Hipnotismo. Um estado peculiar de dissociação cerebral distinguido por alguns sintomas marcantes, dos quais o mais conhecido e invariável é o grande aumento da sugestionabilidade da pessoa hipnotizada. O estado hipnótico pode ser induzido na maioria das pessoas normais ou também acontecer espontaneamente. (1)
Hipnotismo ou hipnose. É um conjunto de psicologia e fisiologia. A hipnose consiste na produção de um fenômeno que tem um processo neurofisiológico que consiste em enviar uma série de estímulos ao córtice cerebral do indivíduo que se vai hipnotizar, através de um foco de conexão entre a mente do operador hipnótico e a do indivíduo hipnotizado. Com esta série de estímulos, ativamos o córtice cerebral e, através dele, os centros de inibição. O fenômeno hipnótico produz-se quando todo o córtice se inibe e, automaticamente, fica bloqueado. (2)
Hipnose e Hipnotismo. A hipnose é o estado particular que se caracteriza pelo sono nervoso e pela sugestão. O termo deriva da palavra grega Hipnos - deus do sono - e foi adotado pelo médico inglês Dr. James Braid, em 1843. Porém, deveria significar maior receptividade à sugestão, em virtude de ser possível aplicá-la, também, em estado de vigília. alguns autores consideram a hipnose uma forma exagerada de sugestibilidade. O Hipnotismo é um estado de adormecimento que anula a vontade e o agir do indivíduo, tornando-o autômato do hipnotizador; porém, as experiências demonstraram que é difícil e, em muitos casos, impossível, induzir um indivíduo a praticar ações contrárias à sua índole. Isto é: não se consegue, pelo hipnotismo, forçar uma pessoa boa a uma prática criminosa. É difícil e às vezes impossível hipnotizar um paciente que se oponha a isso. O hipnotizador é um instrumento de segunda importância, uma vez que é o paciente, pelo seu próprio esforço, que atinge o estado hipnótico. Daí alguns estudiosos concluírem que toda hipnose tem como base a auto-hipnose. Na auto-hipnose, o relaxamento é auto-induzido, seguido de um estado hipnótico, através do qual somos capazes de obter um maior controle de nossos órgãos e, consequentemente, atingir um estado de equilíbrio e calma, sem necessidade do uso de drogas ou da orientação de um psicoterapeuta. Charcot classifica da seguinte maneira o sono hipnótico: 1.º)Letargia; 2.º) Catalepsia; 3.º) Sonambulismo. Casos há, no entanto, em que essa ordem não é observada; as pessoas histéricas, por exemplo, muitas vezes caem logo em catalepsia; os sonâmbulos naturais passam quase sempre da letargia ao sonambulismo. (3)
Hipnose. O estado e o status do hipnotismo têm sido temas de calorosos debates há dois séculos. Em vista das imensas possibilidades para compreender a mente e aliviar o sofrimento humano que o estudo da hipnose pode oferecer, ela tem atraído demasiado pouca atenção científica. Isso se deve em parte à sua história acidentada, e em parte, à associação que a palavra "hipnotismo" tende a evocar com os aspectos mais escusos do charlatanismo no ocultismo. O hipnotismo sem dúvida existe, e a prática pode ser usada para provocar efeitos benéficos, mas até mesmo o estado hipnótico é difícil de definir. Estar hipnotizado não significa estar dormindo, em TRANSE, nem necessariamente em qualquer outra condição que não a disposição de aceitar sugestão.
A história do hipnotismo começa com Franz Anton Mesmer (c.1734-1815), que começou sua carreira como curandeiro estudando medicina na Universidade de Viena em 1765. Mesmer passou nas provas com louvor, mas o título de sua tese remontava à medicina de uma época anterior. Chamava-se De influxu planetarium in corpus humanum, "Da Influência dos Planetas no Corpo Humano", e mesmo Mesmer compreendeu que isso lhe taria acusações de reviver a moribunda arte da Astrologia. Mas seu interesse era pelas forças físicas do universo, correntes reais, embora intangíveis, que ele imaginava que podiam impregnar o espaço e exercer uma imperceptível influência no corpo humano. Durante alguns anos suas ideias permaneceram dormentes, até que, em 1774, ele ouviu falar das experiências feitas por um padre Jesuíta Maximilian Hell, um dos astrólogos da Imperatriz Maria Thereza, que fazia surpreendente sucesso curando os pacientes com a aplicação de ímãs no corpo. Era um tratamento que derivava do mago e médico místico Paracelso, do século XVII. Paracelso apegava-se a uma teoria comum entre os magos e estudiosos do final do Renascimento, que oscilavam nervosamente entre as exigências feitas pela revivescência contemporânea da magia e a busca simultânea de uma ciência de observação e experiência. É conhecido como a teoria da CORRESPONDÊNCIA, ou "simpatias", e postula que hoje nos pareceriam nada a ter a ver com as outras: uma forma comum de "medicina de simpatia" era a aplicação em partes do corpo de pedras preciosas que se acreditava tivessem uma ligação benéfica com o órgão doente. (4)
(1) PELLEGRINI, Luis. Dicionário do Inexplicado. São Paulo: Edições Planeta.
(2) REIS, Antonio P. dos (org.). Enciclopédia de Ciências Ocultas e Parapsicologia. Tradução de Clarisse Tavares e J. Santos Tavares. Portugal: RPA Produções Ltda.
(3) EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.
(4) CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural: Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia. Consultor especial sobre Parapsicologia Professor J. B. Rhine. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.