Reflexões dos alunos finais (9 a 15 de junho de 2020)

Não há dúvidas que a pandemia COVID-19 modificou as nossas vidas e a sociedade em geral.

Nesta semana deves efectuar uma reflexão final sobre todas as outras reflexões que já realizas-te e fazer um balanço final do vosso envolvimento neste projecto.

Ariana, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Este projeto ajudou-me a parar e refletir. Nestas semanas tenho estado muito atarefada com entregas de trabalhos e realização de projetos, mas isto ajudou-me a acalmar no meio da semana e a focar-me no mundo que me rodeia.

É verdade que o COVID-19 mudou a minha vida e a sociedade em geral também. Consegui prestar atenção às coisas mais pequenas, aprendendo a apreciar mais a minha vida. Para muitos pode ser novidade, mas hoje em dia, a geração Z e alguns milénios, são caracterizados pelas redes sociais, por terem pensamentos depressivos e a morte não ser algo assustador, ainda que sejamis praticamente crianças. Por estas razões, este tempo fez-me dar mais valor à minha vida. A verdade é que, se estás a ler isto, fazes parte de todos os sortudos que não passaram dias no hospital ou em quartos fechados sozinho à espera que o teste desse negativo, ou pior, não conseguisse escapar…

Assim, faz-me pensar que nenhum de nós pode considerar tudo como garantido. Temos de contradizer a frase famosa “Só sentes falta quando não tens”, que para mim, define esta crise

inteira: senti falta de falar com os meus amigos todos os dias, senti falta de visitar a minha família, senti falta de ir dar um simples passeio no parque… e a lista continua. Deste modo, quando refletia no final do dia, apercebi-me que sou grata por tudo, tudo mesmo.

Em suma, não vou voltar aos meus hábitos passados (de, por exemplo, perder horas e horas no telemóvel a ver o quão boa era a vida dos outros), mas sim, tentar ao máximo renovar-me, ou seja, desta vez, realmente mudar e cumprir objetivos que já ando a definir desde 2004…

Ana Rita, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

É, de facto, verdade que a pandemia em que estamos a viver atualmente afetou muito a vida de cada um de nós.

Efetivamente penso que, de uma maneira geral, esta situação trouxe tantas consequências negativas como positivas. É certo que, numa fase inicial, quando ainda não estávamos habituados ao isolamento social, parecia que este vírus apenas ia prejudicar a nossa maneira de viver.

No entanto, acredito vivamente que este nos fez crescer como pessoas, sendo que tivemos muito mais tempo para refletir sobre quem somos e como queremos viver em sociedade. Ajudou- nos a dar mais valor às pessoas que nos rodeiam e também criar ligações mais fortes com a família. Apesar de termos tido que nos separar das pessoas de quem mais gostamos durante alguns meses, na minha opinião, o facto de termos acesso a tecnologia avançada possibilitou o contacto com os amigos a qualquer hora e apesar de não podermos conviver fisicamente com eles, como anteriormente.

No entanto, ainda considero que tenha havido algumas consequências negativas no isolamento social. Na minha opinião, o facto de mudarmos completamente a nossa rotina bruscamente e deixarmos de estar tão socialmente ativos, aumentou em muitas pessoas o nível de ansiedade, o que pode ser bastante difícil de lidar, especialmente num período destes.

Para concluir, acredito que definitivamente tivemos de mudar bastante a nossa vida para nos conseguirmos adaptar à situação ocorrente, e estas reflexões que fiz, ao longo das últimas semanas, ajudaram-me.

Mariana, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Gonçalo, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Nestes últimos meses as duas palavras mais sonantes no mundo foram corona e vírus, uma pandemia que fez muito mal a muita gente, mas felizmente acho que podemos dizer que há luz ao fundo do túnel.

Com este projeto pude refletir sobre a grandeza deste vírus, ou seja, consegui observar que não era só eu que estava farto de estar e casa, pude observar que não era só eu que estava ansioso por sair e estar com os amigos e o mais interessante é que pude ver isso não só de pessoas do meu país, mas também de outros.

Também com este projeto consegui exprimir o que sentia para o papel , neste caso para o computador, e isso era bom porque me aliviava e consegui esquecer por uns momentos à frustração de estar em casa fechado.

Beatriz, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta é a última reflexão que vou fazer, uma vez que este projeto está quase a acabar.

Quando penso em tudo o que já escrevi fico contente por ter aceitado participar neste projeto que se revelou muito mais fantástico e libertador do que o que inicialmente esperava.

Confesso, que nem todas as vezes, me dirigia ao computador para escrever a reflexão, com o mesmo entusiamo, mas escrevia a pensar que um dia mais tarde iria gostar de ler tudo o que me passou pela cabeça durante esta pandemia, que ainda dura, infelizmente.

E agora, mesmo tendo passado pouco tempo desde a primeira vez que escrevi, fico contente ao ler os meus testemunhos, mas ao mesmo tempo triste por saber que naquele “tempo” ainda muito pouco tinha acontecido, comparado com tudo que já se passou até hoje.

Por outro lado, no início quando aceitei aderir ao projeto pensei logo que a minha última reflexão fosse sobre o dia que todo o mundo vencia esta pandemia, ou o dia em que a vacina ou a cura fosse encontrada. Mas não, estamos ainda muito longe disso, e acho que não estou a ser pessimista.

De agora em diante, é continuar a viver confinados, tal como desde março até agora. Sinceramente após tanto tempo, já não custa tanto e, para além disso, neste momento, em Portugal já são permitidas muitas coisas que já nos dão alguma liberdade, mas ainda é muito pouco, se pensarmos no facto de que temos de andar sempre com muito cuidado, de máscara...

No geral, foi muito bom ter participado neste projeto porque, para além de tudo o que já mencionei, pude também perceber (um pouco) de como outros colegas de diferentes colégios jesuítas espalhados pelo mundo estavam a viver a pandemia, se melhor ou pior do que em Portugal.

Um último abraço virtual envolvido em muita esperança para que tudo continue a melhorar!

Gabriela, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Mais um projeto concluído...

mais um projeto destemido...

Sim! Fomos todos destemidos

pois sobre o COVID refletimos!

Refletimos sobre mudança,

com ou sem bonança.

Refletimos sobre rotina

com ou sem adrenalina.

Refletimos sobre preocupação e esperança

acerca do futuro que já nos alcança.

Ao refletir, vi que tempo não falta,

falta organização.

Amor não falta

falta dedicação.

Salas sem alunos não faltam,

faltam ginásios cheios.

Exames por resolver não faltam,

mas já me começam a faltar anseios!

Treinos e aulas no zoom não faltam,

faltam pavilhões para treinar.

Amigos também não faltam,

faltam condições para com eles estar.

Na confusão ou na clareza,

noto algo que nunca deixa de faltar.

Noto ainda algo que falta!

O amor de Deus nunca falta,

o nosso amor por ele é que parece faltar...

embora o meu tenha começado a carecer menos de falta…

Beatriz, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Ao longo das reflexões a minha vida mudou, seja devido às restrições sociais, seja ao facto de estarmos sempre em casa com as mesmas pessoas. Porém, toda esta situação tem vindo a melhorar o que é algo muito positivo e me deixa animada em relação ao futuro.

Com toda a questão da pandemia apercebi-me que no dia a dia não passo tanto tempo com a minha família como devia e, acredito que esta situação pode ter invertido isso no futuro.

Toda a gente que conheço permaneceu em casa e ninguém ficou contaminado o que é muito benéfico, pois assim já podemos combinar encontrarmo-nos sem preocupações. E tal já aconteceu, foi incrível ver os meus amigos novamente e em segurança.

A partir de agora acredito que a realidade irá voltar ao normal (dentro dos possíveis) e todos podemos ter o verão que tanto desejamos.

Fernando, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Olá, hoje será a minha última reflexão deste projeto e por isso apenas irei pensar de uma forma geral sobre a minha participação no projeto e sobre todos os temas abordados ao longo do mesmo.

Durante estes últimos meses tenho escrito uma a duas reflexões semanais e agora que chego ao fim do projeto sinto-me bastante agradecido por esta oportunidade de refletir de uma maneira muito mais profunda sobre a maneira como vivemos neste planeta, e nesta pandemia. Além disso, penso que com toda esta experiência consegui aprender bastante a partir dos meus próprios pensamentos e ideias.

Ao longo do projeto refleti a posição que achávamos ocupar no mundo e sobre a urgência de mudar esta, deveremos então começar a olhar mais para a Natureza à nossa volta e não apenas para as nossas necessidades supérfluas. Pensei também sobre o modo como iremos todos mudar após esta pandemia, continuo a achar que vamos mudar completamente os nossos valores e hábitos para melhor. Posso dizer até que apesar de todo o sofrimento causado por este vírus pudemos perceber o que estava realmente errado na sociedade e perceber a maneira como deveremos mudar as nossas atitudes. Acredito plenamente que muitos de nós iremos mudar completamente com esta experiência e vamos principalmente começar a valorizar muito mais aquilo que temos, nomeadamente a nível das nossas relações com os outros já que estas podem voltar a ser restringidas por um vírus destes, ou por outra coisa qualquer.

