Editorial

Escola Convidada - Janeiro de 2019

Escola Superior de Teatro e Cinema | Departamento de Cinema


Neste mês de Janeiro, o nosso Cineclube irá acolher, pela primeira vez, a iniciativa «Escola Convidada», centrada nesta primeira edição no Departamento de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) que, pela sua história e missão, merece o nosso destaque.

O Departamento de Cinema da ESTC é, desde meados dos anos 80, o herdeiro da escola que teve a sua origem no início de janeiro de 1973, como concretização da reforma operada no Conservatório Nacional, de que resultou a inclusão de novas práticas artísticas no ensino formal. Depois do 25 de Abril, muitas foram as modificações introduzidas no curso e na organização da Escola de Cinema, como então passa a ser correntemente designada, até se chegar ao desenho curricular em que os diferentes saberes se tornam cada vez mais específicos e o seu ensino mais aprofundado.

Esta Escola contou entre os seus fundadores e primeiros professores com realizadores e outros profissionais vindos do Novo Cinema português. Na renovação do seu corpo docente, incluiu muitos dos que nela se formaram no pós-25 de Abril e que, pertencendo a sucessivas gerações de realizadores, produtores, argumentistas, ou trabalhando na imagem, no som ou na montagem, juntamente com outros que permanecem na atividade profissional, participam da aventura de fazer o cinema português de hoje.

Esta será uma oportunidade única para a nossa comunidade escolar e amigos poderem conhecer alguns dos filmes escritos, produzidos e realizados nos últimos anos por alunos da Licenciatura em Cinema da ESTC. São múltiplos os prémios e as seleções, obtidos nos mais variados festivais de cinema nacionais e internacionais, que deram visibilidade às obras cinematográficas programadas neste Ciclo, dividido em três sessões: 16, 23 e 31 de Janeiro.

Para a primeira sessão estão programados os filmes: Querido Carlos Alberto, realizado por Aurora Ribeiro, Primária, realizado por Hugo Pedro, Onde Foi a Minha Sorte?, realizado por Pedro Gonçalves, e Fúria, realizado por Diogo Baldaia.

Esta Extensão só é possível graças à generosidade do Departamento de Cinema da ESTC, em especial do Professor João Milagre. Como é habitual, as projeções com qualidade de excelência contam com a amizade e a dedicação de Abel Ribeiro Chaves (Bazar do Vídeo) e o apoio do Plano Nacional de Cinema, através da sua coordenadora Elsa Mendes.

30 de Janeiro de 2019

POÇO DAS ALMAS


No espaço do cemitério, vemos a rotina dos trabalhadores do mesmo, no seu serviço quotidiano de perpetuação da vida e da memória daqueles que por lá se passeiam entorpecidos nas suas recordações.


Realização: Filipa Pinto | Argumento: Marta Almeida | Produção: Bruno Corte-Real


IRENE


Realização: João Martinho | Argumento: Rafael Afonso | Produção: Luís Magina


DUAS PESSOAS


Um homem recebe em casa uma prostituta. Tentam comunicar. Mas a solidão que os dois transportam cria um fosso entre eles, impossibilitando essa comunicação.


Realização: João Salaviza | Argumento: Inês Clemente [adaptação livre do conto ho­mó­nimo de Her­berto Helder] | Produção: Ricardo Oliveira


ONDE O VERÃO VAI - EPISÓDIOS DA JUVENTUDE


É verão, um rapaz vai com os amigos para o rio. Na viagem de carro, conta-se a história de um homem e da sua cobra de estimação, que o tenta comer. O rapaz cai de um tronco e faz uma ferida. Uma rapariga segue-o. Um casal namora, outro rapaz descobre a floresta e um terceiro deixa-se a comer um pêssego deitado sobre uma árvore. Em quatro episódios, o calor e a humidade da floresta aproximam o desejo entre os jovens.


