O esquecimento do passado é uma necessidade espiritual que permite ao Espírito encarnado viver novas experiências sem a carga emocional e as lembranças de vidas anteriores, conforme ensina Allan Kardec.
Essa amnésia temporária, determinada pela sabedoria divina, evita que o Espírito se sinta humilhado por suas falhas passadas ou se deixe levar pelo orgulho ao recordar conquistas anteriores.
O esquecimento facilita o livre-arbítrio, permitindo que o indivíduo se concentre nas lições e desafios da nova vida.
Embora a memória exata das experiências passadas esteja bloqueada, o Espírito conserva intuições e tendências que refletem seu progresso anterior, guiando-o em sua jornada evolutiva.
Assim, o esquecimento não impede a melhoria do Espírito; ao contrário, ele é essencial para que este possa aprender e crescer sem os fardos do passado.
Durante a vida corpórea, o Espírito pode ter vislumbres de suas vidas anteriores, especialmente durante o sono, quando desfruta de uma certa liberdade espiritual.
Essa condição permite que ele compreenda suas ações passadas e os motivos de seu sofrimento atual.
O aprendizado adquirido em encarnações anteriores permanece arquivado em sua memória espiritual e se manifesta como instintos e tendências que influenciam seu comportamento.
A reencarnação é vista como uma oportunidade para corrigir erros e avançar moralmente, com cada nova vida oferecendo um novo ponto de partida.
A ausência de lembranças exatas das experiências passadas é uma forma de proteção que Deus proporciona, permitindo que o Espírito se desenvolva sem ser sobrecarregado por recordações dolorosas ou embaraçosas.
Dessa forma, o esquecimento do passado é uma expressão da misericórdia divina, essencial para o progresso contínuo do Espírito na sua trajetória evolutiva.