Reflexões dos alunos (26 de maio a 1 de junho de 2020)

A pandemia COVID-19 trouxe caos às nossas vidas, mas um pouco por todo o mundo, os esforços para conter a propagação do vírus podem estar a ter outros efeitos. A pandemia do coronavírus tem provocado a mudança de muitos dos nossos comportamentos.

Nesta semana deves refletir sobre:

- Como estás a viver no teu dia a dia esta crise do coronavírus?

- Quais as mudanças nas rotinas diárias, nos teus comportamentos?

- Como é que a pandemia COVID-19 te afeta? Quais as tuas preocupações e esperanças?


André Vale, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

São inegáveis todas as alterações que o Mundo sofreu nos últimos tempos, mas talvez nem seja isso o que está a causar mais impacto, mas sim todas as incertezas que acarretam: não se sabe quando é que esta pandemia vai ter um fim, que real resultado vão ter todas estas alterações, quantas mais pessoas serão afetadas direta e indiretamente…

Estas são as minhas maiores preocupações no momento. Estar numa batalha sem ter um fim à vista é algo terrível e extremamente desmotivador e penso que muitas pessoas já estão a ceder a isso: cada vez mais se vê pessoas nas praias, nas piscinas, nos cafés, nas lojas sem cumprirem qualquer tipo de medida de segurança, como se nada tivesse acontecido. Sinceramente eu compreendo estas pessoas, esta pressão e este desespero começa a ser muito grande, mas temos de fazer um último esforço para depois podermos equacionar um regresso à normalidade…

Para além disso, a parte financeira/económica é algo que me deixa bastante apreensivo. Felizmente sabe-se agora que a União Europeia pode vir a injetar fundos em todos os Estados-membros e isso pode ser uma grande ajuda para evitar problemas maiores no futuro, com muitas empresas a não aguentarem esta crise e a despedirem milhares de pessoas.

Resumindo, acho que temos todos de ter esperança no futuro e que não nos devemos influenciar pelo cansaço mental e deitar tudo a perder nesta fase mais positiva que estamos a atravessar.

Ariana Couto, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Beatriz Miguel, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

27/05/2020

Neste momento, Portugal encontra-se numa situação quase estanque, ou seja, o número de novos casos tem estado reduzido o que permitiu ao governo desanuviar as regras de isolamento.

As pessoas têm saído mais à rua para passear ou ir para a praia contudo, algumas delas parece que não entendem a situação em que nos encontramos e não respeitam certas normas de segurança. É preciso relembrar que neste momento não podemos viver como, por exemplo, no ano passado, é preciso ter cuidado e habituarmo-nos a uma nova realidade.

No meu caso eu já tenho saído com familiares e amigos que já não via há muito tempo, mas utilizamos sempre a proteção necessária. Agora, não sinto muito diferença no meu quotidiano, parece que me costumei a ter aulas em casa e não ter contactos físicos com os outros.

Claro que prefiro o mundo como era dantes, mas pelo menos encontro-me segura e com saúde em casa.

29/05/2020

Todas as pessoas encontram-se entusiasmadas devido ao calor que se tem vivido o que permite sair de casa, e como neste momento os restaurantes e cafés já se encontram abertos. Para mim isso representa um grande risco devido à quantidade de pessoas que se encontram na rua. Neste momento não tenho saído de casa devido a isso, uma vez que como não quero que haja uma segunda vaga e que tenha de ficar confinada mais meses, não me coloco em perigo.

Acho que isso é uma das diferenças que me aconteceram, acho que tenho mais cuidado e reflito mais sobre certas situações.

Acho que neste momento tudo continua estável e mal posso imaginar quando a época balnear começar e possa deixar de estar tão confinada em casa.

Beatriz Maia, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Aos poucos o mundo começa a desconfinar... Portugal também! Os cafés já estão abertos, as lojas, está tudo a tentar voltar a normalidade.

Esta é uma notícia sem dúvida, que me deixa muito feliz, mas ao mesmo tempo também bastante preocupada. Será que as pessoas vão continuar a cumprir as regras, ou será que vamos deitar tudo a perder?

Se dependesse de mim e da minha família mais próxima, tudo continuaria a correr bem, não tencionamos ir às compras, “fazer sala” para cafés, coisa que mesmo antes da pandemia não fazíamos ou mesmo fazer parte da enchente de pessoas que está na praia. Mas o problema é que não depende só de mim e dos meus!

Tenho visto várias notícias que me têm deixado triste, desde muitas pessoas nas praias e nas marginais, que não respeitam as distâncias de segurança, a filas enormes às portas das lojas ainda antes destas abrirem, entre outros...

A minha questão é, porquê deitar a perder o que conquistamos até agora, em troca de uma simples e até fútil ida às compras neste momento horrível que o mundo está a passar?

Tenhamos consciência dos nossos atos! Só assim tudo ficará bem....

Catarina Silveira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

A pandemia trouxe-nos a mesma sensação que temos quando andamos numa montanha russa, todos aos gritos, num pânico total apesar dessa impressão de quando descemos numa montanha russa, a única descida desejada era a do número de infetados.

