Weverton C. F. Trindade
Doutorado | 2° ano
Distribuição das formações vegetais da Mata Atlântica: passado, presente e futuro
Distribuição das formações vegetais da Mata Atlântica: passado, presente e futuro
Pesquisas sobre a dinâmica de distribuição da vegetação em relação ao clima podem fornecer valiosas informações sobre a resposta dos ecossistemas às mudanças climáticas. Como o conhecimento sobre a distribuição real das espécies ainda é limitado, a modelagem de nicho ecológico tem sido utilizada para preencher parte dessas lacunas, permitindo predizer a distribuição das espécies vegetais e da vegetação, em diferentes cenários climáticos. Nesta primeira parte do trabalho foi selecionado um conjunto de espécies das principais formações vegetais da Mata Atlântica, as quais serão utilizadas como modelo para investigar como diferentes tipos de vegetação respondem às alterações climáticas. As espécies foram selecionadas e filtradas com base em informações do catálogo da Flora do Brasil 2020 e em dados de ocorrência da base mundial GBIF. Na primeira busca, foram encontrados 2.791.748 pontos de ocorrência de 8.800 espécies. Após 4 etapas de filtragem, o conjunto foi reduzido para 63.609 pontos de 1.991 espécies. A partir deste conjunto de dados, foi realizada uma análise exploratória que mostrou que, do total de espécies, a maior parte (43%) das espécies são árvores e arbustos que ocorrem na Floresta Ombrófila Densa, campo e Floresta Estacional Semidecidual. As regiões costeiras apresentam maior concentração de espécies, enquanto algumas regiões no interior não apresentam nenhuma ocorrência. Entre as espécies, 11% estão ameaçadas de extinção e concentram-se principalmente entre o litoral da Bahia e litoral de Santa Catarina. Esta etapa inicial mostrou também que ao menos 70% dos pontos apresentam grande discrepância entre as coordenadas geográficas informadas no GBIF e as georreferenciados no Google, o que vai ser objeto da próxima etapa do trabalho.
Poster_Weverton_Trindade_D_2.pdf