Realização: David Pinheiro Vicente | Argumento: Rita Jorge | Produção: Raquel Rolim Batista


22 de Janeiro de 2019

ENSAIO


Num clube de bairro, uma equipa de crianças treina râguebi todas as semanas. Umas receiam o confronto, outras não. No dia do jogo, enfrentam a equipa adversária. Independentemente do resultado, haverá sempre o dia de amanhã.


Realização: Mariana Santana | Argumento: Daniela Manaças | Produção: Benedita Matalonga


HORA DI BAI


Hora di Bai é uma expressão que se refere ao “evasionismo” do povo de Cabo Verde, o filme retrata a destruição iminente do bairro 6 de Maio e dos laços dos seus residentes.

Realização: Bruno Leal | Argumento: Bruno Leal | Produção: Ana Rafael


RHOMA ACANS


A história de família de um pai cigano e de uma mãe não cigana serve de inspiração à realizadora para ir à procura do que a sua vida teria sido se o pai, inspirado pela sua própria mãe, não tivesse quebrado a tradição onde nasceu. Neste percurso encontramos a jovem Joaquina, inserida na comunidade cigana que serve de referência à realizadora na sua auto-descoberta. (M. Moz)

Realização: Leonor Teles | Argumento: Francisco Adão | Produção: Daniel Valente


DEPOIS DOS NOSSOS ÍDOLOS


We can tell that our idols, naturally exalted by poetry, outshine, in memory's light, those who really are our continuous models: our family. Without asking permission, this turning point is now guiding me in a quest for the calmness of the spirit with my true loved ones.

Realização: Ricardo Penedo


16 de Janeiro de 2019

QUERIDO CARLOS ALBERTO


Esmeralda anda na escola. O Carlos Alberto é dois anos mais velho. Por causa de um sonho, ela sentiu que não pode esperar mais um minuto e que deve declarar o seu amor. Sai da sala de aulas para encontrá-lo. Mas a passagem do sonho à realidade não é fácil. Ela tem que ir mais longe do que a sua timidez e sorte.


Realização: Aurora Ribeiro | Argumento: Flávia Lombardi | Produção: Gil Gelpi


PRIMÁRIA


Uma turma de quarto ano inicia o terceiro período de aulas. Enquanto aproveitam os últimos dias de alegria no recreio, nas aulas as crianças preparam-se para os exames nacionais que se aproximam e que irão determinar o seu sucesso escolar. Um filme sobre o primeiro rito de passagem, sobre o momento em que se deixa a segurança de um ciclo e se vai em direcção à incógnita que é o seguinte.


Realização: Hugo Pedro | Argumento: João Eça | Produção: Celeste Alves



ONDE FOI A MINHA SORTE?


Francisco, um rapaz de 6 anos, joga uma partida de futebol na escola, com os seus ténis da sorte. Acabado o jogo, o rapaz esconde-se num recanto a tratar das feridas nos pés. Uma rapariga interroga-o sobre o acontecimento e ele diz que tem de tratar das feridas sozinho com medo que a mãe deite os seus ténis fora. Em casa, a mãe Lúcia joga dominó com o seu namorado, que o filho desconhece. Francisco descobre os rastos do jogo da mãe e confronta-a. Mais tarde adormece e a mãe encontra as suas feridas. No dia seguinte Francisco vê que a mãe deitou fora os seus ténis e esta decide apresentar-lhe o namorado, quando o vai buscar à escola.


Realização: Pedro Gonçalves | Argumento: Clara Jost | Produção: Inês Alegre e João Martinho

FÚRIA


A agressividade e o desejo de competir fazem parte da infância; no clube de boxe de um bairro pobre, as crianças encontram um espaço onde canalizar uma Fúria de forma controlada e libertadora.


Realização: Diogo Baldaia | Argumento: Diogo Baldaia e Manuel Rocha da Silva | Produção: Manuel Rocha da Silva



«É algo que todos os realizadores têm em comum, creio, este hábito de ter um olho aberto dentro deles e outro no exterior. (...) Eis uma ocupação que nunca me cansa: olhar.».

Michelangelo Antonioni



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