CONVENTO DE MAFRA

incentivo da Construção

Palácio/Convento de Mafra

Lisboa, Portugal

Palácio de Versalhes

Versailles, França

Basílica São Pedro

Città del Vaticano, Roma

A INSPIRAÇÃO DE D. JOÃO V

O Palácio de Versalhes em França serviu de inspiração a D. João V e ao arquiteto alemão Johann Friedrich Ludwig na construção do Palácio de Mafra, sendo esta uma reflexão de arquitetura absolutista. Assim, no seguimento da moda dos monarcas portugueses, com a construção do Palácio Nacional de Mafra, este torna-se o internacional dos edifícios barrocos do nosso país. Com o efeito ostentado do rei, a basílica de São Pedro de Roma foi um grande alicerce na construção do Convento, servindo de incentivo para a criação de um espaço religioso do catolicismo.

Não obstante, a inspiração de D. João V nestas duas peças de luxo e grandeza manifesta a sua megalomania, uma vez que encontramos inúmeras referências na obra às suas encomendas vindas de todos os cantos da Europa, com recurso ao ouro do Brasil. Contudo, nem a riqueza do Brasil nem a da Índia juntas conseguiram evitar os primeiros sinais de pobreza do país.

«Desde que na vila de Mafra, já lá vão oito anos(...) tudo quanto é Europa vira consoladamente a lembrança para nós, para o dinheiro que receberam adiantado, muito mais para o que hão-de cobrar no termo de cada prazo e na obra acabada(...)» 

 -página 152, PDF Memorial do Convento

«Saiba vossa majestade que, haver, havemos cada vez menos, e dever, devemos cada vez mais (...) por este andar ainda acabamos por ver o fundo ao saco, majestade, Está longe daqui o fundo dos nossos sacos, um no Brasil, outro na Índia, quando se esgotarem vamos sabê-lo com tão grande atraso que poderemos então dizer, afinal estávamos pobres e não sabíamos, Se vossa majestade me perdoa o atrevimento, eu ousaria dizer que estamos pobres e sabemos (...)»

-página 192, PDF Memorial do Convento

INFLUÊNCIA DAS INSPIRAÇÕES NO REAL EDIFÍCIO DE MAFRA

D. João V pretende, com a construção do Convento/Palácio de Mafra, deixar a sua marca como um rei magnata, logo podemos encontrar várias semelhanças entre os monumentos em que se inspirou e a real obra. 

Note-se a utilização de imponentes fachadas palacianas, as quais apresentam características de um barroco contido, influenciado pelo italiano, mostrando um classicismo rigoroso, de grande sobriedade, conseguido pela repetição dos elementos e simetria. A existência de dinamismo transmitido pelo contraste do côncavo/convexo nas torres sinaleiras e na cúpula denota o estilo barroco. Os interiores ornamentados são maioritariamente compostos por ouro e peças nobres, sendo notória a inexistência de talha dourada no edifício real de Mafra. Por fim, a Basílica é apresentada com uma planta em forma de cruz, como se pode encontrar também na homónima Basílica de São Pedro em Roma, ricamente decorada, apresentando inclusive um templo em mármore.