JORNAIS
Sector de apoio social precisa de voluntários
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JORNAL da MADEIRA — Sendo a Cruz Vermelha uma associação humanitária e que funciona com base no voluntariado como é que está a Delegação da Madeira da CVP ao nível do voluntariado?< xml="true" ns="urn:schemas-microsoft-com:office:office" prefix="o" namespace="">
RUI NUNES — Neste momento a Delegação da Madeira da CVP tem em acção e a trabalhar em pleno todos os corpos que estatutariamente constituem o sector do voluntariado da Cruz Vermelha Portuguesa: Corpo de Juventude, Corpo da Unidade de Socorro, Corpo de Enfermagem e o Corpo do Voluntariado do Apoio Geral. No sector da emergência temos a unidade de socorro e o corpo de enfermagem, enquanto o corpo do voluntariado geral está a desenvolver as suas acções na área do apoio social. Temos ainda o corpo de juventude, que em Abril fez o seu primeiro aniversário, e que tem como principal missão o desenvolvimento e o propagandear dos princípios fundamentais da Cruz Vermelha. É um corpo constituído por jovens desde os 8 aos 28 anos. Globalmente temos cerca de 200 voluntários nos quatro corpos da Delegação.
JM — Quais são os corpos da CVP que atrai mais pessoas e que estão predispostas ao voluntariado?
RN — O corpo que tem mais adesão é a coluna de socorro, porque há o atractivo das ambulâncias, da intervenção e do ajudar as pessoas e salvar uma vida. São factores que pesam muito na escolha dos jovens e é o sector que tem mais adesão. Temos 100 voluntários e neste momento há um grupo de 50 em formação.
JM — Qual é o sector que tem mais carências de pessoas para desenvolver as acções de voluntariado?
RN — Devíamos ter mais pessoas no sector do apoio geral, pois é aquele que precisava de mais voluntários. É o sector que se dedica ao apoio social, mas é aquele que atrai poucas pessoas. Neste momento estamos a estudar a hipótese de desencadear uma acção de formação para candidatos ao corpo de voluntariado de apoio geral no sentido de reforçar a sua estrutura e o efectivo. Também por ser um corpo constituído por pessoas de uma certa idade precisa de ser rejuvenescido
JM — Há falta de voluntários e carências de meios na Delegação da CVP?
RN — Ao nível do socorro não podemos falar de carências, porque para o nosso efectivo e a missão que temos, temos os meios necessários e suficientes. Normalmente as carências acabam por ser ao nível dos voluntários. Apesar de termos muitos voluntários, há épocas do ano em que há mais falta de pessoal, porque é a época dos exames e a entrada nas universidades. São alturas mais críticas e que por vezes é a altura que temos mais solicitações. Costumamos dizer que o número de voluntários nunca é de mais.
JM — Quem é que recebe mais apoios da Delegação da Cruz Vermelha?
RN — Normalmente são beneficiadas de apoio da Cruz Vermelha pessoas que têm manifesta carência em termos económicos e sociais. Os nossos voluntários do apoio geral normalmente desenvolvem a sua acção no apoio a pessoas carenciadas e idosas, bem como a pessoas que têm alguma falta de apoio familiar e àquelas que estão internadas nos hospitais e que estão há muito tempo sem visitas. Destaca-se ainda o serviço de chá e café nas consultas externas do Hospital e as visitas a lares e a centros de terceira idade.
JM — As receitas da Delegação da CVP são as suficientes para toda a actividade?
RN — As receitas nunca são de mais e às vezes não são suficientes, pois o voluntariado é um sector não produtivo. Na sexta-feira decorreu no Funchal o único peditório anual da CVP que tem como finalidade apoiar a intervenção social. Na área do socorro e emergência os serviços que fazemos são pagos pela entidade reguladora da saúde e os eventos que participamos — futebol, festa da flor, Carnaval e espectáculos são pagos como prestação de serviços. É daí que retiramos as nossas receitas para a actividade da Delegação.
