Reflexões dos alunos (12 de maio a 18 de maio)

A pandemia COVID-19 tem provocado a adoção de comportamentos distintos, bem como de diferentes medidas legislativas, com profundo impacto nas empresas de diferentes sectores e na sociedade em geral.

Nesta semana deves refletir sobre:

- O que está a acontecer no teu país ou na tua cidade com a crise do coronavírus? O que mudou na tua cidade ou país com a crise do coronavírus?

- Como é que aquilo que está a acontecer no teu país ou na tua cidade com a crise do coronavírus afetaram a tua rotina diária?

- Os nossos hábitos diários foram afetados com a crise do coronavírus? Quais? Porquê?


Nuno Amaro, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

A pandemia do COVID-19 tem afetado todos os países e cidades ao redor do mundo, e a minha não é exceção. Antes deste surto, quando se saía a rua na minha região, via-se imensa gente a passear, a ir comprar doces, a conversar nas esplanadas dos cafés, sempre gente muito feliz e alegre. Contudo, com o aparecimento desta crise, já não se vê metade daquilo que disse anteriormente, as pessoas estão todas em casa, os cafés estão todos fechados, e não condeno, uma vez que as pessoas estão a fazer o correto, embora não deixa de ser triste à mesma.

A maioria das pessoas viu os seus hábitos a mudarem completamente, tal como todos os estudantes. Por outro lado, houve muita gente que não sofreu muito com esta alteração, por exemplo as pessoas que continuam a exercer os seus trabalhos.

O meu dia-a-dia mudou bastante com isto, antes eu acordava de manha e ia para a escola, um pouco contrariado, mas não sabia que eram as pequenas coisas que faziam a diferença. A minha rotina está completamente diferente, passo os dias em casam a resolver os trabalhos da escola, e pouco mais faço, para além da atividade física, e umas caminhadas muito raras.


Gonçalo Barbosa, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Neste mês, maio (mês de Maria), é costume na minha cidade todos os domingos realizar-se uma procissão pelas ruas da mesma. As pessoas colocam velas nos muros e portões das casas para celebrar este mês. No entanto, o COVID-19 não permite mais as procissões com pessoas. Sendo assim, nestas condições, o pároco percorre as ruas numa carrinha pick-up e realiza a procissão sozinho.

Antes do COVID-19, a minha rotina diária era muito à base de escola e treinos (em dias semanais). Agora, nem a um, nem a outro posso ir. Dantes os meus pais queixavam-se que aos fins-de-semana nunca podiam passear porque me tinham de estar sempre a levar a jogos. Agora ainda se queixam que não podem ir passear, mas não é porque me têm de levar a jogos.

Todos os hábitos diários que implicavam a interação com pessoas de diferente morada estão agora em “stand-by”. Hoje, 18 de maio, vou voltar pela primeira vez à minha escola para ter aulas das disciplinas de exame. Quanto aos treinos, mal posso esperar que comecem. Até lá, fico em casa.

Durante a quarentena e com um acréscimo de tempo livre que tivemos, houve um excelente período para fazer uma reflexão acerca do estado deste Mundo: estava-se a perder o contacto humano, os valores mais íntegros como a solidariedade, o altruísmo estavam a desaparecer ao longo do tempo, cada pessoa estava-se a tornar cada vez mais egocêntrica e individualista… Penso que a conclusão que podemos tirar disto é que, é preciso tomar medidas para combater esta decadência moral na sociedade, e agora é o momento de pôr isso em prática.


Mariana Barreira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Caminho nesta rua

Caminho nesta rua

Vejo as mesmas pessoas e locais

Porém, sinto que tudo mudou

E não apenas os problemas sociais.


O mesmo sol, o mesmo céu

O mesmo ar, a mesma gente

Tudo o que sinto é diferente

Tudo é apenas um desejo meu.

Quanto tempo vai demorar

Para te puder ver, para te abraçar

E não apenas em pensamentos?

Pois com estes difíceis tempos

O amor apenas é possível

Com a distância.


Miguel Afonso, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Vivemos um momento da história estranho, em que se colocaram em prática medidas estranhas e valores estranhos. Estranhos no sentido em que, nenhum de nós pensou passar por isto, mas que somos obrigados a acatar pois são essenciais à nossa sobrevivência enquanto indivíduos e sociedade.

Neste momento já se sente um alívio de algumas medidas mais restritivas, já é permitido ajuntamentos até 10 pessoas, a prática de alguns desportos individuais e certos estabelecimentos, com uma determinada área, já reabriram.

