Baltasar Mateus e Blimunda de Jesus

Baltasar e Blimunda, representam o verdadeiro amor, sem regras, e  aqueles que são obrigados a pagar a promessa de D.João V, isto significa construir um convento em Mafra, mesmo não tendo como função fazer um filho à rainha. Baltasar Mateus é, durante a obra, também denominado por Baltasar Sete-Sóis, nome atribuído pelo Padre Bartolomeu Lourenço, pois ele só é capaz de conhecer as pessoas ás claras, ao contrário de Blimunda, designada de Blimunda Sete-Luas.  

Baltasar Mateus

Baltasar Mateus

Baltasar Mateus é uma das personagens fictícias da obra Memorial do Convento.  Tratava-se de um homem do povo, nascido em Mafra, e, no decorrer da obra, tem 26 anos.  Este é um mutilado da Guerra da Sucessão de Espanha, ou seja, perdeu a mão esquerda, durante a mesma, substituindo-a por um gancho. 

Baltasar criticava a guerra dizendo que esta era fútil, pois existia um grande caos pelo facto de não ser uma guerra portuguesa. Mas, o que principalmente pensava ser o seu maior problema, era que os solados que voltavam deficientes eram mal tratados, o que por vezes levava-os à vida do crime.

No início da obra, é apresentado como uma personagem desagradável, mas tudo muda quando conhece Blimunda durante um auto de fé, momento em que se exaltava a fé católica, no Rossio, assim conseguimos perceber que se transformou graças ao amor que sentia por Blimunda. Durante a obra, de ex-soldado passa a açougueiro, por outras palavras profissional que corta animais para consumo, integrando mais tarde o grupo do povo que construiu na construção do convento. Em simultâneo, e juntamente com Blimunda ajuda o Padre Bartolomeu Lourenço na construção da sonhada “máquina voadora”, a passarola. Durante o processo de construção a sua ajuda foi essencial pois “Com essa mão e esse gancho podes fazer tudo quanto quiseres, e há coisas que um gancho faz melhor que a mão completa, um gancho não sente 41 dores se tiver de segurar um arame ou um ferro, nem se corta, nem se queima, e eu te digo que maneta é Deus, e fez o universo.”(Memorial do Convento.pdf, página 40 e 41) Num dia, após algum tempo da morte do padre Bartolomeu, Baltasar resolve averiguar quais os efeitos do tempo na passarola, deixando Blimunda em terra, o que ninguém sabia é que este iria desaparecer nos céus. É encontrado, por Blimunda, nove anos depois, 1739, em Lisboa, a ser queimado num auto de fé. "Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar."(Memorial do Convento.pdf, página 241)

"Este que por desafrontada aparência, sacudir da espada e desparelhadas vestes, ainda que descalço, parece soldado, é Baltasar Mateus, o Sete-Sóis. Foi mandado embora do exército por já não ter serventia nele, depois de lhe cortarem a mão esquerda pelo nó do pulso, estraçalhada por uma bala em frente de Jerez de los Caballeros,(...)"

(Memorial do Convento.pdf, página 19)

Blimunda de Jesus

Blimunda de Jesus

Suspeita-se que Blimunda de Jesus, que é uma personagem fictícia, tenha sido inspirada numa mulher do século 18.  Blimunda era conhecida como uma mulher diferenciada, pois quando estava em jejum e não era dia de alteração do quarto da lua, era capaz de ver o interior das pessoas e das coisas. Sendo afirmado pelo Padre Bartolomeu Lourenço, ao longo da obra, que comparado com o seu poder, voar é coisa simples.  Durante a partida de sua mãe, Sebastiana Maria de Jesus, que foi condenada pela Inquisição por ser cristã-nova, conhece Baltasar. Todas estas aptidões de Blimunda vão ser bastante úteis para ajudar, Baltasar e o Padre Bartolomeu Lourenço, na construção da passarola. A única pessoa com que Blimunda recusa utilizar os seus poderes é com Baltasar, pois prefere conhecê-lo naturalmente, "(...)Nunca te olharei por dentro."(Memorial do Convento.pdf, página 34)

“Baltasar, Blimunda simbolizam o sonho, a liberdade de amar e de acreditar para lá de todas as evidências.” 

(https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$baltasar-sete-sois

“Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, tu serás Sete-Luas porque vês às escuras” 

(Memorial do Convento.pdf, página 56)

"Já sabemos que destes dois se amam as almas, os corpos e as vontades(...)"

(Memorial do Convento.pdf, página 89)

D. João V e D. Ana Maria de Áustria

O rei e a rainha representam o poder e a repressão absolutista, e o amor designado por contratual pois não existia qualquer sentimento.

Portugal na época- contextualização

Condição da economia na época e da ação da Inquisição no país.