Da área da saúde ao ensino na sala de aula
Pela influência do pai deixou (quem deixou a cidade?) a cidade pequena para viver em clima caiçara
Marjorí Henrique Amaral, (59), nascida na pequena Potirendaba, no interior de Sâo Paulo é formada em biologia, atua como professor há mais de 30 anos. Atualmente licencia no Colégio Progresso Bilíngue localizado em Santos.
Sendo filha de um farmacêutico e muito religioso, desde pequena gostava de ajuda-lo com a tradição de Corpus Christi na sua cidade de nascença. Sempre determinada no que escolher para a sua própria vida, optou por não ter uma família, escolheu viver uma vida individual.
Desde pequena, Marjorí Henrique Amaral, (59), ela era fissurada em sua professora que tinha unhas grandes e óculos que chamavam a sua atenção e quando ela ficava na farmácia dos seus pais, ela brincava de dar aula para as plantinhas, imitando a sua professora.
“Eu vou para Santos para fazer qualquer coisa”
Fazendo a vontade dos pais em ser uma futura farmacêutica, chegou a estudar um ano de faculdade, odiando o curso. Conversou com seus pais e foi daí que arrumou suas malas e se mudou para Santos. Se inscrevendo para um bacharelado em biologia, pensando que não iria dar aula, mas sua irmã em 1990 fez um convite forçado para que desse aula no lugar de uma professora que foi embora para a Itália e nunca mais voltou.
Ela deu sua primeira aula, nunca mais parou e a sala de aula se tornou a sua paixão. Mas a vivência com seus pais na farmácia lhe deu a bagagem de levar conhecimento para os seus alunos que chegam até alguns perguntarem se ela fez medicina.
Têm momentos que mexe com botânica e adubo, mas jamais pensa em largar a sala de aula.
A aula está para começar às 13h05, os alunos estão conversando nem vendo sequer o tempo passar, até que a professora Marjorí com seus cabelos de um tom ruivo e com seus óculos com um formato redondo aparece na porta fazendo uma sombra de fora para dentro da sala de aula. Ela abre a porta e desde o primeiro minuto em que entrou na sala, levanta a sua cabeça de uma forma impondo autoridade e respeito para os alunos. Ela começa a escrever na lousa e ao mesmo tempo usando gestos para explicar sobre a matéria, mas tendo uma completa noção de quais alunos estão prestando atenção e dos alunos que conversam. Ela para, e se aproxima do aluno que está conversando, pega a caneta que usava para escrever na lousa e desenha/pinta o aluno de um jeito descontraído para chamar a sua atenção para a aula. Essa certa “punição”, ela faz com moderação para que a aula não perca a sua seriedade.
Gosta de fazer todos os alunos participarem da aula, do mais introvertido até ao mais extrovertido com perguntas sobre a matéria e com respostas sobre questões do livro. E com todos os alunos prestando atenção na aula, a hora bate 13h50, fim de aula, as horas passaram e parece que foi instantâneo.
Depois do fim da aula, alguns alunos compartilham as suas opiniões sobre as aulas de biologia e sobre a professora.
O aluno Marcus Vinícius “Além de ser uma ótima profissional, é uma grande amiga também, sempre está nos momentos bons e ruins ajudando todos os alunos nas matérias e nas provas, espero que ela possa ser feliz da forma que ela trabalha para o resto da vida”.
Se a Marjorí dentro de aula é uma profissional séria, já fora de aula, como pessoa ela é divertida e carismática que sempre está disposta a fazer o que é correto uma das coisas que ela aprendeu com a sua mãe.
As alunas Letícia Savioli e Julia Dacol “A Marjorí é uma pessoa encantadora, as aulas dela são incríveis e tem uma boa didática, e é uma pessoa que eu amo muito. Como pessoa ela está sempre disposta a ajudar qualquer um sem distinção.
Além da sala de aula, a professora também trabalha com podcast que trata sobre ciências da natureza e foi perguntado sobre pautas atuais, como as mudanças climáticas, principalmente na Baixada Santista.
A professora cita uma das mudanças na cidade de Santos:
“Eu moro em Santos há quase 20 anos e eu sempre morei há uma quadra atrás do aquário, onde sempre tinha uma grande faixa de terra que chegava do tertúlia até o canal 6 e com o passar dos anos, o mar foi tomando”.
E ela continuou:
“Em dia de chuva nunca havia chego água na epitácio, onde eu moro e atualmente chegou. Tem dias que a gente nem consegue sair de casa”.
Projeção para as mudanças climáticas no futuro
“Eu não tenho uma visão positiva do que venha a acontecer sobre essas mudanças, minha visão é bem negativa ao ponto do insuportável. Já fizemos vários podcasts sobre essa agressão que o homem faz ao meio ambiente que interfere diretamente nesse assunto global”.
Além do cidadão comum ter esse cuidado de tomar conta dos recursos naturais, ela cita que principalmente a área industrial tem que fazer a sua parte.
E ela também enfatiza, que a responsabilidade todo mundo tem que ter, mas a consciência é melhor do que a atitude. E ela finaliza que temos que ter voz como: fazendo manifestos, buscando autoridades para esses tipos de situações que vão abrir para a sociedade do que só ficar em casa separando lixo limpo e é na escola que tudo isso se aprende.
“Todo mundo precisa entender que todos fazem parte desse planeta e que ninguém está sozinho”.