Na minha cidade e na generalidade do país devemos manter a distância de 1.5 metros em certos estabelecimentos e em locais fechados e transportes públicos é obrigatório o uso de máscara. Este ano não irão realizar-se a maioria das festas das cidades, eventos desportivos ou religiosos. Muitos casamentos e comunhões foram cancelados ou adiados para datas ainda por definir, mas apesar de toda a incerteza já se nota mais movimento nas ruas e aos poucos a vida tenta voltar ao normal.

A minha rotina como a da maioria das pessoas foi fortemente alterada, de manhã ao invés de me dirigir à escola para ter aulas, não saio de casa e tenho-as por vídeo chamada. Tento evitar saídas escusadas, mas para sentir o meu equilíbrio físico e mental procuro manter a minha atividade física.

Sim são tempos estranhos, que não sabemos explicar, que nos trouxeram medos que não sabíamos que existiam, mas que nos despertaram valores e sentimentos que também desconhecíamos e que descobrimos que estavam dentro de nós, como viver não só para o “eu”, mas o “eu” com os “outros”.

Há quem afirme que a primeira fase está a passar, só peço, que as forças não se esgotem e os cuidados não esmoreçam, que tudo passará…

Ariana Couto, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Beatriz Maia, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Segunda Feira (11 de Maio):

A nossa vida mudou muito desde que começou esta pandemia e estaria a mentir se dissesse o contrário! Só pelo facto de não podermos de sair de casa ou desconfiarmos e afastarmo-nos das pessoas por quem passamos na rua, é impossível dizermos que nada se alterou.

No meu país, as alterações foram bastantes, desde empresas que fecharam, muitas pessoas a perderem o emprego, o controlo junto aos locais onde mais pessoas se juntam entre muitas outras coisas. Mas a mim, nenhuma destas consequências me afetou diretamente e sinto-me feliz por isso!

Por outro lado, surgiu uma grande onda de solidariedade entre pessoas, e por exemplo onde moro, notou-se muito essa diferença, desde concertos na varanda a caixas solidárias, de tudo um pouco para ajudar quem mais precisa.

Mas com esperança, tudo vai ficar bem para todas as pessoas ...

Um abraço virtual,

Beatriz Maia

Sexta Feira (15 de Maio):

Desde que a pandemia começou, foram muitas as mudanças de rotina. No início, após as escolas fecharem, era praticamente todo o dia a descansar ou a fazer o que mais gosto em casa.

Mais tarde, surgiu um horário enviado pela escola, para seguirmos e realizarmos trabalhos que os professores iam enviando.

E desde meio de Abril que estou a ter aulas online por videochamada. Agora, as manhãs são em vídeoaula e as tardes a realizar os trabalhos. Mas claro que, pelo meio também tenho tempo para ver séries, descansar, ouvir música. Na verdade, até acho que tenho mais tempo agora, do que quando estava na escola fisicamente.

A maioria dos meus colegas e professores, dizem que preferem ir para a escola, e que não estão a gostar nada deste método. Eu, até estou a gostar bastante, acho que consigo tirar mais proveito das aulas porque consigo estar mais concentrada.

É definitivamente um novo mundo, uma nova vida e temos de nos acostumar a ela.

Um beijinho virtual

Beatriz


Gonçalo Barcia, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

O Coronavírus foi algo assustador e inesperado que apareceu na nossa sociedade e que afetou o mundo em geral.

Portugal felizmente não foi um dos países com mais infetados como Espanha e Itália, mas no sentido de nos proteger os nossos governantes implementaram todas as restrições necessárias para não agravar esta crise. A situação de Portugal na minha opinião foi um milagre uma vez que o nosso vizinho era um dos países mais afetados por esta crise.

Infelizmente esta crise veio no pior momento, quase a chegar o verão, onde as pessoas se juntam mais, viajam, iam à praia, mas neste momento depois do fim do estado de emergência, as praias estão interditas até 6 de Junho, a não ser as pessoas que praticam desportos aquáticos, as viagens são aconselháveis apenas fazer em território português e os espaços públicos apenas podem receber um terço das pessoas que recebiam antes.

Quando comecei a ouvir falar do coronavírus, e quando ouvi que se calhar tínhamos de ficar em casa até gostei, mas depois passavam as semanas e percebi que isto ainda ia durar alguns meses, e para a maioria dos jovens como eu era sinal de desespero e na nossa idade onde devíamos sair e aproveitar, isso era um bocado preocupante.