JM — Os madeirenses aderem às iniciativas da Delegação da CVP?
RN — No peditório anual a população normalmente adere e agradecemos todo o apoio que têm dado ao longo dos anos, pois é uma forma de reconhecerem o trabalho da Cruz Vermelha. De resto é de referir que recebemos muitas ofertas, nomeadamente roupas, quer de particulares quer de empresas que no encerramento da época de saldos nos doam roupas, que depois revertem para distribuição à população carenciada. Uma vez por ano enviamos um contentor com roupas para Cabo Verde. É um país que temos apoiado, porque temos uma boa relação com a Cruz Vermelha cabo-verdiana e sabemos que as coisas chegam ao seu destinatário.
18 JOVENS VOLUNTARIARAM-SE PARA CORPO DE ENFERMAGEM
DELEGAÇÃO REGIONAL DA CRUZ VERMELHA JÁ FORMOU 4 GRUPOS NA CAUSA DA EMERGÊNCIA HOSPITALAR E DO VOLUNTARIADO
Numa cerimónia simples – «mas de grande significado para a Cruz Vermelha e para sociedade portuguesa» –, 18 voluntários do Corpo de Enfermagem fizeram, ontem, o seu juramento de fidelidade.
Na ocasião, o presidente desta instituição, Ramiro Morna, realçou o significado da cerimónia, lembrando que apesar das suas actividades profissionais, este grupo de jovens prontificou-se, voluntariamente, «a roubar algumas horas do seu descanso», para oferecer a sua colaboração a toda a colectividade.
«Num mundo cada vez mais materialista e egoísta, ainda existem pessoas que se preocupam com o sofrimento humano. E estes jovens são também a prova de que o voluntariado ainda não morreu e de que a solidariedade humana está presente entre nós», sublinhou o presidente da delegação regional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).
Uma mensagem repetida na comunicação da Coordenação de Enfermagem que destacou, ainda, um objectivo que se mantém sempre vivo: o de ajudar os enfermeiros recém-formados a compreenderem os fenómenos e exigências do socorro pré-hospitalar.
«Cabe, porém, às escolas superiores de enfermagem o pedido da nossa colaboração», reforçou.
Em nome de todos os novos voluntários da CVP, Hélder Gouveia, sublinhou, também, a importância do abraçar da nova causa.
Lembrando que a formação que ontem terminou, teve início em Maio, o jovem acentuou que esta foi a formação mais longa, devido às reformulações efectuadas no programa do curso.
Hélder Gouveia não deixou de destacar, também, o facto de este ter sido o quarto grupo a ser formado na causa da emergência hospitalar e do voluntariado. Mas ressaltou que ainda que a Cruz Vermelha Portuguesa esteja aberta a todos os enfermeiros, a verdade é que só alguns conseguem permanecer.
«Não por sermos os melhores, mas por termos um pouco mais de vontade e por nos encontrarmos disponíveis e preparados para solicitações futuras», disse. Durante a cerimónia foram ainda entregues algumas condecorações e louvores, pelo trabalho meritório desenvolvido em prol do Corpo de Enfermagem e da própria delegação da Madeira da Cruz Vermelha, bem como pelo serviço prestado no transporte e tratamento de doentes e pessoas acidentadas.
Aplausos para as chefias do país e da Região
Durante a cerimónia de juramento de fidelidade dos novos voluntários enfermeiros, o presidente da delegação regional da Cruz Vermelha Portuguesa, Ramiro Morna, quebrou o protocolo e pediu a todos os presentes uma salva de palmas para aqueles que ocupam cargos de chefia.
De acordo com o responsável regional, ultimamente, as chefias têm sido esquecidas «ou só servem para ser atingidas pela má-língua» e pela maldade das pessoas.
E é por isso que eu peço a todos um aplauso para as chefias do país e da Região, bem como para todos aqueles que aceitam estes encargos sociais», disse Ramiro Morna.