Larissa Faria

Doutorado | 1° ano

lari.f92@gmail.com


Orientador

Jean Ricardo Simões Vitule

Uso da resposta funcional na ciência de invasões: revisão teórica e aplicação em reservatórios Neotropicais

A resposta funcional (RF) representa a taxa de consumo de uma espécie em função da disponibilidade de um determinado recurso, sendo um conceito clássico em ecologia. O uso da RF como ferramenta de previsão do impacto de espécies não-nativas vem sendo difundido na ciência de invasões, pois, usualmente, o impacto de espécies não-nativas está relacionado ao consumo superior dos recursos disponíveis quando comparado às espécies nativas análogas. Entretanto, ainda não há uma verificação formal da eficácia da RF para este fim ou uma síntese sobre o assunto. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão teórica sobre o uso da RF na ciência de invasões e aplicá-la para prever o impacto de espécies de peixes não-nativos introduzidos em reservatórios de abastecimento público da região de Curitiba. Primeiramente, será realizada uma revisão sistematizada com meta-análise para responder a seguinte pergunta: a origem importa? Ou seja, a RF de espécies não-nativas é, de fato, superior à RF de espécies nativas? Finalmente, para avaliar uma possível facilitação entre duas espécies não-nativas (Micropterus salmoides e Oreochromis niloticus) e o impacto destas sobre uma espécie nativa (Geophagus brasiliensis) serão realizados experimentos de RF. O primeiro experimento irá avaliar o impacto da predação por M. salmoides em comparação a uma espécie nativa análoga (Hoplias malabaricus) sobre presas nativas e não-nativas. Além disso, a seleção de presa pelo predador não-nativo será verificada oferecendo ambas as presas simultaneamente em diferentes proporções. O segundo experimento irá verificar o efeito da competição, através da comparação da RF de O. niloticus e G. brasiliensis individualmente e em pares, utilizando o mesmo recurso. A abundância das quatro espécies nos reservatórios será estimada em coletas de campo para aplicação da métrica de Impacto Potencial Relativo – RIP, utilizada para extrapolar os resultados obtidos experimentalmente em impactos esperados das espécies não-nativas no ecossistema.