Idade Média
Vivendo os espaços privados medievais: uso de plantas baixas de casas medievais
Vivendo os espaços privados medievais: uso de plantas baixas de casas medievais
Sabemos o quanto é difícil encontrar fontes históricas acessíveis, produzidas durante o período medieval, para uso em sala de aula. Mais complicado ainda é conhecer e acessar o modo de vida dos camponeses medievais.
Como entender como os camponeses medievais viveram entre os séculos XI e XIV? Uma das formas mais interessantes é fazer uso de plantas baixas produzidas, como parte de reconstruções de moradas camponesas, por meio de vestígios arqueológicos de vivendas camponesas medievais.
Nesse laboratório trabalhamos plantas baixas de "casas longas" na Inglaterra Medieval, em Devon e Cornualha e Wharram Percy (Yorkshire), e na França Medieval, em Plumelin (Morbihan) e em Rugney (Vosges). Todas disponibilizadas no capítulo "Os arranjos do espaço privado", da obra História da vida privada 2: da Europa à Renascença, dirigida por Philippe Ariès e Georges Duby.
Para acessar as plantas usadas clique aqui.
Objetivo do laboratório
Desenvolver, a partir de estudo, pesquisa e interpretação de plantas baixas de "casas longas" camponesas medievais - das regiões da Inglaterra e França - conto ficcional que envolva o contexto medieval entre o século X e XIV, bem como o modo de vida e cotidiano dos camponeses.
O propósito foi fomentar o potencial criativo, crítico e colaborativo dos alunos.
Orientações para o desenvolvimento do laboratório.
Após o momento de discussão sobre o tema apresentar as fontes a serem trabalhadas, focando no contexto de sua produção das plantas baixas utilizadas, apresentando as regiões da Inglaterra e França onde foram encontrados os vestígios arquitetônicos da época, além de falar sobre o contexto social e cultural do período abordado.
Analisar as fontes juntamente com os alunos.
Sugerir algumas fontes secundárias, como artigos, livros, documentários e vídeos que aborde qualquer aspecto social, econômico e cultural do período, para subsidiar a criação e contextualização dos contos.
Se possível desenvolver a atividade com a disciplina de Português, que poderá apresentar o gênero conto, focando em sua estrutura, elementos e tipos. No nosso caso tive que falar sobre a narrativa ficcional e a importância da construção dos personagens da história.
Sugiro desenvolver a atividade em grupo, no entanto alguns alunos preferiram desenvolver a história individualmente (respeitei a escolha de cada um).
PS: Esse laboratório foi escolhido posteriormente como ponto de partida de um projeto interdisciplinar, que envolveu as disciplinas de Química, Biologia, Filosofia, Português, Artes, Informática e Geografia. Apresentarei os resultados em outra ocasião.
Orientações para o discente
Com base na aula e nas imagens anexadas (plantas baixas) crie e escreva uma narrativa ficcional, explorando o assunto discutido e as imagens das plantas de casas camponesas medievais inglesas e francesas. Use a criatividade, imagine personagens e animais, imagine cultivos, imagine a vegetação do entorno e como era a casa por dentro. Crie então uma história bem interessante envolvendo tudo isso (usando como base uma das plantas de casa camponesa). A depender da história criada pesquise sobre temas que ela possam abordar, como heresias, o poder da Igreja, bruxarias, etc.
Os contos apresentados nesse laboratório foram lapidados no projeto interdisciplinar mencionado acima e estão sendo preparados para publicação.
Bibliografia usada e sugerida
ABRAMSON, M Et Alli. História da Idade Média. Lisboa: Estampa, 1978, 3 vols.
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade para o Feudalismo. São Paulo; Brasiliense, 1979.
BANNIARD, Michel. A alta Idade Média Ocidental. Lisboa: Verbo, 1972.
BARRACLOUGH, Geoffrey. Os papas na Idade Média. Lisboa: Verbo, 1972.
