A exposição “Poesia absurda de uma pedra em meio ao caos” de Verlu Macke apresenta uma narrativa simbólica de uma pedra em meio ao isolamento causado pela pandemia nos anos de 2020 e 2021 e as possibilidades de reflexões poéticas e absurdas que um ser inanimado teria em meio ao caos que se instaurou no mundo.

Em um conjunto de cerca de 30 obras em pintura, desenho e três livros de artista, a artista traduz a inércia e a falta de mobilidade que tem na pedra uma espécie de representação simbólica do humano paralisado, consciente/inconsciente do tempo e espaço que se insere naquele momento.

Apesar da pandemia do Covid estar oficialmente distante há mais de um ano, as memórias de um distanciamento forçado ainda se presentificam de diferentes formas, inclusive, nas revisões daquilo que foi produzido e mantido guardado durante os dois anos do isolamento. Esse é o caso da proposta apresentada nesta exposição, cujo intuito é tornar visível o que Verlu produziu, em meio ao que a artista chama de caos, muitas vezes, mas que ao ser revisitado como memória, ganha novo sentido e passa a ser, de certa forma, um outro, em um novo momento.

Assim como os desenho e pinturas, os livros de artista funcionaram como diários criativos, sendo essa, uma prática corriqueira na poética da artista, que não separa palavra e imagem, muitas vezes, tornando ambas linguagens em algo indissociável.

Conforme o título, “Poesia absurda de uma pedra em meio ao caos” busca apresentar o processo criativo de Verlu Macke como um respiro – palavra mais do que significativa durante a pandemia – uma suspensão em forma de poesia visual, de algo pesado, tornado leve em meio a um contexto, que se não era de todo caótico, por inúmeras vezes, parecia absurdo.

SOBRE A ARTISTA E A CURADORA

Verlu Macke é artista visual pós-graduada em Artes Visuais na Universidade de Caxias do Sul. Tem obras no acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) e no Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul (AMARP). Realizou quatro exposições individuais (Galeria Artista UM, Galeria de Arte do Campus 8/UCS, Pinacoteca de Novo Hamburgo e Galeria de Artes do Ordovás) e participou de inúmeras exposições coletivas e salões de arte. Recebeu o Prêmio de Incentivo à Produção do 19° Edital da Associação Francisco Lisboa (2016, Porto Alegre/RS). Em 2015, realizou residência em arte contemporânea (ROLEPLAY) em Taxco (México).

www.verlumacke.com

Silvana Boone é Doutora em Artes Visuais, Mestre em Comunicação e Semiótica, Professora na Universidade de Caxias do Sul, Orientadora de Projetos, Curadora e Crítica de Arte.