Reflexões dos alunos (19 a 25 de maio)

O país e o mundo nunca mais serão os mesmos. Entramos num novo “tempo": o antes e o depois do COVID-19. Ninguém tem dúvidas do impacto que este vírus, invisível e indesejável, teve, tem e terá nas nossas vidas. O ano de 2020 marcar-nos-á para sempre.

Nesta semana deves refletir sobre:

- Será esta pandemia do coronavírus uma oportunidade para ganharmos consciência da nossa insignificância enquanto seres humanos?

- Será esta pandemia do coronavírus uma oportunidade para refletirmos e mudarmos os nossos hábitos? Para mudarmos aquilo que somos? Para modificarmos a forma como lidamos uns com os outros?

André João, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Eternas Estrelas

Tal uma faísca chegaste,

Choque nós recebemos e vidas tu arruinaste.

Infinitas perguntas e nenhuma delas com resposta,

pelo menos segundo o que o poder nos mostra...

Constante reflexão sobre o destino de cada um,

de todos menos o meu eu porque esse... já teve um.

O tempo é lento, mas Graças a Deus que assim o seja,

porque para muitos tu já lhes ultimaste.

Morte tu mereces, porém tu a incarnas.

Famílias, amizades e amores separaste e separas

Transforma-te numa estrela, vive e parte

porque de ti não queremos.


Subitamente, somente serás uma má memória...

A retoma das nossas vidas será guiada pela luz das nossas estrelinhas.

Que essas nunca irão ser esquecidas.

André Vale, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Se há algo que este vírus nos demonstrou é que o ser humano não é o ser extremamente superior e inatingível que governa o mundo como bem deseja e prova disso é que o mais pequeno dos seres, que se encontra na barreira entre o ser vivo e o ser inanimado, conseguiu parar o planeta e alterar para sempre a sociedade mundial.

Desta forma, e como tenho vindo a dizer nas minhas últimas reflexões, temos aqui um excelente momento de reflexão acerca dos nossos atos e acerca do funcionamento das sociedades. Finalmente apercebemo-nos que a maior ameaça à nossa extinção será um vírus e que, por isso, devemo-nos focar cada vez mais em investir nos centros de pesquisa e na ciência em si. Não somos deuses e, por isso, estamos vulneráveis a todo e qualquer acontecimento, desse modo, se estivermos minimamente preparados para o embate, teremos mais facilidade em vencer a batalha.

De facto, os nossos hábitos têm de ser alterados. E este novo recomeço pode ser a melhor hipótese para pormos isso em prática. Devemos esquecer as nossas diferenças e tratarmo-nos todos de forma igual. Este vírus fez o mundo todo unir-se em volta da luta contra a COVID-19 e acho que devíamos manter esta união para sempre. As guerras deviam acabar de vez, somos todos a mesma espécie e já vimos que juntos somos imbatíveis, por isso, que este recomeço traga a paz e a fraternidade já há muito perdidas.

Ariana, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Beatriz Maia, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Durante a semana que passou propus-me a refletir sobre o tema “Será esta pandemia do coronavírus uma oportunidade para ganharmos consciência da nossa insignificância enquanto seres humanos?” e concluí que concordo em parte com esta afirmação.

Acredito que a pandemia está a fazer todo o mundo perceber que um bichinho microscópio pode acabar com os humanos da terra de vez, e não estivemos longe, bastava o vírus ser um pouco mais forte.

Por outro lado, acho que não somos totalmente insignificantes neste mundo. Todas as criaturas que estão cá são importantes, na minha opinião. E nós não somos exceção, se não fossem os humanos quem iria descobrir mais sobre a vida?

Para além disso, um ser insignificante não teria capacidades para destruir e lutar contra este maldito vírus.

Concluindo, esta situação está a colocar muitas pessoas a pensar e a refletir sobre a sua vida, os seus atos para com os outros seres que vivem na Terra, e acredito que depois desta pandemia acabar que todos seremos um pouquinho diferentes.


Catarina Silveira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Fernando Monteiro, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Olá, nesta reflexão irei pensar sobre a ideia de que este tempo diferente na história do ser humano fez-nos talvez perceber que não somos tão significantes neste mundo como pensávamos.

Antes deste vírus nos atingir, fazíamos tudo o que queríamos, roubávamos recursos aos outros seres vivos apenas para satisfazer interesses completamente insignificantes, como por exemplo uma pessoa comprar uns novos sapatos de uma marca que está muito na moda apenas para parecermos mais importantes, mesmo que essa mesma pessoa já tivesse muitos outros sapatos. Achávamos também que éramos muito superiores em relação aos outros seres vivos apenas por sermos os únicos com capacidade racional, achávamos que a Terra era só nossa e que o resto não importava.

Mas, quando fomos obrigados a parar por este pequeníssimo ser vivo percebemos que não somos assim tão poderosos. Reparamos que a Natureza continuou a prosperar e a funcionar enquanto todos nós estávamos em casa. Os animais e outros seres puderam recuperar as vidas normais que todos os dias nós lhes tirávamos, estes também se revelaram mais poderosos que nós, visto que este vírus não lhes alterou a vida. Por fim, reparamos que todos os danos causados por nós no resto do planeta começaram a voltar ao normal como se o ser humano não existisse.

