Padre Bartolomeu de Gusmão
Nascido a 18 de dezembro de 1685, Bartolomeu de Gusmão ficou conhecido pelo seu espírito científico, em contraste com a ignorância de todos os fanatismos religiosos da época pela sua conduta anticanónica. Indagou os dogmas do clero e também a modernidade, o que o levou a ter o sonho de criar uma máquina voadora. Esta concretização passou a ser uma obsessão, fazendo com que seja batizado por “O Voador”. Para a realização desta aventura, recrutou Baltasar e Blimunda, formando assim um trio de ideias sólidas e completas. Perseguido pela Inquisição, que o acusa de bruxaria, Bartolomeu foge para Espanha onde acaba por morrer.
Foi uma ideia do padre Bartolomeu de Gusmão, com intuito de construir um “instrumento de andar pelo ar”. A licença para a sua realização data do dia 19 de abril de 1709. A 8 de agosto desse ano, apresentou o seu primeiro teste, elevando-se a passarola uns 4 metros. Tenha existido sucesso ou não com este objeto voador, certa foi a evolução notável do desenvolvimento na criação desta máquina voadora, tornando-se assim no primeiro inventor de um engenho do género. A passarola tinha como objetivo levar notícias a lugares distantes, socorrendo a quem necessitasse de ajuda e promovendo rápido transporte via aérea. Assim se confirma uma das suas maiores características de visionário.
Passarola
Fez algumas experiências, utilizando fogo para fazer elevar balões construídos com arames, papel grosso e madeira fina, contudo, existiram algumas experiências falhadas devido à combustão do objeto voador ou pelo estrago dos espaços envolventes. Apesar destes percalços, Bartolomeu não se desmotivou e continuou a preparar tudo para mostrar, ao rei e à corte, que era possível o espanto de verem um aparelho a subir no ar, acontecimento este que representava a primeira aplicação prática do princípio de Arquimedes (todo corpo totalmente imerso ou parcialmente imerso em um líquido qualquer fica sujeito a uma força vertical de baixo para cima, igual ao peso da porção de líquido deslocado pelo corpo), um aparelho aerostático, antecipando-se 74 anos, tal como os irmãos Montgolfier.
Os Montgolfier que, em Junho de 1783, colocaram no ar, durante 10 minutos, um balão com 32 metros de circunferência. A “passarola” não era um engenho tripulado, como mais tarde se chegou a espalhar. Era um balão (em escala reduzida), feito de papel grosso, com uma chama numa tigela colocada na base, muito idêntico aos atuais balões de S. João. Ficaram então admirados perante o primeiro engenho que subia no ar com êxito.
Lisboa Story Centre, 2012, Praça do Comércio, Lisboa, Portugal
De 1989 do escultor Martins Correia, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa
Santos - SP, Brasil - 18 de novembro de 2019