Pessoalmente eu sou uma pessoa que gosta muito de estar com os amigos, ir à praia e ainda por cima jogo ténis e ficar sem jogar também foi difícil.

Rita Lopes, 15 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Acho que é seguro dizer que vários países pararam graças à pandemia. Economias estagnaram e várias empresas fecharam. Em Portugal, o mesmo se verificou. Foram tempos difíceis que um pouco melhoraram após o levantamento do estado de emergência. Felizmente, como se costuma dizer, alguns males vêm pôr bem. Assim, apesar destes tempos estáticos, coisas boas floresceram. Várias famílias tiveram a oportunidade de se aproximarem mais e terem uma pausa do mundo apressado onde vivemos. Muitos tiveram a oportunidade de respirar fundo e refletir com tranquilidade sobre aspetos da vida. Para além disto, acho que pela primeira vez em muito tempo, todos estivemos focados no mesmo objetivo, não perder o contacto e vencer a solidão. Em praticamente todo o lado vimos campanhas e anúncios que nos trouxeram a todos juntos, mostrando mais uma vez que juntos somos mais fortes.

Acho que, de uma forma geral, estes tempos mostraram-nos que, ainda que parados, o nosso país (tal como muitos outros) continuou a mostrar bastante vida!


Gabriela Marinho, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Como é óbvio, esta situação de pandemia afetou a rotina de todos, inclusive a minha!

Primeiro, tenho aulas pelo zoom e trabalhos marcados no Google Classroom, o que já torna tudo diferente. Não gosto nada que na plataforma Classroom apareça “ entregue com atraso”, por isso tento cumprir com os prazos, embora esteja a ser mais difícil de me concentrar em casa.

Depois, deixei de treinar como treinava: 3 horas por dia de segunda a sábado num pavilhão desportivo. Passei a ter treinos diários de somente 1 hora pelo zoom: o que não é de todo mau, porque já não me canso tanto! Mas é diferente e menos motivante!

Para além disso, e isso todos temos consciência, toda a nossa vida social foi afetada. Deixamos de puder ir ao cinema, de comer um simples gelado com os amigos, deixamos de puder passar horas no shopping a escolher “aquela camisola” e agora até a nossa simples ida à praia é controlada!

As escolas foram encerradas há cerca de 2 meses (na altura das férias da Páscoa)! Mas foi à cerca de um mês que a mudança se fez mesmo sentir aqui em Portugal: aquando do decreto do Estado De Emergência. Nessa altura a maior parte dos trabalhadores ficou em teletrabalho, outros em regime lay off, e muitos desempregados!

Infelizmente, agora há muita gente a passar fome; mas em contrapartida, também se têm visto muitos voluntários a fazer a diferença. A verdade é que aos poucos, aqui em Portugal, estamos a tentar voltar a uma normalidade parecida com a que tínhamos antes (porque a que tínhamos antes ainda está um pouco longe). Dia 2 de maio, deu-se o fim do estado de emergência! E, hoje, dia 18 de maio, avançou-se com a segunda fase de desconfinamento: já abriram as creches e os alunos do 11º e 12º ano regressaram às aulas presenciais. Abriram também os restaurantes! Tudo isto, claro, com o uso obrigatório de máscara! Termino dizendo que tenho fé que tudo isto será resolvido, basta seguirmos todas as orientações da Direção Geral da Saúde e, claro, confiarmos em Deus!

Beatriz Miguel, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Desde que esta pandemia começou todos tivemos de nos adaptar, quer seja relativo à mudança da rotina diária, quer seja pelo facto de não podermos conviver com as pessoas que estamos mais habituados. Este surto levou a que todos os países se tivessem de estabelecer novas regras e punições. Em Portugal, as pessoas respeitaram e acataram todo o que foi proposto e por esse motivo encontramo-nos já na fase de desconfinamento.

Devido ao isolamento social a minha rotina diária sofreu muitas alterações. Por um lado, as escolas continuam encerradas o que faz com que tenha de recorrer ao ensino em casa. Por outro lado, o facto de não poder sair de casa faz com que tenha de ocupar o meu tempo de várias maneiras diferentes como por exemplo, a prática de mais exercício físico, jogos em família, chamadas com familiares e amigos… Antes da crise do coronavírus tinha vários hábitos que agora não os posso realizar como estar com amigos, ir visitar a família, ir à praia…

Mesmo que esta situação mude muito a rotina de todas as pessoas, o mais importante é respeitar tudo o que as pessoas da saúde propõem para que consigamos ficar seguros em casa.

Fernando Monteiro, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Olá, hoje irei partilhar em que aspetos a minha rotina diária mudou devido à crise de coronavírus.

A maior parte dos países e cidades tiveram de recorrer a diversas medidas para evitar a propagação desta doença. Uma das primeiras medidas tomadas cá em Portugal foi o fecho das escolas, esta medida mudou completamente maior parte do meu dia, já que ao invés de ter passar grande parte do tempo da minha semana na escola comecei a ter de ficar em casa sem poder se quer sair. Contudo, tive a sorte de poder continuar a estar com os meus amigos não fisicamente, mas “oralmente”, o que foi também ajudado pelas aulas via online que continuamos a ter.

Mas uma das principais medidas que me deixou, mas afetado foi a proibição da prática de desportos coletivos. Devido a esta não pude continuar a prática do meu desporto deixando de puder desfrutar da grande alegria que o rugby me proporcionava, deixando também de poder estar com os meus amigos desta equipa. Esta medida em particular, alterou bastante a minha rotina diária já que tinha no mínimo 2 vezes por semana e um jogo os quais me ocupavam grande parte do tempo em conjunto com o meu outro desporto a natação.

No entanto, quando reflito sobre a situação que se faz viver não me arrependo de ter sido obrigado a mudar as minhas rotinas diárias porque sei que assim poderei mais rapidamente voltar a todas as atividades e desportos em que adoro participar. Além disso, irá saber melhor voltar aos treinos depois de imenso tempo e aí vai saber mesmo bem voltar a jogar.


Inês Santos, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

A crise provocada pelo coronavírus mudou o mundo, o meu país, a minha cidade e até a minha aldeia. No meu país, lojas e empresas fecharam como nunca se tinha visto antes, e muitas das que fecharam já não voltarão a abrir. Supermercados apenas é possível entrar um número reduzido de pessoas, apenas 1 pessoa de cada família, muitas das prateleiras no início estavam vazias, as coisas esgotaram-se como se não houvesse amanhã. Na minha cidade andou-se a distribuir máscaras e luvas porta a porta, empresas como a Continental, que nunca pararam nem para férias viram-se obrigadas a parar, e quando retomaram a sua atividade despediram todos os empregados de mão de obra contratada, ficando apenas com os empregados mesmo da empresa.

A minha cidade, Famalicão foi alvo de várias notícias vergonhosas na televisão, mas a minha cidade também tem coisas boas. Todas as noites num local/freguesia da cidade pudemos ver um batman a tocar trompete, em sinal de esperança para aqueles e aquelas que não a conseguem ter. Em todo o país o que para nós era estranho ver uma pessoa de máscara, agora faz parte da rotina, o que é estranho é ver uma pessoa sem máscara.

A minha rotina diária alterou se, com esta pandemia, tal como a rotina de 11 milhões de pessoas. Deixou-me de ser possível ir a escola, ir à missa, aos escuteiros, andar de autocarro, ir sair com amigos, visitar a família e até de os abraçar e beijar.

O que antes para mim era normal como é o caso de conviver com as pessoas, agora deixou de o ser. Estamos em casa a ter aulas, mas mesmo assim até aqueles simples hábitos de nos arranjarmos, almoçarmos cedo, deitarmo-nos cedo foram alterados. Substituímos o arranjamo-nos para ir sair por vestir uma sweat por cima do pijama e entrar na aula. Aproveitamos para tomar o pequeno almoço num dos intervalos de 20 minutos, porque de manhã como acordamos cinco minutos antes da primeira aula, não deu tempo. E até como estamos em casa não temos tanto sono e facilitamos, deitando-nos muitas das vezes depois das ⅔ da manhã.

Henrique Gomes, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

O COVID-19 afetou quase todo o mundo. Pensava que nunca ia chegar a Portugal, mas acabou por chegar. Portugal reagiu bem a pandemia, tomando as devidas medidas.

As medidas tomadas afetaram todos as cidades. A população não pertencente à classe trabalhadora ficou interdita de sair de casa. E mesmo alguns trabalhadores, foram obrigados a se confinar, devido a muitas empresas terem ficado em lay-off.

Penso que esses trabalhadores sejam os mais afetados, porque o rendimento deles caiu. Como era previsto, o setor da saúde foi muito afetado. Não só tem que combater a pandemia, como lidar com todos os outros doentes. Os nossos quotidianos mudaram por completo, porque nunca fomos interditos de sair de casa antes. O meu quotidiano foi bastante alterado, mas não me afetou mentalmente. Apesar de ter deixado de ir á escola, o novo método de ensino motivou me. Não falho com os trabalhos pedidos pelos professores, compreendo muito melhor a matéria, e este estudo autónomo foi tudo o que sempre fiz, e agora que tenho o tempo necessário para o fazer, todas as aulas e horas de estudo estão a render muito.

Catarina Silveira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

No meu país, o estado de emergência terminou a 3 de maio de 2020, no entanto, as pessoas continuam a evitar as saídas. Nesta 1ª fase foram abertos alguns comércios locais, estabelecimentos de prestação de serviços de higiene pessoal por marcação, entre outros poucos…

Na próxima semana, alguns dos alunos sujeitos a exame no secundário retomaram aulas presenciais às disciplinas de exame e os cafés, restaurantes e esplanadas serão reabertos.

No meio disto tudo, pelo que os meus pais me dizem pois vão trabalhar presencialmente, as ruas ainda continuam muito vazias comparadas ao que era, principalmente o trânsito. Numa próxima fase de desconfinamento, que será a última, o teletrabalho será parcial, as lojas de cidadão, todas as outras lojas abrirão, creches, pré-escolar e ATLs, salas entretenimento artístico e o futebol.

Concluindo, espero que todo este tempo de espera não seja em vão e que consigamos superar todo este grande momento que afetou a vida de cada um.

13.5.2020

Todos nós temos estado em casa desde que o estado de emergência começou. Eu não estava consciente do vírus, estava a achar que todo mundo estava demasiado preocupado. No começo, foi fácil receber o aviso para ir para casa. Achei que era bom porque estava stressada com a escola, mas não demorou muito para perceber que eu só precisava de dois dias de folga da escola e não de dois meses. Estive em casa o dia todo, nunca saí e, é claro, minha rotina mudou muito. Não preciso mais de 15 minutos para ir à escola, porque fica a 10 passos. Não preciso mais de me lembrar de ir ao site da escola e escolher o que comer, não preciso ... porque tudo fica mais fácil agora. Mas só porque é mais fácil, é melhor? Todos dizem que sentem falta de sair, mas eu não sinto falta, apenas sinto falta dos momentos, que eram principalmente do lado de fora.

É claro que eu gosto de ficar mais tempo na cama porque a escola está “perto”, mas sinto falta daqueles 15 minutos que nem sempre são os mesmos, as músicas que tocam no rádio, o tráfego, o “acelera ou vamos chegar atrasados”;, momentos que sendo bons ou não, são os pontos altos do dia. Agora, meu dia é a coisa mais monótona de todos os tempos. Quando questionei sobre as coisas serem mais fáceis e não serem melhores eu sei que agora as melhores coisas não estão em lado nenhum, porque fora significa estar exposto ao vírus, a necessidade de usar uma máscara que não seja confortável e estar dentro significa ficar preso dentro de casa sem saber mais o que fazer. Então, o que tomo disto é viver todos os momentos ao máximo, porque podemos perder a oportunidade de tê-los da maneira que desejamos.

15.5.2020

André Vale, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Após quase dois meses de convivência com esta pandemia, entramos agora numa fase de habituação a esta nova realidade. Depois de um corte total no nosso ritmo e de todos os pensamentos estarem em arranjar formas de conter o vírus, podemos, agora que a primeira batalha foi vencida, fazer o rescaldo do que mudou nas nossas vidas.

Em Portugal agora tenta-se uma abertura sequenciada e planeada da atividade económica, atividade essa que já regista perdas astronómicas ao nível financeiro e que precisam de reabrir urgentemente para evitar o colapso. No entanto, a sociedade ainda se encontra fortemente marcada pelo pesadelo do vírus e tenho seriamente dúvidas em que esta reabertura vá trazer tudo de volta ao normal no setor económico. Para além disso, programa-se o regresso de algumas atividades desportivas profissionais como o futebol apesar de todo o espetáculo estar extremamente condicionado.

Este vírus trouxe a Portugal várias alterações: o país fechou por completo desde escolas a todo o tipo de trabalhos. Sendo Portugal um país que saiu há pouco tempo de uma grave crise

financeira, muitos postos de trabalho encontravam-se ainda com graves problemas de estabilidade e este vírus fez com que estas empresas falissem e muita gente se tornasse desempregada, e quando não há rendimentos, muita gente entra no limiar da pobreza e da fome.

No entanto, a tormenta passará e a união, que já caracteriza Portugal e os portugueses, será uma excelente ajuda para que todos consigamos ultrapassar este difícil desafio.