Walker (1983) propôs uma terminologia padrão para ser adotada nas descrições das espécies de FMAs, baseado em distintos tipos de “paredes” as quais eram organizadas em diferentes “grupos de paredes” (A, B ou C). Chris Walker também apresentou um “murograma” para representar graficamente estas paredes e sua organização em grupos. No artigo original publicado na Mycotaxon, são reconhecidas as paredes unitária, laminada, evanescente e membranosas. Outros tipos de paredes foram propostas posteriormente por outros autores a medida que novas espécies foram descritas: parede expansiva, amorfa, coriácea, entalhada e germinativa.
1) Parede Unitária: uma parede rígida, com uma camada apenas, claramente distinta das outras e consistente entre esporos no mesmo estágio de maturidade dentro de uma espécie. Descrita por Walker (1983).
2) Parede Laminada: uma parede rígida formada de várias camadas que vão sendo depositadas a medida que o esporo amadurece. Esta parede terá um número de camada que vai aumentando a medida que o esporo envelhece. Descrita por Walker (1983).
3) Parede Evanescente: uma parede laminada ou unitária que se degrada e cai a medida que o esporo amadurece. Descrita por Walker (1983).
4) Parede Membranosa: uma parede muito fina, geralmente sem cor, que frequentemente fica enrugada e colapsa em soluções hipertônica. Sendo flexível, ela geralmente não se quebra quando o esporo é quebrado. Descrita por Walker (1983).
5) Parede Coriácea: parede sem cor que é mais espessa que a parede membranosa, mas também é flexível e desta forma difícil de se quebrar. Tem uma aparência coriácea. Descrita por Walker (1986).
6) Parede Amorfa: uma parede sem cor e bastante plástica quando pressão é aplicada para quebrar os esporos em montantes ácidos como PVLG ou lactofenol. No Melzer, reage fortemente tornando-se vermelho púrpura. Descrita por Morton (1986).
7) Parede Entalhada (notched): uma parede caracterizada pela aparência angular e regular das margens da parede em esporos quebrados. A margem consiste de uma série de entalhes retangulares e em forma de V com muitos ângulos retos. Descrita por Koske e Gemma (1995).
8) Parede Expansiva: uma parede que se expande marcadamente e produz estrias em alguns meios de montagem como PVLG ou ácido lático. Descrita por Berch e Koske (1986).
9) Parede Germinativa: parede mais interna que ocorre apenas nos esporos de Gigaspora. Fenótipo é similar as camadas de uma parede laminada mas possui protuberância em forma de verrugas ou papilas que são diferenciadas antes da germinação do esporo. Descrita por Spain et al. (1989).
Referências:
Berch, S.M. & Koske, R.E. 1986. Glomus pansihalos, a new species in the Endogonaceae, Zygomycetes. Mycologia 78:832-836.
Koske, R.E. & Gemma, J.N. 1995. Scutellospora hawaiiensis: a new species of arbuscular mycorrhizal fungus from Hawaii. Mycologia 87:678-683.
Spain, J.L., Sieverding, E. & Schenck, N.C. 1989. Gigaspora ramisporophora: a new species with novel sporophores from Brazil. Myco- taxon 34:667–677
Morton, J.B. 1986. Three new species of Acaulospora (Endogonaceae)from high aluminum, low pH soils in West Virginia. Mycologia78:641–648
Walker, C. 1983. Taxonomic concepts in the Endogonaceae: spore wall characteristics in species descriptions. Mycotaxon 18:443-445.
Walker, C. 1986. Taxonomic concepts in the Endogonaceae. II. a fifth morphological wall type in endogonaceous spores. Mycotaxon18:443–455