Assim, percebemos que a Natureza não precisa da nossa espécie e que sem nós esta continuaria a prosperar se calhar até melhor do que connosco. Contudo, para resolver isto basta que neste tempo diferente possamos perceber que o mundo não é apenas nosso e por isso temos de começar a preocuparmo-nos mais também com o resto do planeta.

Gabriela Marinho, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Acredito que de certa forma, todos vamos sair um pouco mudados desta pandemia, até porque o mundo já não será o mesmo! Penso que essa mudança vai estar essencialmente latente na forma como lidamos com os outros, na forma como vivemos os pequenos momentos! Acho que a maior parte de nós vai passar a dar muito mais valor às pessoas, vai passar a dar muito mais valor ao tempo com essas pessoas!

E sim, na minha opinião, esta pandemia deu-nos alguma consciência acerca da nossa insignificância enquanto seres humanos! Ninguém contava com tudo isto, foi tão INESPERADO! De um momento para o outro, deixamos de viver uma vida corrida por todos os lados, e passamos a viver uma vida pacata num único espaço. É óbvio que nós não controlamos nada, embora muitas vezes achemos que sim. Deus é quem está no controlo de tudo, e, quando comparados com ele, somos insignificantes, meros seres...

Gonçalo Barbosa, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta fotografia simboliza o “desabrochar” de uma nova época. É uma forma de simbolizar o tempo de desconfinamento que começou esta semana.


Gonçalo Pinto, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta pandemia é algo mau isso todos concordamos, porém concordo que a mesma nos traz á cabeça certas reflexões filosóficas sobre alguns assuntos.

Eu concordo que podemos refletir muito sobre a nossa insignificância como seres humanos pois num tempo em que uma pequena coisa nos pode causar a morte nós pensamos no perigo que este mundo é e que o ser humano não é tão poderoso ou imponente, pois a partir do momento em que tanto o mundo como a sociedade começa a ruir graças a algo tão pequeno como um vírus, nós apercebemo-nos da nossa fragilidade e, se alguém que nós conheçamos seja infetado, nesse caso é que refletimos pois, percebemos que tudo pode acontecer a todos e que, nós não somos especiais.

Por fim, acho que esta pandemia serve para nós mudarmos, eu por exemplo mudei muitos hábitos meus para melhor, tanto por ter tempo para isso, como porque com algo tão letal lá fora como o vírus o melhor que eu posso fazer enquanto aqui estou é melhorar. Mantenhamos sempre a esperança.

Henrique Gomes, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta pandemia abriu os olhos a muitas pessoas, mostrando a todo o mundo a nossa impotência perante, por exemplo, uma pandemia, algo que está bem fora do nosso controlo, até ser encontrada a vacina. Mas esta falta de controlo humana data de há muitos séculos. O facto de o mundo não viver sem guerra e fome, só demonstra isso. O facto das 26 pessoas mais ricas terem tanto dinheiro quanto 3,8 mil milhões de pessoas demonstra o quão inúteis nós somos uns para os outros.

Sim, toda a gente merece uma vida confortável, mas deveria haver um limite para a riqueza de um indivíduo. Em média, um indivíduo consegue viver uma vida confortável, gastando, na totalidade da sua vida (em média 80 anos) de 900 mil a 1 milhão e 500 mil (dependendo de onde vive). Enquanto isso vemos Jeff Bezos com uma fortuna avaliada em 116 mil milhões de euros. Bill Gates em 85,8 mil milhões de Euros. Warren Buffet em 73,4 mil milhões de euros. A população mundial é de 7.3 mil milhões de pessoas.

Se os 3 homens mais ricos do mundo vivessem com 1 milhão e 500 mil, e repartissem o

restante pela população mundial, teríamos dinheiro para repartir pela população mundial 37 vezes.

É tempo de mudarmos hábitos, é tempo de começar a ajudar o próximo e não pensar só em si. É tempo de pararmos as pessoas luxuosas enquanto houverem pessoas a morrer à fome.

Inês Santos, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

A pandemia do Covid-19 veio mostrar ao mundo e aos seres humanos que existe algo que nos é superior. Ultimamente os portugueses andavam a agir de forma inconsciente em diversos casos, e este caos que, entretanto, se instalou no nosso país está a servir para que as pessoas parem para pensar no que estavam a fazer mal e que agora terão de mudar. Bastou o vírus chegar e começar a afetar algumas pessoas que logo de imediato alterou a rotina de todos nós. Os estudantes como eu ficaram condicionados a uma cadeira, uma mesa e um computador dentro de quatro paredes.

Quem dizia que o coronavírus iria ter este impacto no mundo e no país? Ninguém. Até a nossa ministra da saúde, Graça Freitas, disse que o Covid-19 não ia chegar a Portugal e neste momento estamos como? Com 29 209 infetados e 1231 mortes.

A pandemia do coronavírus está a ser uma oportunidade para pensarmos no quanto a nossa liberdade era importante e nós nem tínhamos tempo para parar e para pensar nisso. As mentalidades de várias pessoas vão mudar. Eu que não valorizava muitas das vezes um abraço de um amigo, vou começar a valorizar, e até aquela pessoa que não sabia o que era poupar dinheiro pois gastava-o todo, até mesmo antes do mês terminar, vai-se ver aflita e vai tentar começar a poupar.

A forma como lidamos uns com os outros também se vai alterar. Vai ser estranho quando voltarmos finalmente e puder conviver como antes, pois já estávamos a habituarmo-nos a conviver por um ecrã. Até a maneira como se calhar tratamos algumas pessoas vai ser tida em conta, porque talvez tenhamos chegado a conclusão que essa pessoa não é aquilo que achávamos que era.

Mariana Barreira, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal


Miguel Afonso, 17 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Com toda a certeza, que esta pandemia em que vivemos nos dará muitas lições, sendo uma das quais a importância vital que temos neste planeta. Somos os seres mais evoluídos, por consequência somos os que mais afetamos a Terra e pensar o contrário só faria de nós hipócritas.

Este período em que tivemos em atividade reduzida foi suficiente para ver os níveis de poluição de grandes cidades diminuírem drasticamente, foi suficiente para ver inteiros ecossistemas a renascer, foi suficiente para se poder voltar a ver golfinhos em Veneza.

O impacto do ser humano no Mundo não é insignificante, o impacto do ser humano tem de ser

repensado.

Este tempo deu-nos não só tempo para repensar sobre o impacto em que temos no mundo, mas também o impacto que temos nos outros, a marca que queremos deixar no próximo e a relação que queremos ter com ele.

Deveremos refletir sobre o passado e deliberar o que mudar, pois existe sempre uma maneira de vivermos mais para o outro e essa deve ser a filosofia que devemos tomar para a vida.

Devemos a partir dos nossos hábitos aproveitar para nos desenvolvermos pessoalmente, para que amanhã sejamos melhores do que fomos ontem.

Nuno Amaro, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Esta nova pandemia veio e levou com ela muitas pessoas, entes queridos de muita gente mesmo. No entanto, tudo o que vem tem um motivo, e eu acho que esta pandemia veio como forma de alertar os seres humanos que não estamos a agir corretamente em sociedade, e estamos a destruir, provavelmente, o único sítio no universo, em que há vida. Creio também que tudo isto foi um “abre olhos” para a nossa insignificância também, pois uma coisa tão pequena, consegue fazer-nos isto e nós nem conseguimos lidar em condições.

No entanto, eu acredito que “há males que vêm por bem”, e que tudo isto vai mudar a nossa forma de interagirmos em sociedade, vamos aprender a respeitarmo-nos mais, mudar os nossos hábitos e também mudar a forma como vemos o mundo, as pequenas coisas que antes não dávamos valor, agora são as coisas que mais queremos fazer, como ir jantar a algum lado com os nossos pais/amigos, ir dar uma caminhada, estar com um familiar e até mesmo ir à escola

Rita Lopes, 16 anos, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, Portugal

Curiosamente, desde o início do ano letivo que eu tinha noção que, se um dia todos morrêssemos, seria muito provavelmente por causa de um ser microscópico. Isto porque o meu professor de biologia mostrou à minha turma, mais ou menos no início do ano, as formigas zombie. Estas são formigas que são atacadas por um fungo que as controla e as mata. O professor disse que um dos medos em relação a este fungo é que esta espécie decida atacar também mamíferos. Caso isto acontecesse, sem dúvida alguma que estaríamos todos em risco de extinção e haveria muito pouco para fazer em relação a isso. Com esta história o professor relembrou-nos um pouco da nossa insignificância em relação ao controlo que temos do futuro e da nossa sobrevivência.

Foi um bocado assustador aprender sobre este fungo, no entanto, isso não me afetou tanto assim, porque no fundo eu já sabia da nossa impotência e a história do professor apenas reforçou essa ideia.

Todavia, o que foi mesmo assustador foi ver a história do professor quase se tornar verdade. Foi até um pouco engraçado porque pareceu que o professor previu o futuro, mas acima de tudo foi assustador e serviu para nos lembrar da nossa insignificância, desta vez não só a mim e à minha turma, mas também ao mundo todo.

Em perspetiva, fico feliz por este lembrete enorme uma vez que sinto que, graças a esta pandemia, todos nós temos tido bastante tempo para refletir sobre a nossa existência e a nossa influência aqui na terra. Eu quero acreditar que este lembrete do pouco controlo que temos nos vai fazer querer controlar o que podemos ter sob controlo, como a poluição e as alterações climáticas, por exemplo. Quero acreditar que quando tudo passar, seremos mais responsáveis e tentaremos tomar conta do que ainda podemos.

Talvez isto seja sonhar um bocado alto, mas também não tenho muito mais para fazer.