FORMA+AÇÃO
FORMA+AÇÃO
O Forma+Ação refere-se a um programa de formação continuada ofertado aos docentes da Rede Municipal de Ensino de Joinville. É constituído como um espaço para que o professor confronte teorias com sua prática, amplie seus conhecimentos e possa trocar experiências, de modo a buscar a melhoria contínua da sua prática pedagógica e o desenvolvimento profissional.
O programa prevê a oferta de formação continuada centrada no conhecimento pedagógico do conteúdo, definidas a partir das reais necessidades dos professores, conectadas ao currículo e aos resultados das avaliações externas, no uso de metodologias ativas, organizada por etapa de ensino e/ou componente curricular, com encontros presenciais mensais em dias da semana específicos.
A formação continuada é um elemento essencial para o desenvolvimento profissional docente, bem como para o aperfeiçoamento de competências e habilidades impulsionadas por demandas advindas das transformações educacionais, sociais e tecnológicas vivenciadas ao longo do tempo e da profissão.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB estabelece a formação continuada como requisito obrigatório para o desenvolvimento dos professores. No cenário nacional, observa-se algumas tentativas para instituição de programas de formação continuada aos professores nas últimas décadas, porém sem constância e perenidade para alavancar a melhoria da educação.
Na Rede Municipal de Ensino de Joinville, o cenário não era diferente. Conforme pesquisas desenvolvidas por Menslin (2014) e Silva e Hobold (2019), a Secretaria de Educação não possuía um planejamento de ações formativas em rede, bem como a quantidade de cursos oferecidos não atendia a demanda dos professores, tratando-se apenas de formações individuais e pontuais.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018, p. 28), “a formação continuada é fundamental para assegurar que os profissionais da educação estejam preparados para implementar as mudanças curriculares e propostas pedagógicas”, articulando o conhecimento do conteúdo ao conhecimento pedagógico do conteúdo.
Nesta direção, em 2020, o Conselho Nacional de Educação homologou a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada), instrumento normativo que estabelece diretrizes e competências para que as redes de ensino elaborem uma política de formação continuada sistêmica e coerente, superando modelos fragmentados de desenvolvimento profissional, visando aprimorar a qualidade da educação em todo território nacional.
Como mencionado anteriormente, no âmbito da Secretaria de Educação não havia ações permanentes de formação de professores, tão pouco um diagnóstico acerca das necessidades formativas e um direcionamento da proposta pedagógica mediada pelo professor e pela escola em função do ensino e da aprendizagem. Nesse contexto, a partir de 2021 a Rede Municipal de Ensino inicia um processo de estruturação e oferta de formação continuada aos professores da rede, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade do ensino.
A política de formação continuada tem como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento profissional dos professores da Rede Municipal de Ensino de Joinville de forma contínua e colaborativa, buscando a melhoria da aprendizagem dos estudantes e a valorização docente.
O programa é concebido com vistas a efetivação de processos que permitam a ressignificação das práticas pedagógicas e das interações formativas no espaço da escola, assim, o programa Forma+Ação tem como objetivos mais específicos:
Desenvolver ações sistêmicas que favoreçam o aperfeiçoamento contínuo do trabalho docente, por meio de reflexões teóricas e práticas, além da ampliação de conhecimentos e trocas de experiências que promovam a valorização do professor e a aprendizagem dos estudantes.
Assegurar que os professores tenham acesso a conhecimentos didático-pedagógicos para o pleno exercício de sua profissão e desenvolvimento das competências docentes.
Desenvolver habilidades e competências para a inovação pedagógica, bem como o uso consciente, crítico e responsável das tecnologias digitais.
Fomentar, por meio de processos formativos, a visão compartilhada das políticas educacionais da rede municipal.
Contribuir para a melhoria dos indicadores educacionais do município.
O primeiro passo para criação do programa Forma+Ação foi estruturar uma área na Secretaria de Educação responsável pelo planejamento das políticas e programas de formação continuada, bem como a operacionalização e monitoramento da oferta. De forma sintética, a figura abaixo ilustra como o processo de formação continuada foi implementado:
Fonte: boas práticas de implementação de formação continuada (Movimento Profissão Docente)
Atualmente, há na Secretaria de Educação uma área responsável pelo currículo e formação da Educação Infantil e o ciclo alfabetização, e outra do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental, permeando o currículo e a formação de todas as etapas e componentes curriculares que compõem o currículo da rede. Ambas dialogam para que a proposta pedagógica do território seja implementada considerando todo o percurso formativo do estudante.
