com carga de trabalho. Para este problema, temos na prática duas soluções: cravar duas estacas MM com 30 t cada ou cravar uma MMI com 30 t, limpá-la e injetar nata de cimento para que a carga de ruptura passe para ≈ 45 t e garanta a carga de trabalho de 30 t. Além do custo de uma estaca MMI ser menor que duas MM, existem os custos do bloco estrutural, reação excêntrica etc.;

As MMI podem ser aprofundadas ainda mais, mesmo após atingir a carga de cravação. Se o miolo de terra no meio das MM ultrapassando sua ponta for limpo, é possível recravar esta estaca atingindo horizontes mais profundos. Num dos casos de obras citados adiante (Santa Cecília), as MMI de 4,5’’ obrigatoriamente tinham que atingir um comprimento de 10 m, porém com ≈ 8 metros atingia a carga de cravação limite de 45 t. As limpezas possibilitaram aprofundá-las e posteriores injeções garantiram a carga de trabalho de 40 t/estaca ou pilar;

Outra vantagem é a possibilidade de se obter estacas com carga de ruptura e/ou de trabalho muito altas.

Em alguns casos (Abismo XI – Oliveira, 2014) medições com strain gage e células de medição computadorizadas, as estacas MMI ultrapassaram a carga de 120 t, tendo sido cravadas com 80 t e cunhadas com 55 t cada;

Em obras emergenciais, com riscos inaceitáveis, as MMI configuram-se como não somente a melhor, mas a única solução;

Similar à estaca ômega e outras, a MMI tem patente requerida. No Brasil, cinco empresas estão aptas a utilizá-las.

Exemplos de recalques leves para aplicação das Estacas Mega


LUIZ ANTONIO NARESI JUNIOR

LUIZ ANTONIO NARESI JUNIOR

Luiz Antonio Naresi Júnior é engenheiro civil com ênfase na área de Saneamento, possui pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Analista Ambiental pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), e em Engenharia Geotécnica pela UNICID (Universidade Cidade de São Paulo). É especialista em obras de Fundação Profunda, Contenções de Encosta, Obras de Artes Especiais, Projetos de Contenção, Infraestrutura Ferroviária e Rodoviária. Atualmente é sócio da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), diretor do Clube de Engenharia de Juiz deFora (MG) desde 2005, participa como voluntario pela ABMS como apoio a defesa civil de Belo Horizonte, Professor da Escalla Cursos para Mestre de Obras (CEJF / CREA/MG), consultor de fundação pesada e geotecnia, comercial e assessor da diretoria da Empresa ProgeoEngenharia Ltda .

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