Em suma, gostei bastante de aceitar este desafio que me foi proposto e de ter esta grande oportunidade de pensar para fora, ou seja, de pensar de uma maneira muito mais profunda sobre esta pandemia que mudou completamente a minha vida e para melhor, espero eu.

Gonçalo, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Estas últimas semanas passadas a realizar este projeto foram muitos boas e até libertadoras, pois mesmo sendo mais um trabalho para entregar é muito importante para mim. Senti que falava com alguém mais enquanto expunha os meus sentimentos, o que me foi pouco a pouco acalmando, face a este problema que vivemos, pois tudo o que eu tinha no meu interior pode ser libertado, e por isso agradeço muito a este projeto.

Esta pandemia para mim e para a minha família teve o mesmo efeito ao longo do tempo. Primeiro a preocupação, e não exatamente medo, e depois um pouco de indiferença e porquê? Se calhar ignoramos o mundo, se calhar paramos de nos preocupar a verdade é que eu não sei o porquê de ter tanto medo e preocupação pelo menos agora não percebo, mas no início entendia e bem este medo. Mudei muito neste tempo tanto, a níveis psicológicos como até físicos (olha quem diria). Tanto tempo em casa fez-me refletir sobre a nossa fragilidade como espécie e sobre o meu futuro, por exemplo, e por isso àumas duas semanas decidi cuidar de uma coisa que nunca morri de amores em mim: a minha forma física e por isso decidi fazer uma dieta e estou ainda mais feliz.

Para acabar digo que nunca pensei viver algo assim e até acho injusto ter que passar por isto, e com isto sinto em mim um sentimento semelhante a raiva, mas com quem? Nem eu sei responder a tal pergunta, mas acho que a resposta é quem libertou esta praga no mundo. Mas mesmo com tanta raiva, indiferença… estou bem mais feliz agora do que estava no início e acho que vai tudo correr bem, porque hoje em dia é tudo uma questão de calma e embora este mundo não esteja tão calmo com protestos… nós temos de estar calmos pois só a calma é que nos irá ajudar nisto.

Catarina, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

A pandemia do Covid-19 teve um grande impacto na vida de toda a gente e com ela veio de mãos dadas a quarentena. Desde que esta pandemia decidiu dominar o globo terrestre o meu

conceito de dia a dia mudou.

Quando tudo isto começou não estava consciente do que estava a acontecer, um bichinho que nem consigo ver a conquistar a China não conseguiria chegar aqui…parece que me enganei e conseguiu fazer a mesma viagem que Fernão Lopes.

A quarentena começou e com ela a minha cabeça pôs os pés bem assentes na terra porque não poderia ser só um bichinho. Através desta nova forma de viver a vida quotidiana tive oportunidade de experienciar novas atividades como ter aulas online, que é o que ocupa mais o meu dia neste momento.

No meio disto tudo tivemos combustível quase de graça, adiaram os Jogos Olímpicos, festivais de música online, lançamento da Falcon 9, movimento Black Lives Matter, o planeta conseguiu respirar durante um tempo mostrando ficar mais saudável sem poluição, no entanto, tudo já voltou ao novo normal.

Contudo, apesar do confinamento me ter afastado das pessoas, fez-me entender que essas são o que mais valorizo e que até as relações mais “simples” que estabelecemos ficam para sempre.

André, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Após tantas reflexões transpostas para o papel nestes tempos incomuns, chega o momento de fazer uma última reflexão: foi muito importante termos este momento para pensar no que realmente se estava e continua a passar, de forma a tirarmos várias ilações sobre a realidade. O que no início parecia um prenúncio de uma grande catástrofe foi, felizmente, bem menos do que se temia, mas, no entanto, bem grave. À medida que fomos avançando no tempo e nas reflexões pudemos começar a ver mais além e a pensar no que esta pandemia podia nos trazer e de que forma até poderíamos sair melhores desta adversidade: o que é que poderíamos alterar e corrigir no pós-COVID.

Nesta altura, em que o pior parece ter já passado, está na altura de começarmos a preparar o regresso à “normalidade” e em que condições isso pode acontecer. Além disso, em vários países parece já existir uma possível vacina, o que nos pode dar bastante alento nesta dura e morosa batalha.

No final deste projeto devo aproveitar para agradecer a oportunidade de podermos olhar para este tema tão debatido a partir de um prisma bastante diferente do habitual e a possibilidade de vermos a realidade para além do óbvio, o que, falo por mim, abriu-me os horizontes.