DIAGNÓSTICO POR MEIO DE PARCERIAS
Para garantir a oferta de formação continuada e ter êxito no processo de implementação da política da rede, a Secretaria de Educação buscou parceiros técnicos para colaborar com a expertise e experiências de outros estados e municípios. Entre eles, destaca-se o termo de colaboração assinado com o Movimento Profissão Docente (PD), cujo objeto buscou fortalecer a capacidade institucional da secretaria em relação à oferta de programa de formação continuada.
Como ponto de partida, o PD em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação e Economia Social (LEPES) realizou um diagnóstico das condições institucionais para oferta de formação continuada observando os seguintes critérios: princípios orientadores para o planejamento e oferta das formações, modalidades de oferta e abrangência, coerência com o documento curricular, metodologias formativas centradas na prática docente, mentoria e suporte para os formadores, acompanhamento e avaliação das formações e por fim, os recursos direcionados à formação. Os resultados do diagnóstico foram basilares para a construção da política de formação, bem como desenvolvimento de protocolos para a formação continuada.
De forma concomitante, também em parceria com o PD, foi realizado um outro diagnóstico para tratar das regras e processos de alocação de professores, buscando o aprimoramento e adequação da força de trabalho para garantir tempo dos professores para formação dentro e fora da escola. Esse estudo foi fundamental para a tomada de decisão em relação à oferta de formação.
Além disso, definir competências e habilidades associadas a boas práticas de ensino que demonstram impacto na aprendizagem dos alunos foi um passo essencial para identificar as necessidades formativas dos professores e orientar a elaboração das trilhas formativas. Para isso, foi criado um grupo de trabalho para definir os referenciais profissionais docentes da rede, documento que os professores precisam saber e serem capazes de fazer para uma atuação profissional focada no desenvolvimento e aprendizagem dos seus estudantes. Esse documento deve estar em consonância com as competências gerais docentes previstas na BNC-Formação.
FORMAÇÃO DA EQUIPE
Em paralelo aos diagnósticos, deu-se início a formação da equipe de formadores da rede. Inicialmente, a equipe foi formada com técnicos lotados na secretaria e professores com carga horária parcial lotados na escola, mas com parte da carga horária destinada à formação. Em 2022, com a aprovação da Lei nº 9.214/22, foram criadas funções gratificadas de assessoria técnico-pedagógica para atuação na Secretaria de Educação. Parte dessas funções foram destinadas à equipe de formação e outros professores com experiência compuseram o quadro de formadores.
Com a estruturação da equipe, buscou-se uma formação inicial aos formadores que, assim como os professores, necessitam de desenvolvimento profissional. Para isso, houve o apoio do programa Formar da Motriz para realização de um curso para o desenvolvimento das competências de formadores para atuação em ambientes presenciais e online.
INÍCIO DA FORMAÇÃO
A oferta de formação continuada ocorreu de forma escalonada e em diferentes formatos. Em 2021, primeiro ano de implementação, a formação foi intensa aos professores alfabetizadores, dada a necessidade da rede em alinhar os processos de alfabetização, e aos profissionais de Educação Física, ambas realizadas com instituições parceiras.
A partir de 2022, foram iniciadas formações com todos os professores, também em diferentes formatos. Os profissionais da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental tiveram formação no formato EaD com momentos síncronos em parceria com uma instituição externa. Já os professores dos anos finais iniciaram um processo formativo presencial, sendo o componente de Matemática e Língua Portuguesa de forma híbrida com encontros mensais e os demais componentes de forma híbrida.
Além disso, foi instituído no calendário escolar a Parada Pedagógica, momentos nos quais todos os alunos são dispensados para uma ação formativa em rede. Esses dias não são contabilizados como letivos e o número de paradas pedagógicas varia de acordo com o calendário civil, em razão de números de feriados, data de início e término do ano letivo, entre outros.
Em 2023, foi mantido o formato de oferta a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, e ampliada a oferta presencial mensal aos professores de componentes curriculares. Já em 2024, foram mantidas parcerias para a oferta de formação aos professores da Educação Infantil e anos iniciais, contudo, de forma híbrida, com encontros presenciais e momentos síncronos. Para os anos finais, foram mantidos os encontros presenciais mensais aos professores de Matemática e Língua Portuguesa e híbrido aos demais componentes curriculares, mantendo encontros presenciais e online de forma alternada.
