A inserção dos jovens no mercado de trabalho
Este texto tem como objetivo apresentar elementos empíricos recentes sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Como ponto de partida, trata-se da transição entre escola e trabalho para o contingente amplo de indivíduos de 6 a 25 anos. Como a idade de 18 anos caracteriza um limite natural a partir do qual o trabalho é mais importante que a escola, examinam-se as mudanças de inserção no mercado de trabalho dos jovens de 18 a 25 anos entre 1996 e 2005, o que evidencia a sua situação particularmente vulnerável num quadro de mudanças estruturais, que afetam todos os trabalhadores. Considerando a baixíssima qualificação de 30% desses jovens, que não completaram o ensino fundamental, medidas de política pública voltadas para a redução drástica do seu déficit educacional se configuram como a forma mais efetiva de reduzir a vulnerabilidade dos jovens e melhorar as condições de sua inserção no mercado de trabalho.
Redes de relações sociais e acesso ao emprego entre os jovens: o discurso da meritocracia em questão
Este trabalho consiste em analisar a trajetória de inserção profissional dos egressos do ensino superior, enfatizando as formas de acesso empregadas pelos jovens para alcançar um emprego, relacionando-as às redes de relações sociais. O discurso em voga, sobretudo proveniente dos arautos das agências de consultoria de recursos humanos, enfatiza o aumento da qualificação como antídoto contra o desemprego. O estudo se pauta nos dados obtidos para elaboração de tese de doutorado. Os resultados da pesquisa apontam três modos predominantes de acesso ao emprego: "intermédio da família", "intermédio dos amigos" e "concurso público". Nesse sentido, a garantia de estabilidade no emprego representada pelo ingresso no setor público e as formas particularistas são as que se destacam, o que contraria o discurso da excelência da competitividade como fator determinante na conquista e permanência no emprego.
Adolescentes aprendizes: aspectos da inserção profissional e mudanças na percepção de si
Esse estudo objetivou identificar fatores que levaram adolescentes a ingressarem em Programa de Aprendizagem Profissional (PAP) e as mudanças percebidas por esses após o ingresso no programa. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com 22 adolescentes aprendizes (11 meninos/11 meninas) com idades entre 15-17 anos, de um PAP da Grande Vitória/ES. Utilizou-se Análise de Conteúdo, para se identificar as categorias emergentes nas entrevistas de meninos e meninas. Os participantes relataram modificações positivas como crescimento profissional, aquisição de habilidades sociais e independência. Os resultados indicam necessidade de realização de estudos direcionados ao retorno subjetivo e material que o Programa pode possibilitar aos adolescentes em longo prazo.
Este artigo examina as percepções de alunos a respeito da disciplina Orientação e Planejamento de Carreira, de natureza curricular, optativa e oferecida em uma universidade federal para alunos em fase de conclusão de curso, com o objetivo de oferecer subsídios que facilitem o processo de inserção profissional desse público. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, na qual foram entrevistados em profundidade sete alunos. Ao material coletado foi aplicada a análise de conteúdo. Os resultados indicam que a disciplina tem se configurado num espaço de socialização e confraternização, na qual os jovens expressam seus pontos de vista e trocam opiniões sobre suas angústias no processo de inserção profissional. Os alunos buscam a matéria para obterem autoconhecimento e informações sobre os processos de seleção e admissão de emprego. Eles avaliam positivamente a disciplina e tecem críticas ao academicismo de alguns professores, os quais orientam os universitários apenas para o desenvolvimento de pesquisas científicas.