Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia

Introdução 

Desde que Charles Fort começou a compilar dados sobre os estranhos acontecimentos que se verificam no planeta — dados publicados em O Livro dos Danados —, uma série de pesquisadores têm seguido nessa mesma direção. Louis Pawels e Jacques Bergier causaram sensação com seu O Despertar dos Mágicos, e Erich von Däniken pode ser considerado o responsável pela maior onda de interesse no assunto em todos os tempos, quando lançou seu livro Eram os Deuses Astronautas?, em 1968.

Depois disso, centenas, talvez milhares, de pesquisadores, alguns cientistas, outros jornalistas e outros ainda simples curiosos dedicaram-se a falar sobre o tema, procurando levantar a maior quantidade de fatos insólitos.

Este é um livro de um jornalista e curioso. Ele tem a proposta de reunir, de forma sintetizada, o maior número de informações obtidas a partir das pesquisas já realizadas na área do insólito, poderes mentais, acontecimentos inexplicáveis, paranormalidade... 


Apocalipse

Na Bíblia, representa a revelação sobre o final dos tempos, quando se dará a batalha final entre as forças do Bem e do Mal. Simbolicamente, afirma-se que significa a chegada de uma nova era e de um homem purificado. 

A noção de um final dos tempos tem acompanhado uma série de religiões e seitas ao longo da história, e ultimamente faz parte de mensagens que estariam sendo obtidas por alguns sensitivos, transmitidas por seres extraterrestres que estariam prestes a nos ajudar nos momentos difíceis pelos quais o planeta deverá passar. Fala-se de um arrebatamento, como na Bíblia, entendendo-se que os extraterrestres levarão da Terra alguns escolhidos e que o julgamento já estaria sendo feito. 


Atlântida

A lenda da Atlântida é, ao que tudo indica, a mais persistente e misteriosa entre os povos do mundo, já há muitos séculos. Milhares de obras foram dedicadas ao estudo da Atlântida, cuja existência, hoje em dia, nem sempre é considerada apenas uma lenda,  mas uma realidade. Os vestígios de relatos sobre um continente ou ilha gigantesca, situada em algum local do oceano, e que desapareceu numa catástrofe, são encontrados em povos do mundo inteiro, sob diferentes versões que mantêm entre si semelhanças assombrosas. No entanto, o relato mais conhecido sobre a Atlântida e o que surgiu pela primeira vez na literatura apareceu no Timeu e no Crítias, de Platão, aproximadamente em 380 a.C., no qual a sociedade atlante é relatada em detalhes tanto quanto à localização, quanto à forma de governo e sociedade, situando-a cerca de 9 mil anos antes de sua época. Via-se a Atlântida como uma civilização poderosa e com imensos conhecimentos filosóficos e científicos, um império que estendeu sua influência a todo o planeta e cujo fim trágico teria causado um grande choque. Estaria localizada no oceano Atlântico, entre o que é hoje a América do Norte e a Europa, a nordeste da América do Sul e a noroeste da África. 

James Churchward, um pesquisador que durante cinquenta anos perseguiu as provas da existência do continente da Lemúria, fala da existência da Atlântida como sendo muito mais antiga do que Platão contava. Diz-se que Henry Schliemann, o célebre arqueólogo descobridor de Troia, teria encontrado um dos papiros mais antigos do mundo, onde está escrito que o faraó Sent enviou uma expedição à procura de vestígios da Atlântida, de onde seus ancestrais teriam vindo, trazendo seus conhecimentos. Esta informação foi dada por Paul Schliemann, neto do arqueólogo, em 1912, quando teve acesso a uma série de trabalhos inacabados do avô. Ele não só havia descoberto peças onde se lia, em hieróglifos fenícios, uma inscrição referindo-se à Atlântida, como estabeleceu uma relação entre estas peças e fragmentos encontrados em Tiahuanaco, na América do Sul.

Os objetos foram analisados e sua composição mostrou que provinham do mesmo lugar. Henry Schliemann teria descoberto o papiro no Museu de São Petersburgo, o mesmo local onde também teria encontrado outro papiro, de autoria do historiador egípcio Maneton, que situava o reino da Atlântida num período aproximado de 16 mil anos a.C. Muitos pesquisadores parecem concordar com a hipótese de que a Atlântida poderia ter sido um grande centro, do qual emigravam povos em todas as direções. As semelhanças encontradas entre as civilizações dos egípcios e dos maias, em lados opostos do oceano, são impressionantes, chegando a ponto de possuírem diversas palavras em comum na pronúncia e significado, além de uma arquitetura muito próxima, especialmente no que se refere à construção das pirâmides. É comum referir-se também à escolha de Platão pelo nome Atlantis, que não é grego. Por outro lado, a palavra tolteca atlan significa "no meio da água". As lendas maias e incas referem-se a uma grande nação ou império que desapareceu no fundo das águas. 

Além dos relatos de Platão, mais recentemente surgiu uma série de relatos visionários, como o conhecido Edgar Cayce, e as narrativas provenientes da Sociedade Teosófica, elaborada por Helena Blavatsky. Fala-se, em termos de doutrinas ocultas, dos grandes conhecimentos psíquicos que os atlantes possuíram, descendentes de seres do céu, ou os Senhores da Chama de Vênus, que já haviam trazido a civilização para a Lemúria anteriormente. Os sacerdotes da Atlântida praticariam o psiquismo, aperfeiçoando-o como ciência, sendo capazes de prever o futuro em certas ocasiões e realizar curas. Uma civilização baseada não no material, como temos hoje em dia, mas no mental. 

Segundo a teoria ocultista, o final da Atlântida começou com uma terrível batalha entre os magos brancos e os negros, os últimos desviando-se para o lado negro da natureza e conjurando os elementais e formas de pensamento demoníacas. 


Casas Assombradas

Durante muito tempo, as casas e, principalmente, os castelos assombrados foram motivo de muitas histórias de terror. Hoje em dia, os fenômenos verificados nesses locais são estudados pela parapsicologia e enquadrados dentre dos fenômenos paranormais conhecidos. Costumam-se identificar quatro tipos de fenômenos principais que levam as pessoas que visitam ou moram nesses locais a sentir-se desconfortáveis ou assustadas: fenômenos auditivos, como todo tipo de ruídos, gritos, lamentações, sussurros, gemidos, barulho de móveis sendo arrastados e outros, o que nos remete à ideia clássica do fantasma arrastando correntes pelo castelo; fenômenos visuais, que vão desde luzes que acendem e apagam sem razão aparente, até objetos que mudam de lugar sem que ninguém os tenha tocado; fenômenos sensoriais, como odores sentidos em determinados pontos da casa, agradáveis ou não, assim como certos locais que apresentam alterações nítidas de temperatura, mais quente ou mais fria; e os fenômenos mais diretamente relacionados com o que se costuma chamar de fantasmas, que é a materialização de figuras de seres humanos ou animais. Todos esses fenômenos já foram devidamente registrados em pesquisas feitas em locais tidos como assombrados, registrados em fitas de áudio e vídeo. As explicações para a existência desses fenômenos são as mais variadas, baseadas em teorias ainda impossíveis de serem comprovadas. Em alguns casos, deve-se levar em consideração a possibilidade de alucinações causadas pela própria estrutura da casa. Em algumas pesquisas realizadas nos EUA, descobriu-se a possibilidade de que uma arquitetura que apresente alterações sutis nos enquadramentos e ângulos das construções pode levar as pessoas a sofrer problemas de alucinação e dificuldade de localização espacial. Já foi dito, inclusive, que uma casa totalmente "torta" foi propositadamente construída, nos EUA, e durante anos teve fama de ser mal-assombrada, o que implicou a publicação de livros de terror. As portas ou não fechavam direito ou jamais permaneciam abertas, com ligeiras inclinações; as paredes não completavam ângulos de 90 graus com o chão reto; os degraus das escadas possuíam tamanhos e inclinações variados, tudo contribuindo para deixar as pessoas que passassem algum tempo no local bastante desnorteadas, a ponto de causar alucinações. Nas casas onde os fenômenos comprovadamente ocorrem, alguns pesquisadores consideram, em muitos casos, a atuação de um agente, uma pessoa presente na casa, que possua capacidades paranormais desenvolvidas e que seja a responsável, consciente ou inconsciente, pelos fenômenos, inclusive pelas materializações. No entanto, muitos estudiosos entendem que apenas médiuns realmente poderosos são capazes de criar essas materializações, e eles não são tão facilmente encontrados. Em muitos desses locais assombrados, os fenômenos ocorrem seguidamente, com as presenças de pessoas de tipos variados, e seria demais se supor que, em cada grupo de pessoa que presencia os fenômenos, existisse pelo menos um médium capaz de provocá-los. Por outro lado, alguns pesquisadores acreditam que as capacidades paranormais estão amplamente difundidas entre a população, e que qualquer pessoa poderia provocar os fenômenos, mesmo inconscientemente... 

Outras teorias seguem a linha da sobrevivência dos espíritos num determinado local. Evidentemente, o espiritismo privilegia essa hipótese em detrimento da demais. Segundo esse pensamento, os espíritos ficariam presos a um determinado local, ou por terem experimentado momentos de grande felicidade ou grande infelicidade, repetindo ações iguais, sem perceber que já deixaram o plano terreno e, ao mesmo tempo, sem perceber que não se encontram totalmente num plano superior, espiritual. O fato de eles não interagirem ou reagirem à presença dos vivos e explicado justamente por não terem conhecimentos de já terem morrido. 

Atualmente a teoria do eletromagnetismo tem sido muito ventilada. Segundo os pesquisadores, campos eletromagnéticos muito intensos criam correntes elétricas no cérebro, fazendo com que as pessoas tenham experiências estranhas como sensação de que existe uma presença próxima a eles. Assim, atualmente uma das primeiras coisas que os investigadores fazem ao chegar a um local supostamente assombrado é medir a intensidade dos campos eletromagnéticos existentes no local. Diz-se também que estruturas construídas em granito — poderiam produzir esses campos, uma vez que se trata de material naturalmente radioativo. No entanto, alguns pesquisadores entendem que a questão não é tão simples e, mesmo reconhecendo que os campos eletromagnéticos de fato têm uma atuação decisiva no cérebro humano, eles não causam alucinações ou sensações de presença, mas têm capacidade de fazer com que a mente humana estabeleça uma conexão com outra dimensão, de certa forma abrindo passagens dimensionais e estabelecendo um contato verdadeiro com outros planos de existência.

Cientologia

Termo criado pelo norte-americano Lafayatte Ronald Hubbard (1911-1986), mais conhecido como L. Ron Hubbard. A história da cientologia — que se transformou na Igreja da Cientologia, hoje com milhares de adeptos em todo o mundo e famosa por atrair astros de Hollywood como John Travolta, Tom Cruise e outros — gira em torno dos estudos de Hubbard que, segundo sua biografia, começaram ainda na infância e teria estudado psicologia freudiana aos 12 anos. Aos 16, já estava viajando pelo mundo inteiro à procura de conhecimento, especialmente no Oriente. Ao voltar aos EUA, estudou matemática e engenharia e começou a desenvolver o seu método para decifra o processo do pensamento humano. Acabou abandonando os estudos formais e, em 1938, apresentou os resultados iniciais de suas pesquisas na obra chamada Excalibur. Nesta, disse que “toda a vida está tentando sobreviver e a vida é composta de duas coisas: o universo material e o Fator X. Esse Fator X é algo que evidentemente pode organizar e mobilizar o universo”. Serviu na guerra e foi internado com ferimentos sofridos em 1945, dando sequência às suas experiências com os companheiros de hospital. Procurou desenvolver uma técnica para desbloquear a mente de pacientes que não conseguiam responder ao tratamento com testosterona. Em 1949, escreveu A dinâmica da vida, trazendo os princípios básicos do tratamento, que inventou e que seria a base da dianética que, mais tarde, se desenvolveria na cientologia. É desta época que vem a briga constante da cientologia com a psicologia, considerada por ele e seus seguidores como um processo extremamente ineficaz. Seus manuscrito foi enviado à American Medical Association e à American Psychiatric Association, que o recusaram. Seu livro mais conhecido, Dianética: A ciência moderna da saúde mental, foi publicado em 1950. Já em 1954, era fundada a Igreja da Cientologia, em Los Angeles, e em 1956, já se espalhava por vários países. Hubbard abandonou o cargo de diretor-executivo e passou sete anos vivendo a bordo de um navio segundo ele para continuar seu trabalho sem quaisquer distrações. Os inimigos da igreja dizem que essa decisão foi tomada para que ele pudesse ficar livre dos processos, que estariam sendo movidos contra ele em diversos países.

O que a cientologia diz, basicamente, é que o homem é um ser espiritual e imortal, com sua experiência estendendo-se bem além de seu período de vida na terra. Suas capacidades são limitadas, apesar de não estarem totalmente despertas, uma vez que são limitadas por bloqueios criados por incidentes traumáticos, bloqueios conhecidos como engramas. Ao se eliminar esses engramas a pessoa se torna clear e, portanto, capaz de exercer suas capacidades em potencial máximo. Para realizar esse desbloqueio, Hubbard desenvolveu o processo chamado audição, uma sessão realizada na presença de um auditor que, ao contrário da psicanálise, apenas ouve o que a pessoa diz, sem interferir em momento algum e sem apresentar interpretações ou juízos sobre o que foi dito. A cientologia entende que a pessoa só pode melhorar e exercer essa potencialidade máxima se encontrar suas próprias respostas. Um aparelho, chamado e-meter, ou eletropsicômetro, ajuda na tarefa, identificando as áreas problemáticas. Segundo Hubbard entendia, a mente contém imagens e recordações de experiências passadas, e esses eventos contêm energia e massa passíveis de serem registradas pelo aparelho. Os níveis acima de clear são chamados teta, ou OT (operating thetan). Algumas pessoas com contato maior com a cientologia afirmam que ela chega a propor que as lembranças de vidas anteriores às quais algumas pessoas têm acesso têm origem numa enorme civilização galáctica, e que nós seríamos uma colônia perdida dessa civilização, de uma época em que a terra fazia parte de uma comunidade galáctica. Portanto, seríamos extraterrestres. Diz-se, ainda, que Hubbard começou a falar sobre esses assuntos após experimentar a morte clínica, época em que foi ferido na Segunda Guerra Mundial. No entanto, os frequentadores da Igreja da Cientologia, hoje em dia, não confirmaram esse aspecto da questão afirmando que cada pessoa tem de encontrar o seu próprio caminho e, se ela se considera um ser espiritual, pode ser que deseje buscar sua origem, e irá encontrá-la.

A Igreja da Cientologia foi bastante criticada, às vezes com acusações pesadas e maus-tratos e lavagem cerebral, como já ocorreu em outras igrejas e seitas no mundo. Matérias escritas em jornais e revistas importantes dos EUA e da Europa acusaram a igreja de obter dinheiro irregularmente dos seguidores, e algumas pessoas que abandonaram a igreja chegaram a abrir processos contra ela, alguns com quantias girando em torno de centenas de milhares ou milhões de dólares. Os membros da igreja negam essa apropriação de dinheiro, mesmo porque, dizem, existe uma regra mundial da igreja, que é a de devolver o dinheiro para qualquer pessoa que afirme não ter ficado satisfeita com o curso ou qualquer outro serviço oferecido. O IRS, o sistema de imposto de renda dos EUA, realizou uma investigação minuciosa nas contas da igreja, e nada encontrou de irregular. Os membros da igreja dizem que não é necessário ter fé para pertencer a ela, uma vez que ela não lida com dogmas, mas em procedimentos científicos desenvolvidos por seu fundador. Da mesma forma, a pessoa não precisa abandonar a sua religião para frequentar a cientologia, mas apenas estar disposta a estudar o material que lhe é fornecido.



Corpo Astral

O corpo astral é considerado uma espécie de cópia do corpo humano, porém composto por outro material, que se desprende do corpo físico durante o processo conhecido como projeção astral, deslocando-se livremente e tomando conhecimento de tudo o que o cerca, invisível ao olho humano, enquanto o corpo físico permanece em estado de repouso ou sono.


Duplo

Às vezes chamado simplesmente de projeção astral, ou vardogr, ou ainda bilocação. A característica do fenômeno é a aparição de um corpo "duplo" de um indivíduo, exatamente igual ao original, num local distante daquele em que ele se encontra.  Na religião católica, esse desdobramento involuntário (bilocação)geralmente atribuídos a grandes santos ou místicos, como os casos de Santo Antonio de Pádua, São Francisco Xavier e Santo Afonso Maria Ligório. Fala-se também da Mulher de Azul, a sóror Maria Coronel de Agreda, em alguns citada como Maria de Jesus de Agreda, que teria aparecido em dois lugares ao mesmo tempo cerca de quinhentas vezes entre os anos de 1620 e 1631. 


Espiritismo

Segundo os historiadores do espiritismo e dos fenômenos paranormais, o primeiro livro escrito sobre o assunto foi Dos espíritos e suas manifestações (1853), de autoria do marquês Charles Jules Eudes de Mirville. Segundo se diz, o marquês investigou fenômenos que ocorriam no presbitério de Cideville, e que hoje poderiam ser associados aos casos de assombrações ou poltergeist. Ele procurou estabelecer um tipo de comunicação com supostas entidades que se encontrassem no local, da mesma forma que as irmãs Fox estavam fazendo nos EUA. Mas, apesar do título do livro, Mirville acreditava que a movimentação de objetos e outros fenômenos que ocorriam no presbitério eram causados por demônios. 


Extraterrestres

A segunda metade do século XX foi marcada profundamente pela noção de possibilidade de vida extraterrestre e, especialmente, pela ideia de que os extraterrestres estão visitando a Terra com as finalidades mais diversas e, ainda, pela teoria de que sempre estiveram em contato com as civilizações do planeta, mesmo com as mais antigas culturas conhecidas e com algumas das quais só se tem conhecimento por lendas. 

O tema está diretamente relacionado om o fenômeno OVNI, uma vez que a suposição — ou fato, de acordo com algumas fontes de pesquisa e estudo — é que os OVNIs nada mais são do que naves espaciais vindas de outros planetas, e dirigidas por seres extraterrestres com tecnologia e inteligência superior à nossa. Uma das primeiras, ou talvez a primeira vez em que essa possibilidade foi mais abertamente considerada, ocorreu, provavelmente nas pesquisas de Charles Hoy Fort, publicadas no famoso O Livro dos Danados, em 1919.

A partir dos anos 60 se intensificaram os relatos de contatos telepáticos com seres extraterrestres. 

A ideia corrente ao final do século é a de que os extraterrestres já se encontram entre os humanos, ainda que não possam ser percebidos pela maioria de nós. As intervenções dos alienígenas só se tornaram mais popular a partir dos trabalhos de pesquisa do jornalista alemão Erich von Däniken, que começaram a ser publicados em livro em 1968, com o Eram os Deuses Astronautas?


Faculdade X

O escritor Colin Wilson, também filósofo e pesquisador do oculto e da parapsicologia, desenvolveu a sua tese da Faculdade X, dizendo que esta "é simplesmente o poder latente, possuído pelos seres humanos, de ir além do presente". Para ele, a Faculdade X explicaria todos os fenômenos estudados pela parapsicologia e todas as experiências místicas e poéticas lançando a mente humana para um contato com a realidade como nunca houvera antes. Seria realmente um sexto sentido, mas com um significado muito mais amplo do que normalmente se atribui a ele. Ele diz: "É engano pensar que a Faculdade X seja uma faculdade 'oculta'. Ela representa o poder de captar a realidade e de unir as duas metades da mente humana — a consciente e a subconsciente." E ainda: "Garantem-me que este lugar, aqui e agora, é bem mais real do que qualquer outro lugar ou tempo. Só em certos momentos de grande intensidade interior é que realmente compreendo que se trata de mentira. A Faculdade X é um sentido de realidade, a realidade de outros tempos e lugares. E é a posse desse sentido — por mais incerto e fragmentado que ele se apresente — que distingue os homens de todos os outros animais."

A teoria tomou forma em 1966, mas quem acompanhava o trabalho de Wilson tinha vislumbre desses pontos de vista dez anos antes, e foi uma parte importante de seus livros de ficção científica depois disso, como em Parasitas da Mente, onde imagina uma única fonte de poder para todas as mentes humanas, uma espécie de foco de energia, ao qual qualquer um pode ter acesso. Aqueles que conseguem despertar essa faculdade, mesmo que por alguns breves momentos, conseguem realizar os fenômenos ditos parapsicológicos — ou mesmo aqueles que estiverem ligados ao ocultismo ao longo dos séculos — ou se inspirar para realizar obras poéticas. 

O trabalho gigantesco de pesquisa e desenvolvimento dessas ideias encontra-se no livro O Oculto. Ainda que, posteriormente, o autor tenha renegado algumas de suas teorias ligadas à Faculdade X, ela continua sendo interessante e discutida por alguns pesquisadores. 


Fantasmas

Os fantasmas, aparições ou assombrações estão entre os fenômenos insólitos mais antigos e documentados de que se tem notícia. Apesar de ter sido bastante estudado pela parapsicologia não se tem ainda uma definição conclusiva sobre o assunto. Os espíritas e modernos estudiosos do oculto não concordam com o que conseguem apurar sobre o tema, e mesmo nos meios parapsicológicos existem algumas confusões nas definições do fenômeno. O mais comum é relacionar as aparições, e mais especificamente as assombrações, com locais específicos, as chamadas casas assombradas de que tanto se ouve falar na literatura de terror. O objetivo é distinguir entre os fantasmas que, provavelmente, estão sendo "produzidos" por seres vivos a partir de materializações inconscientes ou conscientes de ectoplasma, daqueles que surgem espontaneamente em determinados locais. É distinto, por exemplo, do poltergeist, cuja origem é atribuída à atuação inconsciente de um ser vivo. É costume se dizer que a característica mais conhecida e já verificada por observações exaustivas é o fato de que os fantasmas surgem sempre num mesmo local, em épocas precisas, e a aparição ter sempre a mesma duração. É uma representação mais ou menos completa de uma pessoa já morta, e se apresenta usando as mesmas roupas que a pessoa usava quando morreu, com uma aparência nebulosa. No entanto, alguns pesquisadores discordam, entendendo que o surgimento dos fantasmas não obedece a leis rígidas, podendo variar bastante tanto quanto à duração do evento como quanto à forma pela qual se apresenta.

A ideia que as lendas nos passaram, de fantasmas arrastando correntes e fazendo barulhos horrendos, tem sua razão de ser, uma vez que os ruídos são parte integrante das aparições, sejam passos, barulhos no chão, risos, choros, estrondos indefinidos. Uma das noções mais populares é a de que os fantasmas teriam sofrido, em sua vida na terra, uma morte violenta, ou com um desgosto psicológico e emocional intenso, e retornariam sempre ao local onde morreram, como espíritos, exatamente na data em que o evento ocorreu. Os parapsicólogos disseram que as assombrações são persistentes, mas não necessariamente periódicas. Existem muitos casos de fantasmas de pessoas vivas, já registrados em estudos sérios, que demonstram que um fantasma pode muito bem ser um tipo de materialização provocada por um agente distante pelos fenômenos conhecidos como telepatia, clarividência, e até mesmo por alucinações. Neste caso, o fantasma estaria mais próximo dos fenômenos registrados nas sessões de espiritismo ou nas experiências científicas com médiuns poderosos, capazes de criar formas a partir da modelagem inconsciente do ectoplasma.

Para aqueles que acreditam na vida após a morte e na manutenção de determinadas atitudes de quando estavam vivos, os fantasmas são mais facilmente explicáveis mas, da mesma forma como ocorre na parapsicologia nada foi provado nesse sentido, inda que, hoje em dia, algumas pessoas afirmam terem desenvolvido uma forma de comunicação com mortos por meio de aparelhos de televisão, câmeras fotográficas e computadores, na chamada transcomunicação instrumental.

Com relação ao termo "aparições", também relacionado ao surgimento de fantasmas, é mais comum ver-se aplicado às aparições religiosas. 

Os livros sagrados das religiões do mundo inteiro estão repletos de casos de aparições de deuses e entidades divinas. Na Bíblia, Deus se manifestou de várias formas para várias pessoas. Há uma série enorme de aparições de santos, que dão conselhos ou ordens a serem seguidas. Talvez a mais conhecida no mundo ocidental seja a aparição de Fátima, em Portugal, em 1917, quando se disse que a Virgem deu a conhecer, a três crianças, segredos relacionados com o futuro da humanidade. Não se fala muito, nos meios científicos, sobre os fenômenos das aparições religiosas. 


Geller, Uri (1946-)

Um dos mais famosos paranormais dos tempos modernos, o israelense Uri Geller se tornou famoso por suas apresentações em televisão do mundo inteiro, quando conseguia entortar talheres e outros objetos de metal com leves toques de dedo. 

Uma das características marcantes de suas apresentações é que muitas pessoas que estavam assistindo pela TV ou pelo rádio em suas casas também foram capazes de repetir o fenômeno e, em alguns lugares, objetos de metal se torciam sem que ninguém encostasse neles. 

Segundo algumas fontes, os fenômenos começaram a se manifestar na vida de Geller já aos três anos, quando ele teria visto um objeto luminoso no céu de Tel Aviv, descendo em sua direção, e um homem teria disparado um raio de luz em sua cabeça. Durante o tempo de estudo, demonstrava sua capacidade para os colegas, mas era ridicularizado, resolvendo guardar par si mesmo as experiências de telecinese que continuava executando. 

Somente em 1969, depois de ter servido o exército e sido ferido na Guerra dos Seis Dias, Geller começou a se apresentar publicamente em discotecas, universidades e teatros. Em 1971, começou um período em que esteve associado a Andrija Puharich. Nesse período, sua fama se estendeu a todo o mundo e, apesar da criticada alegação de que Geller estaria em contato com seres extraterrestres, Puharich e o astronauta Edgar Mitchell abriram as portas de várias Universidades e institutos de pesquisa. Foi assim que o médium chegou a realizar testes com os cientistas Russel Tag e Harold Puthoff, do Stanford Research Institute dos EUA. Lá,  apesar de não conseguir produzir o fenômeno de "entortar coisas" em condições controladas de laboratório, teve sua capacidade mais do que confirmada por outros testes mais sutis, e se verificou que era dotado também da capacidade telepática, ou de clarividência, sendo capaz de adivinhar objetos e desenhos ocultos. 

Na verdade, Geller conseguiu entortar objetos de metal, sendo até mesmo filmado, mas não sem encostar o dedo nos objetos, de modo que os cientistas não puderam comprovar se ele era muito forte e hábil na manipulação ou se estava ocorrendo um fenômeno real de psicocinética. 

A verdade é que Uri Geller arrebentou uma série de aparelhos de medição utilizados nas experiências, e foi o centro de uma série de "coincidências" paralelas às experiências em si, que deixaram os cientistas meio tontos, como eles próprios declararam. Ele também esteve na University of London realizando experiências com o professor David Bohm — um dos maiores teóricos da mecânica quântica e que trabalhou com Albert Einstein — e com Arthur Koestler, conseguindo influenciar a marcação de um contador Geiger. Geller também esteve com Werner von Braun na Columbia University, e participou de experiências na Kent State University, University of Los Angeles e Tokai Universty, em Tóquio. Nesta última, em 1984, Geller conseguiu apagar informações de uma fita de computador. Geller esteve no Brasil nos anos 70, realizando seus feitos na televisão e, como sempre, muitas pessoas que assistiam em casa reproduziram o fenômeno de entortar talheres. 

Geller foi bastante criticado por muitos cientistas, mesmo os da área específica da parapsicologia, e muitas vezes tido como farsante, mas tudo indica a existência de uma capacidade real, e impressionante, no campo das atividades paranormais. 


Karma

Entre as noções de religiões e filosofias orientais, a ideia do karma talvez seja a que mais tenha encontrado resposta no mundo ocidental. O termo tem origem no sânscrito karman e foi adotado pela filosofia hindu e budista para explicar a relação entre a causa e o efeito de uma determinada ação sobre o sujeito que a pratica. Dessa forma, chega-se à conclusão de que nada ocorre por acaso. Uma ação é provocada por outra anterior e, por sua vez, provoca uma reação consequente. A sucessão de acontecimentos, segundo esse pensamento, forma o karma.

A noção pressupõe um antecedente, que é a crença nas sucessivas existências da alma, ou a reencarnação, de modo que a série de acontecimentos que um sujeito experimenta em sua vida surge como consequência de atos e ações de sua vida anterior. Da mesma forma, as ações nessa vida irão determinar o andamento da próxima vida do indivíduo. A noção do karma coloca o ser humano, portanto, como o centro da ação, em relação direta com o divino, é verdade, mas como o único responsável pelo que ocorre em sua vida. Ele tem o poder de escolha. A Terra é chamada de karma-bhumi, a "esfera do karma", para onde as pessoas retornam após a morte e onde irão viver melhor ou pior, de acordo com a forma pela qual viveram antes. 

Os atos dos seres humanos se tornam responsabilidade deles próprios e a existência deixa de ser o resultado de uma concessão divina, de sacrifícios ou rituais mágicos e religiosos. Existem diferentes interpretações quanto à relação entre karma e a ação humana ou, em outras palavras, como se define o karma e a consequente vida do ser na Terra. Dessa forma, alguns dizem que o simples ato de pensar já implica a realização. Se um determinado ato surge no espírito da pessoa, é como se ele já estivesse cumprido, mesmo que a pessoa não venha a torná-lo real. É o que se costuma chamar de "maus pensamentos" ou a situação definida pela expressão "o que vale é a intenção". Essa forma implica a necessidade do domínio espiritual e mental para se manter na conduta correta, e é justamente por isso que outras pessoas entendem que é absolutamente necessário o cumprimento do ato. Os pensamentos podem ser maus, mas podem não ser transformados em atos ruins, o que significa que a pessoa, afinal, conseguiu se dominar e evitou a ação má.

Outra linha de pensamento entende que um ato só pode ser julgado bom ou ruim a partir de suas consequências, independentemente da intenção da pessoa no momento da ação, o que não deixa de ser estranho. Uma pessoa pode realizar uma ação má, com intenções más, e os resultados podem não ser ruins, devido a uma série de fatores que fogem ao seu controle. 


Mirabelli, Carmine (1889-1951)

Médium brasileiro, considerado entre os maiores do mundo, apresentando fenômenos de levitação, materialização, clarividência, precognição e outros. 

Mirabelli teve uma vida bastante complicada, e desde jovem teve problemas com seus poderes paranormais. As pessoas entenderam que os transes e problemas físicos que acompanhavam os fenômenos eram caso de loucura, e ele esteve internado no Juqueri, em São Paulo, até que Franco da Rocha percebesse que não se tratava de um caso de doença mental. 

O leque de fenômenos aos quais está associado chega a ser raro nos médiuns conhecidos no mundo. Também era capaz de pintar quadros dos mestres da arte, sem que jamais tivesse visto qualquer deles, uma vez que era homem de pouquíssima cultura. Os fenômenos de materialização que proporcionou estão entre os mais surpreendentes já registrados na história da parapsicologia, e a levitação era algo que ocorria com facilidade espantosa.  

Pesquisadores da Europa se interessaram por ele e foi convidado a viajar ao continente, onde foi pesquisado por cientistas de renome e jamais acusado de fraude. Diz-se que, mesmo quando não se encontrava em transe, era comum ocorrerem os fenômenos ao seu redor, como móveis que se moviam, objetos se quebrando ou voando. Também realizou inúmeros trabalhos de psicografia, escrevendo em mais de trinta idiomas, alguns deles idiomas mortos. 

Na época, Mirabelli também sofreu muito devido à incompreensão popular, tendo sido espancado por um grupo de populares em São Vicente, vaiado em São Paulo, e tendo sua casa apedrejada. 


Poltergeist

Um dos fenômenos estudados pela parapsicologia. Bastante comentado atualmente, tornou-se conhecido após o filme de Steven Spielberg, com o mesmo nome, ainda que nunca tenha sido registrado um caso de poltergeistcom a intensidade verificada no filme.

A explicação que propõe ser o poltergeist causado por espíritos foi muito comum no passado, mas hoje em dia já surgem novas propostas, ainda que, no espiritismo, essa noção ainda seja considerada.

O termo vem do alemão, significando "espírito brincalhão". Algumas traduções propõem "espírito ruidoso" ou "turbulento", já que os ruídos são uma das características do fenômeno. Ocorre de forma espontânea, o que o torna um dos mais difíceis de serem pesquisados cientificamente, e não se conhecem casos de manifestações depoltergeist que tenham sido produzidos em laboratório, sob controle científico rigoroso. Começam repentinamente, geralmente em residências, e terminam da mesma forma, e muitas vezes se assemelham mesmo a brincadeiras. Ocorrem deslocamentos de objetos, ruídos estranhos, quebra de objetos, e sempre quando as pessoas não estão olhando para o local em questão. Um traço notado nos estudos realizados a partir dos anos 50 foi a presença de uma pessoa na puberdade no local onde se verificam os fenômenos. 

A tendência atual é se creditar os fenômenos a um "ponto focal", ou seja, uma pessoa estaria produzindo os fenômenos a partir de capacidades paranormais conhecidas como telecinese ou psicocinese, inconscientemente.


Precognição

Termo utilizado pela parapsicologia para identificar o fenômeno de conhecer um acontecimento futuro sem deduções racionais obtidas a partir do conhecimento presente. 

As informações sobre o futuro se apresentam às pessoas das mais variadas formas: por sonhos, visões, estados de transe, intuições súbitas ou, como pretendem algumas linhas religiosas, por contatos com os espíritos dos mortos. Fácil de ser verificado: dada a precognição, espera-se que o evento descrito aconteça. 

Também conhecido como: premonição, predição, adivinhação, pressentimento, antevisão, vaticínio, profecias, e ainda presságio, pregnose, paragnose, palpite, prenúncio, presciência ou, simplesmente, pré-conhecimento. 

Precognição pelas cartas Zener. Nos testes para comprovar telepatia e clarividência, os pesquisadores depararam com alguns resultados estranhos, com índices de erros muito acima do normal, e puderam comprovar que as pessoas envolvidas estavam acertando as cartas que ainda iriam sair. Estavam, portanto, prevendo o futuro. Pressentimentos são classificados como precognição amenizada, em que o conhecimento futuro não chega por meio de uma visão clara. 


Profetas

Pessoas que possuem a capacidade de predizer acontecimentos futuros, às vezes bastante distanciados no tempo. Relacionado à precognição. Referem-se a acontecimentos grandiosos, como guerras, desastres naturais, morte de personalidades. Apesar das fraudes, há casos em que se podem acreditar como o Nostradamus. 


Psicofania

Fenômeno descoberto por Friedrich Jurgenson (   -1987), produtor cinematográfico e paranormal sueco. Ele ficou conhecido por suas pesquisas na área de gravação do que foi chamado de "vozes paranormais" ou psicofanias, em fitas magnéticas a partir de 1959.

As experiências tiveram origem num acontecimento casual. Diz-se que, ao ouvir as gravações que havia feito do canto de pássaros, ele percebeu a existência de uma voz humana. Atribuindo o fato a algum tipo de defeito, repetiu as gravações e novamente ouviu a voz, reconhecendo como pertencente à sua mãe, já falecida. A partir daí, elaborou pesquisas com Konstantin Raudone, Hans Bender e friedbert Karger. Ao que se sabe, Raudive foi mais longe nas pesquisas, realizando milhares de gravações.

Na visão do espiritismo, o fato é atribuído a alguns  tipos de comunicações entre os mortos  e o nosso mundo, da mesma forma como agora se fala em manifestações através de gravações em vídeo, com imagens dos espíritos, ou através de computadores. Mas a parapsicologia prefere entender o fenômeno de outra forma, acreditando haver uma interferência mental de algum tipo, provavelmente inconsciente, por parte de alguém que participe da experiência.

Ao contrário de outras comunicações com espíritos realizadas através dos médiuns, os cientistas que estudam as psicofanias dizem que as mensagens gravadas não transmitem qualquer lição de moral nem trazem qualquer informação importante, não se manifestando sobre a vida no mundo espiritual ou sobre questões de filosofia. As comunicações se referem mais a assuntos cotidianos e observações às vezes bem-humoradas sobre a situação dos seres humanos.

Sabe-se que no Brasil também foram realizadas gravações desse tipo, pela escritora Hilda Hist e George Magyary. Não existe qualquer teoria definitiva a respeito do fenômeno. Atualmente tem-se preferido utilizar o termo "transcomunicação instrumental" para definir essa forma de contato, ainda que ele esteja mais restrito ao âmbito do espiritismo.

Psicofotografia

Fenômeno ligado aos estudos da parapsicologia e também chamado de fotografia psíquica, que consiste na capacidade de impressionar uma chapa, papel ou filme fotográfico com o poder da mente, pela utilização de meios ou energia ainda desconhecidos.

No início do século, alguns cientistas franceses já levantavam a hipótese de que o espírito humano — que, neste caso, deve ser entendido como a mente humana e não como espíritos dos mortos — seria capaz de sensibilizar um material fotográfico, em algumas experiências sendo realizadas nesse sentido. Uma pessoa sensitiva sobre negativos fotográficos fechados num envelope enquanto concentrava seu pensamento numa determinada imagem que, após a revelação, surgia delineada no papel.

A partir dos anos 60, essas experiências foram realizadas na Universidade de Denver, nos EUA, com a participação de Ted Serios, um dos mais conhecidos médiuns da história. Serios conseguia fazer com que a imagem na qual estava pensando surgisse num filme virgem, colocado dentro de uma máquina fotográfica. Foi pesquisado em condições controladas em laboratórios, por alguns dos maiores especialistas do mundo, obtendo resultados surpreendentes.

Numa das experiências, foi-lhe mostrado uma foto de uma localidade na Itália, onde ele jamais havia estado. Concentrando-se na lente da máquina fotográfica, ele conseguiu reproduzir a imagem que lhe foi mostrada e, mais que isso, obteve mais algumas fotos em que a mesma localidade era vista de ângulos diferentes.

Serios tinha uma personalidade complicada, como a maioria dos paranormais, e bebia muito antes de realizar as experiências. Mais recentemente, cientistas soviéticos resolveram realizar experiências baseando-se nesse mesmo princípio, na tentativa de captar as imagens de alucinações visuais sofridas por certos pacientes vítimas de psicoses. Por um método que ligava a máquina fotográfica diretamente aos olhos, através de óculos especiais, foram obtidas imagens consideradas surpreendentes, fotografias de alucinações ópticas, confirmando a noção de que as alucinações, assim como as imagens obtidas mentalmente, são projetadas no espaço pela psique, utilizando-se de radiações ou energias ainda desconhecidas.

 


Psicometria

Existem divergências quanto à utilização desse termo nas pesquisas da parapsicologia, porque também já era um temo empregado na psicologia mesmo antes de surgir nos estudos da parapsicologia.

Alguns pesquisadores se referem ao fenômeno ao qual ele diz respeito sob o nome mais geral de clarividência. De qualquer forma, diz respeito a algum tipo de adivinhação pelo contato direto, físico, com um objeto. As pessoas que possuem essa capacidade são capazes de, apenas tocando e sentindo os objetos, sejam eles quais forem, obter informações relacionadas à pessoa que os utilizou ou possuiu, bem como os incidentes e acontecimentos ligados ao objeto em questão.

Têm sido registrados vários casos de pessoas que conseguem obter informações sobre as pessoas apenas tocando os objetos com os quais as pessoa esteve em contato, ou sobre coisas do passado, seja de uma pessoa, seja de um local. É um fenômeno bastante estudado pela parapsicologia e absolutamente comprovado.

Psicotrônica

Termo inventado por cientistas nos anos 60, na Tchecoslováquia, para substituir o termo parapsicologia, que eles consideravam inadequado, entendendo que a disciplina tratava de fenômenos ligados ao aspecto psíquico e ao sistema nervoso dos seres humanos, em relação a fenômenos de caráter energético.

Num manifesto publicado em 1968, os cientistas consideraram a psicotrônica “em essência, a biônica do homem”. A energia psicotrônica, segundo eles, é uma nova forma de energia que compõe o homem e o universo.

As ideias e noções levantadas pelos cientistas tchecos se espalharam por todo o mundo e consistem em parte importante dos estudos dos fenômenos chamados paranormais. Para alguns cientistas e pesquisadores dos fenômenos, a psicotrônica se adiantou nos estudos, enquanto a parapsicologia se tornou uma ramificação da ciência um tanto dogmática, detendo-se no estudo dos fenômenos reproduzidos em laboratórios e no aspecto quantitativo ou estatístico, enquanto a psicotrônica entende que não existe mais qualquer necessidade de comprovação desses fenômenos, cuja existência já está mais do que provada, de modo que podem estudar o que ocorre exatamente no momento em que as coisas acontecem .

 


 



Spiricom

Nome dado ao aparelho para falar com os mortos, desenvolvido pelo engenheiro George W. Meek a partir do final dos anos 70 do século XX. ele afirma ter sido ajudado em seu trabalho pelo físico George Jeffries Mueller, já falecido, que se comunicava com ele. Meek disse que, quando começou a pensar em construir um aparelho para se comunicar com os espíritos dos mortos, entrou em contato com uma sensitiva ou médium que contatava cientistas de outros planos espirituais, que por sua vez estavam interessados em estabelecer uma ligação entre os dois mundos.

Construiu um aparelho atuando na onda de 1.200 MHz, ligado a um gravador para registrar as mensagens dos espíritos, transformadas em sons audíveis. Os projetos prosseguiram, tentando-se aperfeiçoar o aparelho e provar a possibilidade de contato com os mortos, e mesmo a existência dos espíritos. Atualmente, ouve-se falar com mais frequência sobre o assunto, com mensagens dos espíritos sendo gravadas em fitas de vídeo ou chegando através da televisão, com imagem e som. A ciência não reconhece o fenômeno, mas existem alguns cientistas interessados no estudo da chamada transcomunicacão experimental. Para a parapsicologia, nada muda com relação a esse fenômeno quando comparado com os demais fenômenos psíquicos estudados.

A paranormalidade de um indivíduo seria perfeitamente capaz de atuar sobre qualquer aparelho como, aliás, algumas experiências já registraram, como no caso da psicofotografia. A elaboração de aparelhagens para se falar com os espíritos está diretamente relacionada com a psicofania, fenômeno descoberto por Friedrich Jurgenson, e com os estudos do espiritismo.


SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2002.