Para oportunizar os encontros presenciais, a rede organiza por ano/etapa e componente curricular a formação de professores. Para aumentar a flexibilidade no processo de atribuição das aulas, a rede optou por ofertar para cada ano e/ou componente curricular dois dias de formação. Desse modo, a secretaria oferta quatro turmas de formação para cada ano e/ou componente curricular (dois dias, dois turnos).
Os encontros mensais constituem como espaço para os professores explorarem recursos educacionais e práticas pedagógicas diversas, a partir das trilhas formativas elaboradas pelos formadores, de maneira alinhada ao currículo e ao resultado das avaliações de cada componente curricular ou ciclo/ano.
Para que haja coerência na elaboração dessas trilhas, criou-se um guia de orientações para a construção e aplicação de formação continuada na Rede Municipal de Ensino de Joinville, cujo fluxograma pode ser consultado nos documentos de referência. Para cada encontro há uma avaliação de satisfação e a rede fez um piloto de avaliação de impacto de um processo formativo.
PRINCÍPIO ORIENTADORES GERAIS PARA OFERTA DA FORMAÇÃO CONTINUADA
Na prática, a formação acontece articulada aos princípios norteadores que regem a formação continuada de professores, que possui as seguintes características: foco no conhecimento pedagógico do conteúdo, uso de metodologias ativas de aprendizagem, trabalho colaborativo entre pares, duração prolongada da formação e coerência sistêmica.
Além disso, as ações formativas são organizadas em torno de um tripé educacional que sustenta a aprendizagem dos estudantes, constituído pelo currículo, em especial, os Mapas de Progressão da Aprendizagem, diretriz curricular que apresenta as expectativas de aprendizagem a serem desenvolvidas a cada trimestre, pela avaliação da aprendizagem e a pelo próprio processo de formação continuada.
Reconhecendo a importância de atender as necessidades e particularidades formativas dos professores de acordo com a etapa de ensino em que atuam e o componente curricular com o qual trabalham, os docentes foram divididos em turmas de formação específicas.
A formação acontece dentro da jornada de trabalho dos professores, onde é reservada a carga horária mínima de quatro horas semanais agrupadas para a formação continuada que acontece mensalmente de forma presencial ou síncrona. Durante o ano letivo, são reservados no calendário escolar momentos de parada pedagógica, sem prejuízo aos dias letivos, em que todos os professores se reúnem para uma jornada formativa de pelo menos oito horas.
Na Rede Municipal de Ensino de Joinville há diferentes jornadas de trabalho dos professores, em especial, dos especialistas. Para compor a carga horária formativa foi elaborado e divulgado um documento para orientar a participação dos professores e atender as especificidades daqueles que atuam com carga horária inferior a 40h, haja visto que as ações formativas possuem carga horária igual ou superior a 40h.
Outras ações formativas, como seminários, cursos, palestras, entre outros, são realizadas no decorrer do ano letivo para ampliar o repertório de conhecimento dos professores, fomentar a troca de experiências e oportunizar momentos de auto desenvolvimento profissional docente.
ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA AOS PROFESSORES
Profissionais envolvidos e a formação dos formadores
Os formadores são selecionados entre os professores da rede, preferencialmente servidores do quadro do magistério. De forma geral, há uma dupla de formadores responsáveis por uma trilha formativa, um deles com dedicação exclusiva à formação de professores, e o outro com possibilidade de carga horária parcial, concomitante à atuação em sala de aula ou com atuação na função de técnico pedagógico na Secretaria de Educação.
Os formadores são responsáveis pela execução do programa de formação, elaboração das trilhas, pautas e outras ações formativas, mentoria de professores e também são responsáveis pela elaboração dos Mapas de Progressão da Aprendizagem, documentos que indicam a priorização do currículo trimestralmente, considerando expectativas de aprendizagem, habilidades e descritores por etapa e componente.
É responsabilidade da Secretaria de Educação acolher esses profissionais, com orientações mais detalhadas sobre a atuação enquanto formador da rede, bem como providenciar formações específicas e acompanhamento pedagógico visando a profissionalização da sua atuação e seu desenvolvimento profissional.
Entre os temas essenciais para trabalhar na formação dos professores, destaca-se: reflexão sobre o papel e as competências de formador(a), conceitos da aprendizagem de adultos profissionais, critérios de qualidade para as formações de professores e metodologias ativas na formação docente. Para isso, é essencial identificar quais as necessidades do grupo.
