João Gomes

Doutorado | 4° ano

jgomes@sanepar.com.br


Orientador

Cesar Aparecido da Silva

Efeitos ecotoxicológicos de efluente de aterro sanitário: estudos in vivo e in vitro

Uma das maiores fontes de perda de biodiversidade é a poluição das águas interiores, incluindo rios, lagos e água subterrânea, por efluente de aterro sanitário. Para entender como esse efluente afeta a ictiofauna, foi elaborado um estudo para análise histopatológica, genética, química e de biomarcadores com exemplares, 15 indivíduos por grupo, da espécie Rhamdia quelen (jundiá), em exposição ao efluente de aterro sanitário por 96h. Quatro grupos foram utilizados em bioensaio: Um grupo com 10% de efluente tratado de aterro sanitário, outro com 2,5% de fluente bruto e outro com 5% de efluente bruto e mais um grupo controle, sem efluente. Após os animais serem anestesiados e sacrificados por secção medular, o fígado, cerébro, rim, brânquias e sangue foram coletados para análises de biomarcadores bioquímicos (superóxido dismutase (SOD) a catalase (CAT) A glutationa s-transferase (GST), a glutationa peroxidase (GPx) e a lipoperoxidação (LPO), genéticos, e alterações morfológicas e presença de metais pesados no músculo. Os resultados mostraram que houve alterações histopatológicas no fígado e no rim dos peixes analisados, tais como necrose e infiltração leucocitária. A LPO diminui no fígado dos peixes exposto a todas as concentrações de efluente, mas foi aumentada no cérebro dos peixes expostos a concentração de 2,5% de efluente bruto. Do mesmo modo, a GPx não apresentou alterações nos individuos expostos ao efluente tratado, mas foi inibida no fígado e aumentada no cérebro dos individuos expostos a 2,5% de fluente bruto. A análise dos biomarcadores bioquímicos não mostrou alterações em todas as enzimas estudas, mas apresentou variações importantes tanto na glutationa peroxidase (GPx), quanto na peroxidação de lipídios (LPO), sendo que essas alterações foram mais evidentes no cérebro do que no fígado. A acetilcolinesterase (AChE) não apresentou alterações no cérebro, mas foi inibida no músculo. As conclusões indicam a importância de estudar em outras diluições e outras espécies, os efeitos tóxicos do efluente de aterros sanitários no ambiente, o qual pode afetar toda a cadeia trófica.



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