Entre 1860-1867, Kardec realizou viagens pelo interior da França e Bélgica, destaque para a de 1862, onde visitou Lyon e Bordeaux.
Objetivo dessas viagens era: oferecer instruções a grupos espíritas locais e, ao mesmo tempo, aprender sobre o estado da Doutrina.
Kardec buscava observar condições locais que poderiam favorecer ou dificultar a propagação do Espiritismo, e estreitar laços com adeptos.
Em sua viagem de 1862, percorreu 693 léguas, assistiu mais de 50 reuniões e constatou crescimento significativo do número de adeptos, que saltou de algumas centenas em 1860 para entre 25 e 30 mil em 1862.
Essa expansão foi impulsionada tanto pela curiosidade despertada por críticas diversas quanto a seriedade com que a Doutrina era abordada.
Kardec enfatizou que a força do Espiritismo reside em sua capacidade de proporcionar felicidade aos que o praticam e na ausência de um foco único que possa ser destruído.
Ele observou que o Espiritismo se espalhou entre diferentes classes sociais, começando pelas mais esclarecidas e se estendendo às demais.
A coragem dos adeptos em assumir suas crenças também aumentou, refletindo uma mudança na percepção pública da Doutrina.
Kardec se manteve moderado frente às críticas e ataques, reconhecendo que muitas vezes esses adversários contribuíam indiretamente para a divulgação do Espiritismo.
Além disso, ele alertou sobre os médiuns interesseiros, enfatizando a importância da abnegação e humildade no verdadeiro espírito da Doutrina.
As instruções de Kardec continuam relevantes para os espíritas de todas as épocas, oferecendo orientações valiosas para a propagação do Espiritismo.