Vale mencionar que as parceiras, com ou sem repasse de recursos financeiros, podem auxiliar o escalonamento da formação continuada a um grande número de professores. Para atender ao número elevado de professores, nas paradas pedagógicas, a secretaria conta com a participação de multiplicadores - professores, supervisores, entre outros - que são preparados com antecedência para aplicação de uma pauta unificada a um determinado grupo de professores.
Tempo e espaços para a formação
Para garantir a participação dos professores no momento coletivo de formação são enviadas anualmente para as unidades escolares orientações para elaboração do quadro de horários dos professores para o ano subsequente. No documento, há uma determinação para não atribuir aulas em um dia específico da semana. Por exemplo, no caso dos professores de Matemática, o gestor escolar tem flexibilidade para não atribuir aula na segunda ou quarta-feira em um dos turnos de aulas.
Cada ano ou componente curricular tem pelo menos quatro opções para não atribuir aulas e garantir o tempo de formação ao professor. Esse modelo busca apoiar o gestor da unidade no momento de elaboração do horário de aulas dos professores.
Os gestores escolares são fundamentais no movimento de valorização da formação docente. Nesse sentido, a secretaria busca reforçar junto a esses profissionais a importância da formação continuada na melhoria da qualidade das práticas pedagógicas e dos índices educacionais.
Vale ressaltar que o calendário anual de formação estabelece as datas para os encontros formativos do ano, com todas as turmas de formação previstas. A equipe se organiza para fechar o calendário do ano seguinte ainda em dezembro para apresentação e validação junto aos gestores escolares. A rede optou pela divulgação mensal do cronograma, sempre no mês anterior às formações com as datas para o mês seguinte.
Organizados os tempos para a formação continuada, é essencial buscar ambientes propícios para a oferta dos encontros formativos, bem como para a aprendizagem dos professores. Para isso, os formadores precisam levar em conta as atividades e metodologias propostas na pauta formativa, o tamanho da sala em relação ao quantitativo de participantes, a disposição do mobiliário, acessibilidade, localização e os recursos materiais disponíveis, como equipamento de projeção e de som, além de acesso à internet.
No que diz respeito à questão dos espaços para as formações presenciais, a secretaria busca alternativas, como espaços disponíveis em unidades escolares, universidades ou locais de eventos para oferta da formação, tendo em vista que atualmente não conta com um centro de formação próprio. Para as formações síncronas e assíncronas utilizamos as ferramentas Google Classroom e Google Meet.
Organização das turmas formativas
Como já mencionado, as formações são oferecidas por ano e componente curricular, o que permite a abordagem de temas específicos alinhadas às necessidades e desafios de cada grupo de professores. Com a estruturação do calendário formativo e do cronograma de formações, o gestor organiza o horário do professor que participa dos momentos formativos conforme designado pela escola.
As turmas são heterogêneas e com número de participantes que varia entre os grupos, o que desafia o planejamento e execução das pautas formativas pelo formador.
Elaboração e validação da formação
No que tange o processo de elaboração das trilhas e pautas formativas, são considerados alguns aspectos importantes, discutidos na seção dos princípios orientadores gerais para oferta da formação continuada. Vale ressaltar que os formadores devem conhecer os resultados das avaliações externas, identificar as necessidades formativas dos professores com base nos referenciais docentes da rede e articular esses dados com as políticas institucionais da rede para elaborar suas trilhas formativas.
A trilha formativa explicita os conhecimentos, habilidades e competências a serem desenvolvidas pelos professores, e define o caminho formativo a ser percorrido, indicando o que será abordado em cada encontro e como eles se conectam entre si. As trilhas formativas são pensadas de maneira articulada aos Mapas de Progressão das Aprendizagens com vistas a responder o seguinte questionamento: o que é esperado que os professores desenvolvam ao longo do processo formativo?
Na formação, são abordadas as expectativas de aprendizagem e habilidades com as quais os professores são orientados a trabalhar junto aos estudantes durante o ano letivo, tendo como referência os dados das avaliações de aprendizagem dos alunos. Para cada encontro são elaboradas as pautas formativas que devem ser planejadas de maneira a abranger as atividades previstas, os recursos necessários, as discussões propostas e o referencial teórico relevante para cada encontro.
