Campo de concentração nazi - Auschwitz (Polónia)
Este ano, a comemoração desta data acontece sob a sombra da pandemia da covid-19, que exacerbou as injustiças e divisões de longa data e causou uma nova onda de ódio e antissemitismo.
Nas palavras do secretário-geral das Nações Unidas, “o antissemitismo é a forma mais antiga, mais persistente e enraizada de racismo e perseguição religiosa no mundo” e encontrou a sua forma mais atroz no Holocausto.
A revolta universal contra este crime, seguida da fundação da ONU e da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, prometia o fim do ódio. Mas o antissemitismo não acabou.
Depois de décadas na sombra, as ideias racistas e xenófobas voltam a ganhar terreno, desta vez à boleia da pandemia de covid-19. Nos últimos tempos, temos assistido à negação, distorção e minimização do Holocausto. O racismo está a organizar-se por todo o mundo e a recrutar além das fronteiras, promovendo valores desumanos.
Face à ascensão de movimentos extremistas nacionalistas, o secretário-geral da ONU lembra que 2021 deve ser um ano de cura. Não só da cura da pandemia, mas também da cura das nossas sociedades polarizadas, nas quais o ódio se enraizou com demasiada facilidade.
Estes valores têm sido promovidos ao longo dos anos. Mas os perigos espreitam em cada momento. Bastará recordar a situação trágica dos cerca de 80 milhões de refugiados e deslocados, 40% dos quais crianças, que no passado recente se viram forçados a abandonar as suas comunidades para escapar à guerra, à perseguição ideológica, étnica ou religiosa, e ao abuso dos seus direitos.
“O que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer”.
Conhecer e preservar a memória do Holocausto é fundamental para evitar os perigos do ódio, da intolerância e do racismo. E para construir um mundo justo, inclusivo e solidário onde os direitos humanos não sejam o luxo de alguns, e onde a indiferença e a banalização de violações de direitos fundamentais não possam ter lugar.