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Uma Aventura Americana

 

Estávamos os dois nos Estados Unidos. Você vinha na frente de uma manifestação que avançava sobre a Casa Branca para protestar contra a política do Bush. Eu, não sei bem como, fazia parte da  protecção  da  Casa  Branca. Houve uma grande confusão. Os pneus do carro onde você vinha rebentaram e você foi lançada ao ar e caiu nos meus braços. A CIA começou a disparar sobre nós

 e corremos para o lado dos “politicamente correctos” que, inicialmente, nos acolheram muito bem, mas que me marginalizaram completamente quando emiti as primeiras ideias próprias. 

 

Houve, então, o grande apagão (acabou a electricidade)  não passageiro, mas definitivo, que se estendeu a todos os Estados Unidos.  Foi patético ver  as  pessoas a tentar falar pelos telemóveis sem o conseguirem.  A vida tornou-se muito difícil.  Felizmente,  havia ainda uns índios que conheciam e ensinaram as maneiras de viver antes da electricidade.  Mas, sem os bisontes, a sobrevivência era difícil.  Aproveitando a globalização, os chineses começaram a comprar fábricas na costa Oeste e a impor normas de trabalho chinesas.  Para sobreviver, parte da população (e nós com ela)  deslocou-se para a costa Este do Canadá  onde, devido às protecções impostas pelos ecologistas nos últimos anos, a população das focas tinha aumentado extraordinariamente.

 

Durante uns tempos, sobrevivemos com base na caça das focas, mas a população das focas começou também a diminuir.  Com a diminuição  das focas, os bacalhaus, que  quase tinham sido extintos com o aumento das focas, começaram a aumentar, e um pequeno país europeu, Portugal, começou, de novo, a enviar  aos bancos do Canadá  os seus barcos à vela (devido à crise energética) para pescarem o bacalhau à linha.  Conseguimos entrar em contacto com eles  e regressamos à Europa num barco à vela  como é próprio de bons marinheiros que somos.