A elaboração das pautas formativas visa assegurar a entrega de uma formação de qualidade, alinhadas com os objetivos estabelecidos pela trilha formativa e cuidadosamente planejada em relação ao tempo, materiais e recursos disponíveis. As pautas são revisadas de forma colaborativa entre os pares e a aplicação do encontro é observada por outro formador a fim de obter contribuições de achados positivos e pontos de melhorias.
Incentivos para engajamento dos professores
Na rede, um dos incentivos para a formação continuada é a organização dos encontros formativos durante a jornada dos professores. Além disso, eles recebem certificados pela participação nos encontros formativos organizados pela Secretaria de Educação que podem então ser utilizados para progressão na carreira.
Há também uma quantidade mínima de horas de formação continuada anual que deve ser cumprida pelos professores para estarem aptos a receber a gratificação prevista no Programa de Valorização por Resultados na Aprendizagem.
Monitoramento e avaliação da formação
A avaliação de cada encontro formativo traz informações relevantes para repensar os encontros seguintes. Neste sentido, ao final de cada encontro são aplicados formulários de avaliação da satisfação da formação.
Para acompanhar os resultados dessas avaliações, foi criado um Power BI, painel de monitoramento do programa, que sistematiza as informações sobre a presença dos professores nas formações e a percepção deles sobre a formação ofertada. Esse painel é atualizado automaticamente mediante novas respostas nos formulários de avaliação dos encontros e organiza os dados por componente curricular e/ou etapa de ensino. Desse modo, a gestão do programa e os formadores podem acompanhar de maneira simples e imediata os dados coletados e então tomar medidas para melhorar a oferta da formação continuada e o engajamento dos professores.
Além disso, em momentos de reflexão pós-encontros, os formadores identificam o que deu certo e o que ainda pode ser melhorado, levando em consideração, as percepções dos professores, multiplicadores, supervisores, buscando qualificar o processo de formação continuada.
Ao final do processo formativo, uma avaliação mais robusta, como avaliações de impacto e resultados das avaliações externas, permitem avaliar se os objetivos da trilha foram alcançados e quais fatores contribuíram mais ou menos nesse processo, servindo de base para desenho de melhores trilhas formativas para os professores.
Em 2024, o programa Forma+Ação garantiu um processo formativo para 100% dos professores da rede durante a jornada de trabalho com horários específicos reservados para o desenvolvimento profissional. Além disso, há um alto índice de satisfação das formações ministradas pela Secretaria de Educação, com NPS (Net Promoter Score) médio acima de 75 em 2023 e que repete-se em 2024 em vários anos/componentes. O resultado positivo também se reflete nos comentários descritos pelos professores nos formulários de avaliação e na alta taxa de participação nos encontros mensais.
Entre os resultados positivos, destaca-se o desenvolvimento de competências docentes alinhadas às necessidades formativas dos professores, aos resultados das avaliações externas e das políticas institucionais da Secretaria de Educação que podem ser observados a partir das trocas de experiências e no planejamento dos professores.
Pode-se afirmar ainda que os professores que participam das ações formativas oferecidas pela Secretaria de Educação apresentam melhorias na prática pedagógica. Em 2023, foi realizada uma avaliação de impacto das formações de Língua Portuguesa ofertadas aos professores e constatou-se que os docentes incorporam elementos experienciados durante a formação em sala de aula, em especial, recursos educacionais digitais.
A Rede Municipal de Ensino de Joinville tem se destacado como referência no que diz respeito à implementação de processos de formação continuada. Um exemplo disto são as ações publicadas no documento “Boas práticas de implementação de formação continuada”, lançado pelo Movimento Profissão Docente em 2024.
A formação continuada tem foco no conhecimento pedagógico do conteúdo, estruturada a partir da homologia de processos e tematização da prática, com uso de metodologias ativas e coerência sistêmica.
As necessidades formativas são analisadas em conjunto com os resultados das avaliações existentes e as prioridades estabelecidas no planejamento estratégico da rede.
O processo formativo é estruturado a partir das demandas reais do ambiente educacional, em busca de um impacto positivo e relevante na qualidade do ensino oferecido aos alunos e na melhoria dos indicadores educacionais da rede.
Há uma área dedicada a pensar toda a oferta de formação continuada de professores da rede com formação permanente dos profissionais que formam os professores.
O planejamento das pautas formativas está conectado ao desenvolvimento de competências digitais dos professores.
Para ganhar escala, são utilizados diferentes formatos (presencial, online, híbrido) para oferta da formação, contratação de parceiros com ou sem transferência de recursos, parcerias com instituições de ensino superior e desenvolvimento de multiplicadores da própria rede.
