n. 31 (Edição especial Dia Internacional da Mulher) - 08 de Março de 2021

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, homenageamos à todas com a história de HIPÁCIA de Alexandria, considerada a primeira intelectual, cientista da história documentada!

"Hipácia ou Hipátia, viveu entre os anos de 355 e 415 d.C e foi uma neoplatonista grega e filósofa do Egito Romano, tornando-se chefe da escola platônica em Alexandria onde lecionou filosofia e astronomia, além de ter escrito diversos textos sobre geometría y álgebra".

"Filha de Theon, diretor da célebre Biblioteca de Alexandria – que foi a maior biblioteca da Antiguidade", cresceu “em um ambiente de estudos”. “Bastante regrada, a futura cientista mantinha uma disciplina rigorosa em todos os âmbitos de sua vida, incluindo a aparência física, já que naquela época buscava-se atingir o ideal helênico de manter uma mente sã em um corpo sadio".

"Quando estudou na Academia de Alexandria, Hipácia devorou conhecimentos em matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. Acredita-se que, quando adolescente, ela teria completado sua educação em Atenas na Academia Neoplatônica e, ao retornar a Alexandria, seu destaque durante os estudos acadêmicos fez com que Hipácia fosse recebida com uma proposta de emprego para ser professora na Academia de Alexandria, onde tornou-se diretora aos 30 anos de idade. Lá, um de seus alunos e amigos foi o filósofo Sinésio de Cirene, com quem Hipácia trocou diversas cartas que revelaram invenções da professora usadas em experimentos de física e na astronomia".

“A cientista ficou famosa nesse período por ser uma notável solucionadora de problemas matemáticos, tendo ajudado colegas da área a resolver os mais diversos desafios sempre que era solicitada. Hipácia era tão obcecada com seu campo de estudo e atuação, que respondia ser “casada com a verdade” quando era questionada a respeito de nunca ter se casado com um homem”.

“Vista como uma mulher sábia, sua reconhecida erudição e autoridade moral eram cobiçadas pelos governantes que buscavam seus conselhos, o que garantia a ela uma participação ativa nos assuntos da cidade. Por volta dos seus 60 anos, em meio a um contexto de conflito religioso e sob suspeita de ciúme e desavenças políticas, Hipácia é assassinada de forma brutal por um grupo de fanáticos, que despedaça e queima seu corpo”.

“Se o objetivo era silenciá-la e apagá-la da história, seus detratores não obtiveram êxito. Hipácia seguiu sendo lembrada por religiosos, cientistas e filósofos de sua época e, até os dias de hoje, continua a aparecer como símbolo heroico, apropriado em diferentes narrativas, ideologias e propósitos”.

 “A obra de Hipácia permanece em aberto até hoje, e não sabemos exatamente quantos textos a cientista produziu, tampouco temos acesso a esse conteúdo. Contudo, graças a citações de suas obras no material de outros autores, o nome e a importância de Hipácia na história das ciências exatas não foi perdido com o desastre. Pelo menos quatros de seus escritos constam nos registros, incluindo um comentário sobre o volume 13 de Arithmetica, de Diophantus; um comentário sobre Cônicos, de Apolônio de Pérgamo; uma edição da obra Almagesto, de Ptolomeu; uma edição de um comentário de seu pai sobre a obra Os Elementos, de Euclides; e um texto de autoria própria chamado “O Cânone Astronômico”.

“A morte da cientista é tida por estudiosos como o marco do fim da Antiguidade Clássica, tendo marcado também o início da queda da vida intelectual em Alexandria, mesmo que a filosofia helenística tenha continuado firme e forte até o século VI. Hipácia foi uma mulher que colocou a ciência, a tolerância e a filosofia como ideais de vida, sendo considerada a primeira cientista do gênero feminino e, mesmo que tenham tentado apagar sua existência dos registros da história, sua memória está mais viva do que nunca”.

Obs.: Há textos, vídeos, livros e um filme espanhol de 2009 sobre a história de Hipácia, chamado Agora (Espanha), traduzido para o Brasil como Alexandria (Imagem em anexo).

Referências:

MELO, Amanda Soares de. As várias faces de Hipátia de Alexandria. Questão de Ciência, [São Paulo], 25 abr. 2019. Disponível em: https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/index.php/artigo/2019/04/25/tres-faces-de-hipatia-de-alexandria. Acesso em: 03 mar. 2021.

GNIPPER, Patrícia. Mulheres históricas: Hipácia de Alexandria, a primeira cientista de todas. CanalTech, [São Paulo], 14 jul. 2016. Disponível em: https://canaltech.com.br/internet/mulheres-historicas-hipacia-de-alexandria-a-primeira-cientista-de-todas-73227/. Acesso em: 03 mar. 2021.  

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No tempo das tangerinas

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“O romance No tempo das tangerinas apresenta as personagens principais exiladas no Brasil de forma voluntária, que tecem uma série de considerações a respeito da nação e do nacionalismo aguçado. Entretanto, por parte de alguns personagens, como a matriarca da família, a ideia de nação é totalmente voltada à Alemanha, o que estabelece diálogos e indagações sobre a pátria distante, principalmente, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Essas perguntas expressam um painel dos dois países, a abundância que os imigrantes desfrutam no Brasil, a pobreza e a guerra enfrentadas em solo alemão”.

Escrito por Urda Alice Klueger.

KLUEGER, Urda Alice. No tempo das tangerinas. 11. ed. Blumenau: Hemisfério Sul, 2008. 160 p. ISBN 8586857181.

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MALALA, a menina que queria ir para a escola 

Conheça a história da menina que não desistiu do seu sonho de estudar. 

Escrito: Adriana Carranca.

Ilustrado: Bruna Assis.