Editorial

Novembro de 2021

Primeiros gestos: rapidamente imaginamos o choro inaugural de um recém-nascido, os seus primeiros passos, as primeiras tentativas de comunicação, o movimento e a vontade de ir mais além. É justamente com a ideia de primeiros gestos que o Cineclube da Escola Artística António Arroio — Prof. Edgar Sardinha retoma a sua programação regular.

Durante três sessões serão apresentados diferentes filmes, da animação ao documentário, das curtas às longas-metragens, que comungam entre si o gesto de descoberta de uma linguagem, de um estilo, de um sistema de produção.

No dia 17 de novembro, quarta-feira, às 17h45, será exibida no Estúdio 213 uma seleção de seis filmes — autênticas pedras preciosas — realizados no âmbito das Provas de Aptidão Artística - Especializações de Cinema e Vídeo e Multimédia do curso de Comunicação Audiovisual (2020/2021). Esta sessão muito especial, a primeira «Dentro de Portas», depois de largos meses, será ainda marcada pela participação dos realizadores, ex-alunos da Escola Artística António Arroio, Beatriz Brajal, Francisca Miguéis, Luki Trueb, Maria Cardoso, Miriam Pedroso e Tomás Oliveira.

No dia 24 de novembro, quarta-feira, às 16h15, será a vez de projetar Simon Chama (2020), obra que marca a estreia de Marta Sousa Ribeiro nas longas-metragens e que foi vencedora do prémio Melhor Realização para Longa-Metragem Portuguesa no festival de cinema IndieLisboa 2021. Uma obra composta por três capítulos, filmada ao longo de cincos anos e que engloba diferentes formatos, procurando colocar-se na pele de um adolescente que tenta escapar das amarras típicas, na vertigem existente entre a infância e a idade adulta. Esta sessão contará com a presença da realizadora.

Finalmente, no dia 30 de novembro, terça-feira, às 10h15, serão exibidas, já no formato de curta-metragem, as duas últimas obras de Tomás Paula Marques: Em Caso de Fogo (2019), vencedora da competição estudantil do festival de cinema de San Sebastián (Espanha), e da secção Take One! do festival de cinema Curtas Vila do Conde, apresenta-nos um retrato sugestivo e subtil da adolescência num Portugal rural; Cabra Cega (2021), estreia profissional de Tomás Paula Marques, revela-nos um território que caracteriza o seu cinema — o bullying e o preconceito —, no qual a proteção, perante aqueles que nos são queridos, ocupa um lugar central. Esta sessão contará com a participação de Tomás Paula Marques.

A programação deste mês foi desenvolvida em estreita articulação com o investigador Tiago Ferreira, que se encontra a desenvolver um estágio na nossa Escola, e não seria possível sem a generosidade do Cineclube IndieLisboa, da produtora Videolotion e da distribuidora Portugal Film, bem como de Beatriz Brajal, Francisca Miguéis, Luki Trueb, Maria Cardoso, Miriam Pedroso, Tomás Oliveira, Marta Sousa Ribeiro e Tomás Paula Marques.

Agradecemos ainda o apoio determinante de Abel Ribeiro Chaves e da Bazar do Vídeo, garante de uma projeção de excelência, bem como do Plano Nacional de Cinema, através da sua coordenadora Elsa Mendes. A todos o Cineclube presta pública homenagem.

Convidamos a comunidade escolar a participar nesta programação que marca a reabertura das portas do Estúdio 213.

Vem e traz outro amigo também!

«É algo que todos os realizadores têm em comum, creio, este hábito de ter um olho aberto dentro deles e outro no exterior. (...) Eis uma ocupação que nunca me cansa: olhar.».

Michelangelo Antonioni



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