Está tudo a normalizar em Portugal, no entanto não sei até que ponto isso irá mudar muito a minha rotina. Esta continua bastante pouco produtiva e muito desleixada, o meu maior medo é que se solidifique. Acordo de manhã para ter aulas online, após estas terminarem faço o almoço e em seguida faço as propostas dos professores para atividades assíncronas, ou fico ligada ao ecrã. De vez em quando faço algo para ficar offline mas não dura muito tempo até me cansar. Entretanto está um dia passado e foram mais umas 24h do meu ano mal aproveitadas, mas a este ponto já estava à espera.

Durante todo este longo dia as minhas emoções vão tendo pontos altos, sinto-me menos paciente e desanimada às vezes. No entanto, também existem aqueles dias que foram os melhores em que estava super feliz e motivada para começar um novo dia.

Neste momento as minhas maiores preocupações com isto tudo é que esta volta às rotinas não seja feita inconscientemente e que seja tomada com precaução, a minha perspetiva é que isto se volte a normalizar quando for legalizada uma vacina, mas que até lá será difícil ter as mesmas rotinas sem máscara.

Fernando Monteiro, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Olá, hoje é dia 31 de maio de 2020, há mais de um mês que partilho as minhas reflexões

neste projeto. Por isso, hoje irei voltar a refletir sobre como a minha rotina diária mudou devido a este tempo diferente para todos nós.

Desde há um mês, o meu dia a dia manteve se mais ou menos igual. Contudo, agora que estamos na fase final de desconfinamento cá em Portugal já se começa a sentir o regresso ao normal que apesar de nunca mais voltar a ser como antes da pandemia é muito mais normal do que o tempo de confinamento.

Agora já começamos a notar o regresso de várias pessoas ao seu dia a dia “pré- confinamento”, os alunos das creches, escolas primárias, 11ºano e 12ºano podem agora voltar para as aulas presenciais claro que agora têm de cumprir diversas normas de segurança, mas sempre é melhor do continuar em casa. Apesar de ainda não ter chegado a altura de eu voltar, acredito que em brevemente poderei ter outra vez aulas numa sala de aula “verdadeira”.

Voltamos também a poder voltar aos centros comerciais e a algumas atividades recreativas o que após todo este tempo em que nos estivemos a proteger deste vírus será muito bom já que é um sinal de regresso ao mundo em que vivíamos claramente com uma perspetiva completamente diferente da realidade. Além disso, após todas estas novas aprendizagens e perspetivas que adquirimos durante o confinamento pudemos crescer enquanto seres humanos e, espero eu, mudar para melhor.

Gabriela Marinho, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Gonçalo Pinto, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta crise tem alterado um pouco as nossas rotinas e os nossos comportamentos e nesta reflexão irei falar um pouco destas alterações.

Cada dia para mim não é muito diferente de outro, sigo uma rotina com aulas de manhã e trabalho de tarde descansando à noite, porém existem algumas diferenças como a prática de exercício tanto por minha parte como por parte da minha família.

Esta pandemia afeta-me agora menos do que me afetou no início. No início tinha mais medo, porém agora não tenho tanto e começo a habituar-me ao facto de ficar preso em casa saindo de noite para caminhar. As minhas preocupações mantiveram-se as mesmas de sempre que são nada mais nada menos que a minha família e a sua saúde e a minha maior esperança e acredito que seja pertencente a mais pessoas é que o mundo volte minimamente ao normal e que possamos todos continuar as nossas vidas normalmente.

Inês Santos, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Estamos dentro de casa, no nosso lar com quem vivemos, no meu caso sozinha durante o dia, com os meus pais ao fim do dia. É nesse conforto que passaremos os próximos dias. Estas relações poderão ser fortalecidas ou desgastadas. Tudo dependerá de como serão os encontros e os momentos dentro deste pequeno espaço. O foco mudou! De um momento para o outro, a principal coisa de acolhimento passou para nossos olhos! Já existem diversos cientistas a dizerem que os nossos olhos são a única parte do nosso cérebro que está diretamente exposta ao mundo e é a realidade em que agora estamos inseridos.

Durante estes dias lembrei me quando ia para à casa da minha avó, quando era mais pequena e desenhava roupa, tinha o sonho de ser designer de moda, talvez por causa dos filmes de moda que via. Agora, ultimamente tenho sido muito monótona nos meus hábitos; acordar, tomar o pequeno-almoço, aulas, aulas, piscina, jantar, tomar banho e dormir, e no dia seguinte tudo se repete. Quando estava nas “ditas” férias tinha tempo para me escutar, sentir-me e até perceber-me. Com a correria do dia-a-dia nem temos tempo para isto.

Depois de tudo voltar devagar à normalidade seremos uma sociedade com indivíduos com os seus próprios propósitos e dispostos a construir um mundo melhor e mais acolhedor.

Cabe-nos a cada um de nós fazer a nossa parte ficando em casa, aproveitando o tempo livre. A vida é cheia de mudanças e, como diz Darwin, não sobrevive a espécie mais forte, mas sim a que melhor se adapta às mudanças.

Mariana Barreira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal