De acordo com a Halakáh (conjunto de leis do judaísmo rabínico) e o entendimento do Estado de Israel, uma pessoa é considerada judia apenas em 2 ocasiões:
1. Nasce de mãe judia;
2. Conversão.
Após a independência do Estado de Israel em 1948, muitos judeus não aderiram a religião do Judaísmo rabínico de ramificação ortodoxa que é a principal religião do país, por vários motivos, seja por não concordarem ou acreditarem na religião, e assim em Israel até hoje existem "judeus ateus", "judeus budistas", "judeus cristãos" e etc... E alguns judeus foram ainda mais longe e criaram suas próprias sinagogas ateístas, lgbt's, e etc. E adivinhe, assim como outros preceitos do judaísmo não são observados, a circuncisão também não é!
Assim nem todas as famílias judaicas circuncidam seus filhos, por vários motivos também, seja por não acreditar mais no judaísmo ou simplesmente acreditar que o homem já nasce perfeito e etc...
Mas essa questão sobre "judeus incircuncisos" não é nova, vejamos um trecho retirado do artigo da Enciclopédia Judaica sobre Circuncisão:
“A questão entre os zelotes e os liberais sobre a circuncisão dos prosélitos permaneceu em aberto nos tempos tanaíticos [séculos I e II]; R. Joshua afirmando que o banho, ou batismo ritual, já fariam da pessoa um prosélito completo sem a circuncisão, como os israelitas, quando receberam a Lei, não lhes foi requerida nenhuma iniciação além do banho ritual. Já R. Eliezer tornou a circuncisão uma condição para a admissão do prosélito e declarou que o rito batismal não tinha importância (Yeb. 46a). Uma controvérsia similar entre os shamaítas e os hilelitas é relatada (Shab. 137a) sobre o prosélito nascido circuncidado: os primeiros exigindo que uma gota de sangue fosse derramada para selar a Aliança, enquanto que os outros declarando que era desnecessário. A rigorosa visão shamaíta, declarada no Livro dos Jubileus, prevaleceu no tempo do rei João Hircano, que forçou rito abrâmico sobre os idumeus, e no do rei Aristóbolo, que fez os iturianos passarem pela circuncisão (Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, xiii. 9, § 1; 11, § 3). De acordo com Ester 8:17[nota b], na versão da LXX, os persas que, com medo dos judeus após a derrota de Hamã, "se tornaram judeus", foram circuncidados.
[nota b] livro de Ester 8:17 na Septuaginta: "em cada cidade e província em que a ordem foi publicada: onde quer que a proclamação tenha se realizado, os judeus tivera, alegria e festa, banqueteando e se alegrando: e muitos dos gentios foram circuncidados e se tornaram judeus por medo dos judeus".
Além disso o contato com a cultura helenística, especialmente nos jogos da arena, tornou essa distinção desagradável para os judeus helenistas que buscavam assimilar a cultura grega. A consequência foi sua tentativa de se parecer como os gregos por epispasmo ("fazendo-se prepúcios"); 1 Macc 1:15; Josephus, Ant. xii 5, § 1; Assumption of Moses, viii.; 1 Cor 7:18;, Tosef.; Talmud tractes Shabbat xv. 9; Yevamot 72a, b; Yerushalmi Peah i. 16b; Yevamot viii. 9a).
1 Macc 2:46 registra que, depois que Antíoco IV Epifânio proibiu efetivamente a prática religiosa judaica tradicional, incluindo a circuncisão, os rebeldes macabeus "circuncidaram à força todos os meninos incircuncisos que encontraram nas fronteiras de Israel". A circuncisão foi novamente banida pelo imperador Adriano (117-138 d.C.). Sua lei anti-circuncisão é considerada por alguns como uma das principais causas da revolta judaica de Bar Kokhba (132-135 d.C.).
Outro caso bem conhecido, acontece no Novo Testamento onde o ex-perseguidor de cristãos Shaul, e então convertido à seita dos nazarenos (Cristianismo), mais tarde passa a ser mais conhecido como apóstolo cristão: Paulo, que era judeu e ao mesmo tempo um cidadão romano de Tarso na Cilícia, para tentar "ganhar mais almas para Cristo", decide circuncidar o discípulo cristão judeu Timóteo e mostrar que a crença em Yeshua como Messias (Jesus Cristo), ou seja o Cristianismo no 1º século era uma religião totalmente e legitimamente judaica.
Mas a decisão final entre todos os discipulos de Yeshua o Messias concluiu que era desnecessária a circuncisão para novos convertidos, que ficou estabelecida no Concílio de Jerusalém, como retrata o livro de Atos dos Apóstolos no capítulo 15, e subsequentemente nas cartas de Paulo, que se posiciona contra a obrigatoriedade da circuncisão.
Foi apenas por volta de 140 dC, que o judaísmo rabínico tornou seus requisitos de circuncisão mais rígidos. A circuncisão judaica inclui a remoção do epitélio prepucial interno, em um procedimento chamado priah (hebraico: פריעה), que significa: 'descobrir'. Esse epitélio também é removido nas circuncisões médicas modernas, para evitar a adesão peniana pós-operatória e suas complicações. De acordo com a interpretação rabínica das fontes judaicas tradicionais, a priah tem sido realizado, como parte da circuncisão judaica, desde os israelitas que primeiro habitaram a Terra de Israel, e sem ela a mitzvá não é executada. No entanto, os editores do Dicionário Oxford da Religião Judaica observam que periah provavelmente foi adicionado pelos rabinos, a fim de "impedir a possibilidade de obliterar os traços da circuncisão".
A lei judaica declara que a circuncisão é uma mitzva aseh ("mandamento positivo" de realizar um ato) e é obrigatória para homens nascidos judeus e para convertidos homens judeus não circuncidados.
É adiada ou revogada apenas no caso de ameaça à vida ou à saúde da criança. Geralmente é realizada por um mohel no oitavo dia de vida em uma cerimônia chamada brit milah (ou bris milah, coloquialmente simplesmente bris), que significa "Pacto da circuncisão" em hebraico.
De acordo com a lei judaica, o prepúcio deve ser enterrado após uma brit milah. O rito é considerado de tal importância que nas comunidades ortodoxas, o corpo de um judeu não circuncidado às vezes é circuncidado antes do enterro.
Já nos Estados Unidos, o judaísmo reformista rejeita o conceito de que quaisquer regras ou rituais devem ser considerados necessários para a conversão ao judaísmo. No final do século 19, a Conferência Central dos Rabinos Americanos, o corpo oficial dos rabinos da Reforma Americana, formalmente decidiu permitir a admissão de conversos "sem nenhum ritual, cerimônia ou observância inicial". (Anuário 3 do CCAR (1893), 73–95; American Reform Responsa (ARR), nº 68, pp. 236–237.)
Embora essa resolução tenha sido frequentemente examinada criticamente por muitos rabinos da Reforma, a resolução ainda permanece sendo a política oficial do judaísmo reformista americano (CCAR Responsa "Circumcision for an Eight-Year-Old Convert" 5756.13 and Solomon Freehof, Reform Responsa for Our Time, no. 15.) Assim, o judaísmo reformista americano não exige imersão ritual em um micvê, circuncisão ou aceitação de mitsvot como normativa. A presença ante de um Beth Din é recomendada, mas não é considerada necessária. Pede-se aos conversos que se comprometam com os padrões religiosos estabelecidos pela comunidade local de reforma.
Conclusão:
Como vimos nem todos considerados "judeus" são circuncidados. Por outro lado, a circuncisão não é uma prática exclusiva do judaísmo, portanto nós da @judeusverdadeiros acreditamos como os "judeus reformados" de certa forma, contudo porém, entendemos que a conversão não depende da aceitação necessariamente de um "rabino", mas sim apenas da vontade do próprio convertido em praticar o que aprende, deste modo acreditamos na Nova Aliança (Berit Hadashah) e que o verdadeiro judeu necessita apenas da "circuncisão do coração" em nome de Yeshua o Messias.
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Alguns links de fontes, referência e artigos: