Possessão. Estado emocional e mental em que a pessoa se sente "possuída" por um espírito ou entidade desencarnada que assume o controle total ou parcial de aspectos da personalidade e parece agir independentemente da pessoa possuída. A possessão espiritual é uma característica do vodu e do espiritualismo, além de lembrar certas fomas de esquizofrenia. Ver também Comunicante; Exorcismo. (1)
Possessão. O corpo de uma pessoa "invadido e tomado" por espíritos maus que fazem a vítima comportar-se de forma estranha, é outro poder atribuído aos feiticeiros Os demonólogos declaravam, na Idade Média, que os feiticeiros tinham muitas maneiras de infligir a possessão, mas a mais fácil era ocultar um demônio (especialmente conjurado para isso) numa maçã e, então, levar a vítima escolhida a comê-la - com espírito e tudo. Havia várias listas de possessões, como por exemplo, rolar no chão e vomitar. Daí, havia também muitas maneiras diferentes de se exorcizar um espírito. Tornou-se popular, na Idade Média, chicotear o corpo nu do paciente para expulsar o intruso; isso era acompanhado de preces e pela imposição das mãos, uma técnica que continuou até os nossos dias em certas ordens religiosas. Durante a Idade Média a Igreja também mantinha serviços especiais de exorcismo, frequentemente presenciados por grande número de vítimas. Eram funções longas, cheias de exortações mais fervorosas "A vós, esperto mais maligno" para que deixasse o corpo. (2)
Possessão. Em Espiritismo, dá-se o nome de possessão à substituição pelo Espírito atuante ao Espírito encarnado. O Espírito atuante toma o corpo do Espírito encarnado para domicílio sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. (3)
Possessão. Em muitas sociedades de todo o mundo, loucura, epilepsia, êxtase religioso, profecia, inspiração poética e artística, frenesi sexual ou de embriaguez, estados de transe e outros estados físicos e mentais classificados de excêntricos e fora do comum têm sido explicados em termos da invasão de personalidade por um poder sobre-humano, um deus, espírito ou demônio, que se apodera de um ser humano, movimenta seus membros como se ele fosse uma marionete, fala por sua boca, escreve com sua mão, olha com seus olhos e pensa com seu cérebro.
Possessão versus obsessão. A distinção entre as duas é que se acredita que a entidade possuidora controla o ser humano de dentro, enquanto a obsessão o atormenta de fora, tentando insistentemente dominar seus pensamentos e influenciar suas ações. Essas entidades não são invariavelmente consideradas más. Ao contrário, o anjo da guarda da tradição consagrada é uma entidade obsessora benévola, e a possessão total e temporária pelo divino é uma das metas supremas do misticismo, cristãos e outros. "Deus se estabelece dentro dessa alma de tal forma", disse Santa Teresa, "que quando ela retorna a si mesma, é-lhe inteiramente impossível duvidar que tenha estado em Deus, e Deus nela". E São João da Cruz disse que no êxtase da união com o divino, "a alma parece ser o próprio Deus... A alma parece ser mais Deus que ela própria, e na verdade é Deus por participação". (4)
(1) DRURY, Nevill. Dicionário de Magia e Esoterismo: Mais de 3000 Verbetes sobre Tradições Místicas e Ocultas. Tradução de Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Pensamento, 2011.
(2) SCHLESINGER, Dr. Hugo e PORTO, Humberto (Pe). As Religiões Ontem e Hoje. São Paulo: Paulinas, 1982.
(3) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975, cap. 14, item 47.
(4) CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural: Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia. Consultor especial sobre Parapsicologia Professor J. B. Rhine. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.