TOXICODEPENDÊNCIA: O QUE É, TIPOS, CAUSAS E CARACTERÍSTICAS

TOXICODEPENDÊNCIA: O QUE É, TIPOS, CAUSAS E CARACTERÍSTICAS

Por psicologiadiz

Dependência de drogas, mais conhecida na psicologia como tolerância, é definido como o estado de adaptação do organismo ao medicamento.

Quando você começa a usar qualquer tipo de droga, percebemos que pequenas quantidades produzem grandes efeitos, mudanças e sensações na pessoa. Não é preciso grandes quantidades para que nosso comportamento seja afetado pelo narcótico. Mas se continuarmos tomando o mesmo remédio ou remédios semelhantes vamos notar que ele não produz o mesmo efeito que fazia no início, geralmente será menos, indicando que nosso corpo já se acostumou com o remédio.

No próximo artigo iremos definir o termo tolerância, então veremos que ele é dividido em diferentes tipos; também saberemos quais mudanças estão acontecendo em nosso corpo quando ele se acostumar com isso e veremos que o ambiente também influencia o processo de tolerância às drogas.

Continue lendo se quiser saber o que muda o uso repetido de um narcótico causa em seu corpo, por que o efeito é reduzido ou como diminuir o hábito.

Table of Contents

  • O que é o vício em drogas?

    • Características de habituação

  • Tipos de dependência de drogas

    • 1. Tolerância farmacocinética ou metabólica

    • 2. Tolerância farmacodinâmica, farmacológica, neural ou funcional

  • Tolerância cruzada

  • Tolerância reversa

  • Efeitos biológicos que o vício produz no corpo

    • Tolerância farmacodinâmica ou funcional

    • Tolerância farmacocinética ou metabólica

  • Influência do contexto na dependência de drogas

  • Controle de tolerância estabelecida

O QUE É O VÍCIO EM DROGAS?

A toxicodependência, também chamada de tolerância, é definida como o estado de adaptação do organismo que diminui a resposta à mesma quantidade de medicamento que antes produzia maior efeito ou a necessidade de aumento da dose de consumo para obter os mesmos efeitos que os obtidos no início. Em outras palavras, é o efeito decrescente da droga ao consumi-la repetidamente.

Antes de continuar com o caso específico da dependência de drogas, vejamos como a psicologia descreve o termo dependência.

CARACTERÍSTICAS DE HABITUAÇÃO

O vício, como um conceito geral em psicologia, é explicado pela diminuição da a resposta do indivíduo a um estímulo apresentado repetidamente. É um processo central, ou seja, ocorre por modificação do sistema nervoso central (SNC) e não por um estado de fadiga do indivíduo ou por adaptação sensorial. A resposta é inata, diferenciando-se da extinção onde sim o aprendizado ocorreu.

Algumas de suas propriedades são a especificidade do estímulo, isso significa que só haverá uma diminuição na resposta ao estímulo particular que produziu habituação e generalização, haverá habituação ao estímulo específico em diferentes situações.

Este processo pode levar à cura espontânea, o que significa que, ao longo do tempo, a resposta ao estímulo habitualmente diminuído aumenta novamente, retornando ao estado inicial.

Compreendendo o processo de dependência e, mais especificamente, a dependência de drogas, veremos que tipo de tolerância às drogas existe.

TIPOS DE DEPENDÊNCIA DE DROGAS

Nesta seção iremos definir os dois tipos de dependência de drogas que existem, vendo como o corpo age sobre a droga e como a substância gera alterações no corpo, mais especificamente em seus receptores.

1. TOLERÂNCIA FARMACOCINÉTICA OU METABÓLICA

Este tipo de hábito medicamentoso surge após a administração repetida da substância, processo que acelera os mecanismos de degradação dessa droga.

Nesse caso particular, a alteração ocorre principalmente na substância, que apresenta uma diminuição mais rápida da concentração no organismo, ocasionada pela aceleração de sua degradação.

2. TOLERÂNCIA FARMACODINÂMICA, FARMACOLÓGICA, NEURAL OU FUNCIONAL

Esta variante do vício ocorre quando, após o consumo repetido da substância, receptores de drogas se acostumam com sua presença, fazendo com que o corpo se adapte à substância e, portanto, são necessárias doses mais altas do que as inicialmente necessárias.

Ao contrário de outros tipos de vícios, a tolerância farmacodinâmica provoca mais alterações no organismo, pois nos locais de recepção da droga no cérebro ocorre um aumento ou diminuição do número e da sensibilidade à substância. .

TOLERÂNCIA CRUZADA

Depois de discutir as duas classes de tolerância, descreveremos dois termos mais intimamente relacionados à dependência de drogas.

Faremos referência a este processo quando o consumo de uma determinada substância não só resultar em dependência a ela, mas tolerância a outras drogas semelhantes também será mostrada.

Esse seria o caso, por exemplo, de pessoas que são intolerantes ao álcool, que também vão mostrar tolerância aos tranquilizantes, necessitando de doses maiores para ver o efeito.

TOLERÂNCIA REVERSA

A habituação reversa ocorre quando, após consumir doses semelhantes ou até mesmo menores da mesma droga, efeitos semelhantes ou melhores são obtidos, apresentando assim um resultado contrário ao que se espera da habituação, daí o nome de tolerância reversa.

Esse processo paradoxal pode ser devido ao acúmulo da droga em determinados tecidos do corpo e sua posterior liberação, ou ainda, hipersensibilidade dos receptores da substância. Ou seja, um aumento na função ou no número de receptores.

Dados os efeitos associados à tolerância reversa, este está ligada ao aparecimento de overdose, sem a necessidade de a dose administrada ser maior do que a normalmente consumida.

EFEITOS BIOLÓGICOS QUE O VÍCIO PRODUZ NO CORPO

Conheça as diferentes classes de tolerância, continuamos a descrever o efeito, a mudança, que ocorre no corpo em cada um dos diferentes tipos de quarto.

TOLERÂNCIA FARMACODINÂMICA OU FUNCIONAL

Devido ao consumo repetido da substância, a concentração de neurotransmissores (TN) no espaço sináptico aumenta, esse aumento do número de TN, portanto, gera uma diminuição no número de receptores neurais, não enviando sinais constantemente às células.

Essa diminuição nos receptores é chamada de regulação negativa.. Da mesma forma, também é possível que os receptores se tornem menos sensíveis, exibindo um maior limiar de ativação.

Pelo contrário, se houver uma diminuição dos neurotransmissores no espaço sináptico, os receptores aumentarão em número ou se tornarão mais sensíveis para aproveitar tudo o que está disponível. Este processo é denominado regulação da descarga do receptor.

Um exemplo seria a diminuição do número e da sensibilidade dos receptores GABA A após o consumo persistente de álcool.

TOLERÂNCIA FARMACOCINÉTICA OU METABÓLICA

Como apontamos acima, essa tolerância está ligada à diminuição mais rápida da quantidade de substância no corpo. Em outras palavras, é após o consumo repetido, o metabolismo se torna cada vez mais eficiente em quebrar e eliminar a droga.

Por exemplo, no caso do álcool, haveria uma aceleração do metabolismo induzida pelas enzimas hepáticas, como é o caso das enzimas do sistema do citocromo P-450.

INFLUÊNCIA DO CONTEXTO NA DEPENDÊNCIA DE DROGAS

A influência do contexto na dependência de drogas, produz o que é chamado em psicologia de tolerância condicionada, conceito proposto por Siegel, definido como a relação produzida entre os sinais contextuais onde a substância é consumida e a resposta dada pelo organista a esse consumo.

Isso significaria que, no contexto usual em que a droga é consumida, os efeitos são reduzidos, atenuados, pela resposta condicionada compensatória produzida pelo meio ambiente, essa resposta geralmente aparece na direção oposta a esse efeito produzido pela substância.

Ele também tenta explicar a tolerância de a teoria do processo oposto de Solomon e Corbit (1974) ou teoria da motivação adquirida.

Esta teoria afirma que, quando há uma mudança emocional intensa, seja ela muito positiva ou muito negativa, geralmente é acompanhada de afeto do oponente. A primeira mudança emocional intensa será chamada o “processo a” e o efeito do adversário serão chamados de “processo b”.

Nos primeiros estágios do uso de drogas, a substância produz prazer; nestes primeiros momentos o “processo b” já está ativado, vinculado a um sentimento de desprazer, mas em menor grau do que o “processo a”. Isso aumentará o “processo a” no cálculo do “processo a” e do “processo b”, gerando, como já indicado, uma sensação de prazer.

Porém, com o consumo repetido, o “um processo”, que produz prazer, enfraquece. Esse fato é explicado pelo hábito que aparece na droga, a tolerância. Em vez disso, o “processo b” continuará a aumentar, tornando-se mais intenso e aumentando os sentimentos de descontentamento.

Este evento está ligado ao início da abstinência. Ou seja, enfim o efeito com mais força e o que prevalece é o “processo b”, causando assim a motivação aversiva que o levará a querer evitar a síndrome de abstinência.

CONTROLE DE TOLERÂNCIA ESTABELECIDA

Conforme apresentamos na seção anterior, a tolerância pode ser devida a um estado de condicionamento ambiental. Então, pode ser eliminado ou diminuído usando extinção, reforço não contingente ou inibição externa.

No que diz respeito à extinção, processo que surge devido à falta de resposta a um estímulo previamente intensificado, tem se mostrado ocorrer diante de diferentes tipos de substâncias, como a morfina, e diante de diferentes vias de administração, como , por exemplo, por via intravenosa.

Por outro lado, o processo de reforço não contingente, que consiste em uma apresentação, não aparece estímulo condicionado (CE) e estímulo não condicionado (EI). Ou seja, o início do AC sinalizará a não apresentação do IE. Obteve resultados positivos na diminuição da tolerância aos efeitos sedativos da morfina em ratos.

Finalmente, no que diz respeito à inibição externa, vários autores apontaram que a redução da dependência de drogas deve-se à introdução de um novo estímulo no contexto. Isso produziria uma nova resposta impulsionada pelo estímulo, que interfere no surgimento da tolerância. O efeito da inibição externa também reforçaria a crença na especificidade ambiental da sala.

Como exemplo do que é apresentado nesta seção citaremos Linnoila (1986) que apontou que: “É possível que sujeitos que apresentam tolerância aos efeitos do etanol em uma reunião ou em um bar, percam essa tolerância normalmente encontrada não associado ao etanol, como no carro ”.

Referências bibliográficas

  • Taravillo, B., Espejo-Saavedra, JM. e Gómez, M. (2018) CEDE PIR Manual de Preparação: Psicobiologia. CEDE: 5ª Edição.

  • lvarez, M. e Santos, JL. (2018) Manual de preparação CEDE PIR: psicologia clínica, Vol. 1. Rendimento: Edição 5ª.

  • Trujillo, H. (2016) Drug Tolerance and Classical Conditioning. Universidade de Granada.