BARTHÉLEMY, Dominique. Os arranjos do espaço privado. Séculos XI-XIII. In: ARIÈS, Philippe et DUBY, Georges. História da vida privada. Da Europa feudal à Renascença. Vol. 2. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo : Cia. Das Letras, 2006, p. 395-420
BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. São Paulo: Martins Fontes, 1982.
_______. Os Reis taumaturgos. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.
BOLTON, Brenda. A Reforma na Idade Média. Lisboa: edições 70, 1984.
BONNASSIÉ, Pierre. Dicionário de História Medieval. Lisboa: Don Quixote, 1985.
CERM (Centre d’Études et Recherches Marxistes). Sobre o Feudalismo. Lisboa: Estampa,
1978
COHN, Norman. Na Senda do Milênio. Lisboa: Presença, 1984
DOBB, Maurice. A evolução do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
D’HAUCOURT, Geneviéve. A vida na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
DUBY, Georges. Guerreiros e Camponeses. Lisboa: Estampa, 1980.
________. O Ano Mil. Lisboa: Ed. 70/São Paulo: Martins Fontes, 1988
________. As três ordens ou o imaginário do feudalismo Lisboa: Estampa, 1980.
________. O Tempo das Catedrais. Lisboa: Estampa, 1979
________. A Sociedade cavaleiresca. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
________. A Europa na Idade Média. São Paulo: Matins Fontes, 1988.
________. Idade Média, Idade dos homens: do amor e outros ensaios. São Paulo: Cia.
GROUSSET, René. As Cruzadas São Paulo: Difel, 1965
HERRS, Jacques. História Medieval. São Paulo: Difel, 1981.
________. Escravos e domésticos na Idade Média. São Paulo: Difel, 1983
HOLMES, George. A Europa na Idade Média (13201450) Lisboa: Presença, 1984.
HUIZINGA, Johan. O declínio da Idade Média São Paulo: Verbo/Edusp, 1978.
LE GOFF, Jacques. La baja Edad Media. Madrid: Siglo XXI, 1971.
________. Mercadores e banqueiros da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
________. Os intelectuais na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 1989.
________. Por um outro conceito de Idade Média. Tempo, Trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Editorial Estampa, 1979.
________. A civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1995 (2 vols)
________. O Apogeu da Cidade Medieval. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
________. O Imaginário Medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1994.
LOPEZ, Robert. A cidade medieval. Lisboa: Presença, 1988.
MACEDO, J. R. de. Riso ritual, cultos pagãos e moral cristã na Alta Idade Média. Boletim do CPA, Campinas, n. 4, p. 87-110, 1997.
______. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre: Ed. da UFRGS; São Paulo: Ed. da Unesp, 2000.
PERROY, Édouard. A Idade Média. São Paulo/Rio de Janeiro: DIFEL, 1977 (História Geral das Civilizações 6, 7, 8).
PESEZ, Jean-Marie. Castelo. In: LE GOFF, Jacques et SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Vol. 1. Tradução do verbete por Vivian Coutinho de Almeida. São Paulo: Edusc, 2002, p. 153-171
PINSKY, Jaime. Modo de Produção Feudal. São Paulo: Global, 1982.
PIRENNE, Henri. Histórica econômica e social da Idade Média. São Paulo: Mestre Jou, 1963.
___|_____. As cidades da Idade Média. Lisboa: Europa/América, 1973
QUEIROZ, Tereza Aline. As heresias medievais. São Paulo: Atual, 1988.
RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação: as minorias na Idade média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993, 204 p.
SILVA, F. C. Teixeira. Sociedade Feudal: Guerreiros, Sacerdotes, Trabalhadores. São Paulo:
Brasiliense, 1982.
SLICHER VAV BATH, B. H. História agrária da Europa Ocidental (5001850) Lisboa:
Presença, 1984.
WOLFF, Philippe. Outono da Idade Média ou primavera dos tempos modernos? São Paulo:
Martins Fontes, 1988.
VAUCHEZ, André. A espiritualidade na Idade Média ocidental: séculos VIII ao XII. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.