Rafael S. A. Kitamura
Doutorado | 3° ano
Avaliação da Toxicidade de ciprofloxacina em peixes Rhamdia quelen e aplicação da fitorremediação para a redução de possíveis efeitos tóxicos
Avaliação da Toxicidade de ciprofloxacina em peixes Rhamdia quelen e aplicação da fitorremediação para a redução de possíveis efeitos tóxicos
Ciprofloxacina é um antibiótico comumente encontrado nos corpos d’água. Efeitos adversos a organismos não-alvo podem ocorrer, demandando por estudos de ecotoxicidade em animais, como os peixes, além da busca por alternativas de tratamentos, como a fitorremediação. Neste contexto, objetiva-se avaliar a toxicidade de ciprofloxacina em peixes Rhamdia quelen e o potencial fitorremediador das macrófitas Salvinia molesta e Egeria densa. Para avaliar a toxicidade nos peixes, realizou-se um bioensaio estático nas concentrações: 0, 1, 10 e 100 µg L-1 de ciprofloxacina. Após 96 horas, os peixes foram anestesiados e o sangue foi coletado. Posteriormente à eutanásia, brânquias, rim posterior, cérebro, músculo, fígado e intestino foram extraídos para análises de biomarcardores de genotoxicidade, hematológicos, bioquímicos e histopatológicos. O potencial fitorremediador de S. molesta e E. densa foi investigado em exposição por 96 e 168 horas às concentrações listadas anteriormente. Após coleta, foram analisados biomarcadores bioquímicos e fotossintéticos, além da concentração de ciprofloxacina nas macrófitas e águas. Independente da concentração, constatou-se genotoxicidade para os tecidos analisados nos peixes. Ciprofloxacina não causou neurotoxicidade, porém, induziu o sistema antioxidante hepático e da atividade da glutationaS-transferase em brânquias. Danos histopatológicos ocorreram em fígado, intestino e rim posterior. Tais resultados demonstram efeitos de toxicidade de ciprofloxacina a R. quelen. Dentre os resultados observados para as macrófitas, constatou-se que S. molesta apresentou redução nas atividades dos complexos mitocondriais II e III, bem como no potencial fotossintético. Houve aumento das concentrações de peróxido de hidrogênio (H2O2) e do sistema antioxidante, embora não tenha ocorrido aumento de lipoperoxidação. Após 168 horas, S. molesta removeu de 97% a 100% de ciprofloxacina, atestando o seu potencial fitorremediador. Referente à E. densa, verificou-se aumento de H2O2, indução do sistema antioxidante e a redução do potencial fotossintético. Após a finalização das análises químicas, será possível avaliar o seu potencial fitorremediador.
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