A doutrina da reencarnação, que admite múltiplas existências sucessivas para o Espírito, é fundamental para a compreensão da Justiça de Deus em relação à condição moral dos seres humanos.
Essa crença, que não é nova e remonta a tempos antigos, oferece uma explicação lógica para as desigualdades sociais e as diferentes aptidões morais e intelectuais.
A reencarnação permite que os Espíritos resgatem erros passados por meio de novas experiências, promovendo seu progresso e melhoramento.
Sem essa perspectiva, a ideia de justiça divina se tornaria incoerente, pois não haveria possibilidade de reparação para aqueles que falharam em suas vidas anteriores.
Assim, a reencarnação se apresenta como um mecanismo essencial para a evolução espiritual, oferecendo esperança e um caminho para a perfeição.
Além de sua função de expiação e aprendizado, a reencarnação é vista como um meio pelo qual os Espíritos podem colaborar na obra da Criação.
Cada existência proporciona oportunidades para desenvolver habilidades e virtudes, essenciais para o progresso moral e intelectual.
As provações enfrentadas durante a vida são consideradas remédios que purificam o Espírito, permitindo-lhe avançar em sua jornada evolutiva.
A interação social e as relações humanas são cruciais nesse processo, pois permitem o exercício das virtudes e o enfrentamento dos vícios.
Dessa forma, a reencarnação não apenas fundamenta a ideia de justiça divina, mas também estabelece uma base sólida para a fraternidade universal, pois todos os Espíritos estão interligados por suas experiências passadas e futuras.
Essa doutrina consolida a noção de que o progresso é contínuo e que cada vida é uma oportunidade de crescimento em direção à perfeição moral.