A descrição morfológica das espécies de FMAs é baseada na análise de características dos esporos assexuados, incluindo tamanho, cor, presença de ornamentação, modo de formação de esporo e na análise das estruturas subcelulares dos mesmos.
O conteúdo das páginas abaixo incluem informações sobre o modo de formação dos esporos (esporogênese) bem como as diferentes terminologias propostas por Walker (1983), Morton et al. (1995) e Sieverding & Oehl (2006), utilizadas para descrever as distintas estruturas fenotípicas diferenciadas nos esporos de FMAs.
Modo de formação do esporo
O modo de formação do esporo (esporogênese) se refere ao padrão que os esporos são formados no inicio de sua ontogenia a partir da hifa fértil. Apesar de vários modos de formação de esporos serem registrados na literatura para FMAs, quatro modos principais são reconhecidos: glomoide, acaulosporoide, gigasporoide e ambisporoide.
GLOMOIDE: esporos glomoides são formados blasticamente na extremidade de uma hifa suspensora simples. Este modo de formação de esporos é o mais comum dentro do Filo Glomeromycota e compartilhado por espécies em todas as Ordens. Recentemente, Taylor et al. (2013) registraram esporos glomoides formados in vitro por uma espécie de Acaulospora.
Gêneros que formam esporos glomóides: Glomus, Funneliformis, Rhizophagus, Sclerocystis, Septoglomus, Kamienskia, Dominikia, Oehlia, Halonatospora (Família Glomeraceae), Claroideoglomus (Família Claroideoglomeraceae), Redeckera, Diversispora, Corymbiglomus, Desertispora (Família Diversisporaceae), Paraglomus, Innospora (Família Paraglomeraceae), Pervetustus (Família Pervetustaceae), Pacispora (Família Pacisporaceae), Ambispora (morfotipo glomóide) e Acaulospora (considerando os resultados de Taylor et al. 2013).
ACAULOSPOROIDE: o modo acaulosporóide é caracterizado pela formação de um sáculo esporifero anteriormente a formação do esporo. O sáculo esporífero é uma estrutura efêmera, formada blasticamente com conteúdo bastante condensado quando jovem. Após, os esporos são diferenciados lateralmente ou dentro do pescoço do sáculo esporífero. Esporo acaulosporoides são encontrados em duas Ordens (Diversisporales e Archaeosporales) e três famílias (Acaulosporaceae, Archaeosporaceae, and Diversisporaceae)
Gêneros que formam esporos acaulosporóides: Acaulospora (Família Acaulosporaceae), Archaeospora, Palaeospora (Família Archaeosporaceae), Otospora, Tricispora (Família Diversisporaceae), Sacculospora (Família Sacculosporaceae), e Entrophospora (gênero incertae saedis).
Obs.: espécies que formam esporos dentro do pescoço do sáculo eram incluídas no gênero Entrophospora, cujas espécies tem sido transferidas para outros gêneros baseado em evidências moleculares.
GIGASPOROIDE: esporo gigasporóides são caracterizados por serem formados terminalmente numa hifa suspensora com uma célula bulbo esporógena. Organismos formando esporos gigasporoides são restritos a família Gigasporaceae na Ordem Diversisporales.
Gêneros que formam esporos gigasporoides: Gigaspora, Racocetra, Cetraspora, Scutellospora, Dentiscutata, Bulbospora, Intraornatospora, Paradentiscutata
AMBISPOROIDE: este modo de formação de esporo pode ser considerado uma variação do modo acaulosporoide pois ocorre a diferenciação de um sáculo esporífero previamente a formação do esporo. A diferença é que neste modo de formação, os esporos são formados na extremidade de uma ramificação (pedicelo) que se forma lateralmente ao sáculo esporífero. Este modo de formação é restrito a família Ambisporaceae na Ordem Archaeosporales.
Gêneros que formam esporos ambisporoides: Ambispora
Taylor, A., Walker, C. & Bending, G.D. 2013. Dimorphic spore production in the genus Acaulospora. Mycoscience. http://dx.doi.org/10.1016/j.myc.2013.03.001
- Morton, Bentivenga and Bever (1995)