Prestidigitação. Arte de provocar ilusões com habilidades manuais; ilusionismo: a prestidigitação remonta à mais alto Antiguidade; os Egípcios, os Caldeus, os Gregos e os Romanos tiveram engenhosos artistas na prestidigitação. Hist. Conhecida sob diversos nomes de magia branca ou natural, física recreativa, escamoteação, prestidigitação e ilusionismo, esta arte remonta à mais alta Antiguidade. Todos os povos tributaram sua homenagem à arte mágica, que tomou diferentes modalidades em relação com os costumes, tradições e ideais religiosas de cada país. Muitos templos tinham seus oráculos, profetas, que anunciavam as coisas futuras em virtude de uma influência dita sobrenatural. A cura das enfermidades alcançava-se pela medicina sagrada, com a intervenção dos espíritos superiores invocados pelos sacerdotes. Alguns templos foram teatros de visões: os sacerdotes, por um poder especial, conseguiam que a divindade comunicasse com os mortais. Os mortos eram evocados, vistos, ouvidos e tocados pelos que os interrogavam, utilizando-se efeitos de ventriloquia, sendo os evocadores considerados seus superiores, que transmitiam os misteriosos oráculos de ultratumba no recinto dos templos e seus bosques sagrados repetiam-se, frequentemente, atos milagrosos que excediam as forças humanas. Aos magos foram atribuídos fatos transcendentais como os eclipses do Sol e da Lua, o poder de modificar ou anular as leis e as forças da Natureza e ainda o de dominar a vontade de outrem. Os Egípcios, os Caldeus, os Etíopes e os Persas foram exímios nessa arte misteriosa. Entre os Egípcios a famosa estátua de Memnon, imagem da divindade, saudava milagrosamente com voz harmoniosa o aparecimento do Sol. Os Gregos reconheceram em Hermes a origem das artes mágicas. Segundo Plínio, o filósofo Demócrito, iniciado na Alquimia por sacerdotes egípcios, foi o fundador da arte mágica. Entre os Persas, foi reverenciado Zoroastro, que se valia dos fenômenos de eletricidade atmosférica para se atribuir o milagroso poder de fazer descer o fogo do céu para produzir voz imponente que proporcionasse oráculos infalíveis. Os Romanos atribuíram a Mercúrio a arte de iludir, enganar e surpreender, por cuja invocação eram conjurados os espíritos ao serem aspergidas as mercadorias com água lustral de uma das fontes de Capena, para vendê-las rapidamente e com bons lucros. Quando a humanidade possui conhecimentos matemáticos de Astrologia, que se constitui num sistema de influências exercidas pelos astros sobre os mortais, cuja sorte profetizava. Na Idade-Média, a arte mágica é enriquecida com a alquimia. Propunha-se a Alquimia duas grandes finalidades: descobrir uma medicina universal ou remédio potente capaz de devolver a saúde e a juventude e encontrar a pedra filosofal, pela qual os metais fossem transformados em metais preciosos. Os alquimistas guardaram cuidadosamente os segredos das suas investigações, que permaneceram rodeados de sortilégios e impregnados no misticismo ocultista; o vulgo atribuía-lhes frequentemente um poder diabólico. Tidos por feiticeiros, eram perseguidos e condenados pelos poderes públicos ou acusados de preparar feitiços mágicos e venenos mortais. A arte mágica tem nos sécs. XV e XVI numerosos adeptos entre os quais sobressaem: Paracelso, Agripa de Nettesheim, Fausto, Mesmer, Graham e Nostradamus. No século XVIII, entrou a arte mágica na era moderna e passou a ser considerada unicamente como um meio de distração baseado na habilidade dos prestidigitadores, em combinação com os segredos naturais tirados das ciências matemáticas e físico-químicas. Sinalam uma nova era prestidigitação as Soirées fantastiques de Robert Houdin, inauguradas no Palais Royal de Paris, em julho de 1845. (1)
(1) Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.