Sociedade Teosófica. Sociedade fundada por Helena Blavatsky e H. S. Olcoott em 1875. Tem raízes no ocultismo e nas filosofias e religiões orientais, não se limitando a atividades teóricas. Num de seus manifestos dizem que pretendem "obter o conhecimento da Natureza e dos atributos do Poder Supremo, e dos mais exaltados espíritos, através de processos físicos". Logo após a fundação em Londres, Olcoott e Blavatsky viajaram à Índia, estabelecendo ali uma série de atividades. Quando Blavatsky morreu em 1891, Annie Besant assumiu a direção da Sociedade, mas causou desentendimento em alguns quadros, de modo que William Q. Judge fundou uma nova seção norte-americana independente. Besant continuou a obra de Blavatsky fundando novos outros e trabalhando em conjunto com a universidade de Benares, na Índia.
Em 1913, nova dissidência levou Rudolf Steiner a fundar a Sociedade Geral de Antroposofia. A Sociedade Teosófica continuou suas atividades, e existe hoje em praticamente todo o mundo. A teosofia da Sociedade apresenta aspectos esotéricos, portanto considerados secretos e somente revelados aos iniciados, ainda que Blavatsky, Besant e seus seguidores até os dias atuais tenham publicado uma enormidade de obras sobre os assuntos estudados pela sociedade.
O ponto de vista básico é o de que todas as religiões do mundo, em todos os tempos, sempre se basearam numa mesma e única verdade. O acesso a esse conhecimento ou verdade está restrito a um grupo de escolhidos, ou iniciados. Também acreditam na realidade da reencarnação, a morte seguida do fim do corpo físico, do corpo etéreo e do corpo astral, para depois haver um período numa espécie de purgatório, onde a pessoa sofre alterações que a tornam capaz de penetrar no Devakhan, uma espécie de paraíso. É desse paraíso que se dá a reencarnação num novo corpo. O processo ainda segue a lei do karma, bastante conhecida nas religiões orientais. (1)
Sociedade Teosófica. Essa eclética mistura de elementos ocultistas ficou ainda mais complicada com a incorporação de ideias do Oriente e espíritas pelo Coronel Olcoott e Madame Blavatsky. O objeto foi divulgar e ampliar o ocultismo, principalmente pela Blavatsky.
Na verdade, o mundo aguardava exatamente o ensinamento ocultista que Madame Blavatsky tinha a oferecer. A força da Sociedade Teosófica sempre esteve na abrangência de seu apelo. Seus objetivos foram modificando-se aos poucos, até que a formação do "núcleo de uma irmandade universal de humanidade" substituiu a "investigação dos poderes latentes no homem". As brigas que assolaram o movimento sempre resultaram de reivindicações específicas dos proponentes, e nunca houve muito conflito sobre princípios. A Teosofia foi acolhida de braços abertos nos círculos "progressistas" da Europa e dos Estados Unidos quase como um paliativo universal; pois incorpora num todo magnificamente indefinido as aspirações idealistas de uma grande facção das classes educadas ou semi-educadas. Essas aspirações eram um obscuro desejo de um mundo melhor, uma necessidade urgente de encontrar algum substituto para o Deus que a ciência materialista empurrava cada vez mais depressa para fora de sua criação física, e um anseio pelo domínio da magia e mistério que a era da máquina parecia ter abolido inteiramente. A grande realização de Blavatsky foi adaptar seu ocultismo às necessidades contemporâneas. (2)
(1) SCHOEREDER, Gilberto. Dicionário do Mundo Misterioso: Esoterismo, Ocultismo, Paranormalidade e Ufologia. Rio de Janeiro: Record Nova Era, 2002.
(2) (3) CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.