Implementar uma proposta de formação continuada de forma gradual, por componente curricular ou etapa de ensino, permite consolidar o conhecimento sobre o processo e amadurecer as condições de implementação antes de abranger um número maior de professores.
Pensar em estratégias para que os momentos de formação dos professores não sejam realizados em detrimento da garantia de aula dos alunos ajuda a não prejudicar o tempo de interação entre professores e alunos, nem a quantidade mínima de dias letivos do ano.
Flexibilizar o cumprimento da carga horária formativa aos professores que não possuem dedicação integral a rede de ensino pode ser uma estratégia que evita que a equipe diretiva e pedagógica da escola façam substituição em sala de aula para viabilizar a participação dos professores em formação.
Estruturar a equipe de formadores ou buscar parcerias é fundamental para que as especificidades de formação para cada ano ou componente curricular sejam contempladas, caso não seja possível, é necessário priorizar determinados componentes curriculares ou etapas escolares, a depender dos recursos disponíveis, com possibilidade de alternância ou ampliação nos anos seguintes.
Distribuir as pautas formativas de maneira sustentável ao longo do período planejado, com a possibilidade de aprofundamento das temáticas sem esgotar o tema em um único encontro formativo evita a sobrecarga dos professores.
Firmar parcerias com instituições de ensino superior ou outros locais com disponibilidade de salas pode suprir a necessidade de espaços físicos para as formações
Estabelecer processos de comunicação assertiva e eficazes com as equipes pedagógicas das unidades escolares e professores fortalece a confiança dos profissionais e as ações de formação continuada.
Abaixo, você encontra os principais documentos que poderão auxiliar na elaboração de políticas públicas semelhantes em seu município ou Estado.
Lei de Diretrizes e Bases Nacional (Lei nº 9394/1996): trata da necessidade de formação dos profissionais da educação. (acesse aqui)
Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014): a meta 16 trata da garantia a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. (acesse aqui)
Plano Municipal de Educação (Lei nº 8.043/2015): dispõe sobre a implementação de políticas de formação continuada aos profissionais da educação. (acesse aqui)
Política de Bem-Estar, Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e Valorização dos Profissionais da Educação (Lei 14.681/2024): estabelece a necessidade de promoção do desenvolvimento de competências individuais e organizacionais por meio de capacitação e qualificação que possibilitem o desenvolvimento pessoal e profissional, além da promoção de troca de experiências pedagógicas entre os profissionais da educação. (acesse aqui)
Valorização dos profissionais da educação escolar básica pública (Lei 14.817/2024): prevê a oferta de formação continuada para a atualização dos profissionais da educação escolar básica pública. (acesse aqui)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (Resolução CNE/CP nº 1/2020): resolução do Conselho Nacional de Educação que institui a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica - BNC-Formação Continuada. (acesse aqui)
Portaria 381/2024: documento que normatiza as orientações para a participação nas formações, de acordo com cargo e lotação, dos profissionais da secretaria de educação. (acesse aqui)
Fluxo para oferta das trilhas formativas: apresenta o fluxograma desenhado para oferta das trilhas formativas em diferentes formatos. (acesse aqui)
Orientações para elaboração do quadro de horários: documento que orienta os gestores para elaboração do horário de aulas com bloqueio de horários específicos para a formação continuada durante a jornada de trabalho. (acesse aqui)
Calendário anual de formação: documento que permite a organização da oferta anual de formação continuada. (acesse aqui)
Informativo mensal: documento que comunica aos professores o calendário das formações do mês seguinte.(acesse aqui)
Pesquisa de necessidades formativas: modelo de formulário para coleta das necessidades formativas dos professores, realizado anualmente. (acesse aqui)
Trilha formativa: documento para elaboração das trilhas formativas. (acesse aqui)
Pauta formativa: orientações para elaboração da pauta formativa e o modelo da pauta utilizado pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville. (acesse aqui)
Avaliação de satisfação: modelo de formulário de avaliação dos momentos formativos. (acesse aqui)
Live Formação Continuada - Boas práticas, organização e apoio ao desenvolvimento profissional docente: live organizada pelo movimento Profissão Docente onde o secretário de educação apresenta o programa Forma+Ação. (acesse aqui)
E-book "Boas práticas de implementação de formação continuada": material desenvolvido pelo movimento Profissão Docente que apresenta o caso da rede municipal de ensino de Joinville. (acesse aqui)