Exposição "camadatempo: desengavetando memórias" de Nilton Dondé

Quando: de 08 de outubro a 07 de novembro de 2021

Onde: Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho

Como: segunda, das 9h às 16h; terça a sexta, das 9h às 22h; finais de semana, das 16h às22h.

A Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho exibe a exposição camadatempo: desengavetando memórias, de Nilton Dondé, com curadoria de Mara Galvani, que vem acompanhando a produção do artista desde a graduação, momento em que foi sua orientadora no Trabalho de Conclusão do Curso em Artes Visuais (Bacharelado).

A exposição, selecionada pela Convocatória de Arte – Exposições 2021, é a primeira individual do artista gaúcho que segue em constante produção nos últimos anos, sempre com um pensamento voltado à memória num processo em que vêm construindo séries. Trabalhando com a coleta de imagens e objetos que guardam memórias de tempos perdidos, “camadastempos” que habitam gavetas esquecidas Dondé recria e reconstitui afetos em outras configurações ao estabelecer relações e “conversas” com o presente. Interessa a ele tecer um olhar no cotidiano de outros tempos, investigar e discutir questões como temporalidade, materialidade, gesto, ruína, ou seja, perceber o que resta… aproximando, poeticamente, o ontem do agora, através de recomposições que criam novas narrativas.

camadatempo: desengavetando memórias reúne 45 obras em colagem, além de uma videoarte, uma intervenção em uma das paredes da galeria, uma assemblage e um livro de artista que integra uma das cinco séries da exposição que são:

O tempo é poesia (2019) é composta por dez colagens com materiais coletados e produzidos com resíduos, fotografias, trechos de livros, em especial de um livro de poesias (encontrado numa feira de antiguidade) e que se encontrava em deterioração. Suportes de mesmo tamanho apresentam histórias anônimas e distintas. As marcas que o tempo produziu, os vestígios deixados se assemelham e, ao mesmo passo, se diferem em uma poética criada pela imaginação do artista, misturando-se com suas memórias individuais.

Em Comum-de-dois (2019) o artista explora camadas de memórias a partir da colagem de dois mundos: colagem de corpos e colagem de tempos. Na série está presente a relação do ser com algo que sempre se dá a partir de dois mundos, ou seja, o compartilhar de dois, em diálogo em que as formas se completam sem diferenças de gênero e hierarquias.

Os dois álbuns, apresentados na exposição, da série Álbuns de (des)afetos (2020) são a reconstrução do que antes guardava as memórias individuais e coletivas, momentos de família, rituais festivos – perdidos no esquecimento e descartados. Assim como os dois álbuns da série outros chegam ao artista de maneiras distintas, encontrados nos mercados de pulgas e antiquários ou através de amigos e conhecidos que, se lembram de sua produção, e lhe presenteiam. De maneira a criar novos álbuns, o artista utiliza-se dos restos de tais suportes (re)colando-os, (re)montando-os e abrindo novos espaços.

Nas obras da série Seres enraizados em passados constantes (2020) o artista explora a junção de materiais e elementos como fotografias, papéis e pequenas raízes encontradas na natureza, em suas caminhadas por lugares disparadores de lembranças e repletos de memórias afetivas.

Intravenoso (2021) constitui-se na série composta por bordados criando raízes sobre tecidos adquiridos em um antiquário de rua, e interferidos de maneira a sobrepor camadas. No ato de bordar o artista debruça-se em técnicas manuais que constroem sua história familiar e o constituem como indivíduo. Os desdobramentos dos trabalhos resultam em produções que perpassam pelos conceitos que guiam a poética de Dondé: as camadas, os tempos e as memórias.


Sobre o artista:

Nilton Dondé (Caxias do Sul – RS, 1997) é bacharel em Artes Visuais (2018) pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e acaba de concluir a Especialização em Artes Visuais: Produção e Pensamentos Contemporâneos (2021) pela mesma instituição. Realizou formações complementares no Centro Universitário de Belas-Artes de São Paulo – SP, Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre – RS, Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo – SP e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Rio de Janeiro – RJ. É um dos membros do Coletivo Um Nada (UN), juntamente com as artistas Marina Rombaldi (Caxias do Sul, 1996) e Nicole Martinato (Caxias do Sul, 1996). Realizou exposições e projetos coletivos nos últimos seis anos em cidades do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre, Caxias do Sul e região. Trabalha com múltiplas linguagens e meios, com uma produção que se cruza por atravessamentos de memórias e tempos, corpos e ruínas. Por meio de narrativas não lineares que se colam em um campo poético ligado às lembranças do artista e às narrativas recriadas pelas proximidades conceituais e de contexto das imagens apropriadas recriadas pelo artista a partir de indagações individuais e coletivas. Ao adentrar outros espaços e outras “camadastempos”, se apropria de objetos, fotografias, livros, álbuns (a maioria, de desconhecidos) e de fragmentos encontrados ao explorar as ruínas.

Sobre a Curadora:

Mara Galvani (Antonio Prado – RS, 1972). Vive e trabalha em Caxias do Sul – RS. É doutora em Letras pelas UCS/UniRitter (2018), Mestre em Educação pela UFRGS (2005), Especialista em Ensino da Arte, pela UCS (2001) e Licenciada em Educação Artística – Habilitação Artes Plásticas pela UCS Professora da Área do Conhecimento de Artes e Arquitetura da UCS, atuando em disciplinas ligadas ao desenho e aos processos de criação. Coordenadora da Especialização em Artes Visuais: Pensamento e Produção Contemporâneos (2021) que, assim como o artista Nilton Dondé, acaba de concluir; do Programa de Linguagens da Arte (PLA) que engloba o Projeto Mostra UCS Campus 8 e o Clube de Gravura. Poeta e artista visual, há mais de vinte anos vêm participando de exposições como artista e como curadora e de projetos de arte no Brasil e no exterior. Sua produção é fruto de pesquisa ligada a conceitos como tempo, lugar, espaço, memória e identidade. A organicidade e a sutileza das formas, as apropriações de imagens, palavras, documentos e objetos, os contrastes do branco ao preto, a cor e a não cor, o efêmero e o concreto, os fragmentos da natureza e o mínimo ganham novas dimensões nos diálogos criados pelos apagamentos, repetições e sobreposições.

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