Webinar "Comunidades Locais Colaborativas"
Resumo:
Palestrantes:
Drª Gabriela Plácido – Farmacêutica
Drª Olena Lourenço – Médica de Medicina Geral e Familiar
Dr. Luís Lourenço – Farmacêutico e Presidente da SRSRA da OF
Dr. João Padilla – Farmacêutico e Moderador do Webinar
Ponto de partida:
Necessidade de haver um trabalho colaborativo entre Médicos e Profissionais de Saúde e com a comunidade (doentes, família, entidades, ETC)
Por vários motivos:
- doenças crónicas (asma, diabetes, colesterol,etc)
- dificuldades no nível terapêutico
- aumento da longevidade de vida
- dificuldades de interpretação por parte do idoso
-etc
Envolvendo todos na comunidade (empresas, autarquias, escolas, doentes, famílias) para a melhoria da saúde global.
Devendo existir para este efeito uma Estrutura Local para a saúde mais abrangente, não só as farmácias e os médicos (centros de saúde, hospitais) mas envolvendo também as freguesias, as escolas, as empresas na divulgação e prevenção para a melhoria da saúde da população. A ideia é envolver os diferentes profissionais e a comunidade local, no entanto é muito importante definir o papel e responsabilidade de cada um nestes processos, para ninguém “atropelar” ninguém, nem ninguém substituir ninguém.
Este papel foi relegado única e somente para os Médicos.
Pergunta à Drª Olena
Em que é que os Farmacêuticos podem ajudar nesta dificuldade?
A Drª Olena diz que existe uma barreira na comunicação entre o Médicos de Família e o Farmacêutico, que temos que ser um só na saúde do doente e deixarmos de trabalhar por partes como várias peças de um puzzle.
Pergunta para o público, se sabem quantos utentes tem cada Médico de Família a seu cargo:
Resposta certa: 2000 ou mais – o que se torna difícil para o médico de família gerir.
Voltando à questão de como podem os farmacêuticos ajudarem o MF a Drª sugeriu criar uma linha comunicacional entre o MF e o Farmacêutico, um e-mail entre farmácias e a USF. Utilizando as farmácias como meio de transmitir informação tanto para o MF como vice-versa (ajustes doses, reações adversas ao medicamento, acompanhamento farmacoterapêutico, etc), até porque muitas vezes, em sítios isolados, fica mais fácil para o utente se deslocar à farmácia do que ao USF.
A ideia seria “Trabalhar em comunidade para a Prevenção da doença” em conjunto com todos (USFS, farmácias, universidades séniores, autarquias, etc)
O Setor Farmacêutico respondeu:
Queremos maior participação na saúde do utente!
O que é que podemos fazer?
Que projetos?
Que podem os farmacêuticos fazerem neste âmbito, que o MF aceite e seja necessário?
Foi sugerida pelo Dr. Luis Lourenço criar uma dinâmica para recolher dados do utente na farmácia e serem os mesmos transmitidos ao MF (controlos de glicémia, tensão arterial, colesterol, não adesão à terapêutica). Poderiam desta forma recolher dados e ajudar a USF a atingir os objetivos de desempenho, de forma regional/local. Já é feito em algumas farmácias este controlo e acompanhamento do doente, no entanto não se informa a USF dos valores dos dados.
Outra sugestão:
· Criar uma linha verde entre o Farmacêutico e a USF – para parceiros de saúde locais, incluindo os assistentes administrativos para ajudar os Farmacêuticos e MFs na triagem ou haver um horário fixo para este intercâmbio. E-mails seriam mais difíceis porque são imensos e por vezes ficam perdidos sem resposta, o telefone seria mais prático e e-mail não é de fácil utilização para todos.
A ideia também seria existir uma maior responsabilidade terapêutica para o Utente. É necessário trabalhar em conjunto para a educação da Saúde (palestras nos Jardins Escolas, Universidades séniores) para uma maior literacia na Saúde. Responsabilizar o doente pela sua terapêutica, dando toda a informação necessária ao mesmo.
Cabe as Direcções Ténicas das Farmácias:
- Fazer o Acompanhamento Farmacoterapêutico através da recolha de dados ao longo do tempo (por exemplo quando acabam as receitas prescritas para uma doença crónica, haver intercâmbio entre as farmácias e o USF para renovação das mesmas, sem a deslocação do utente ao USF)
- Deve ser feito com o software adequado para o efeito (ligação direta à ficha do utente)
- Criar ficha de cliente e fazer o devido seguimento
Em conclusão:
Implementar a prática da troca de informações entre Médicos, enfermeiros e farmacêuticos para contribuir para a saúde da população e não competirem uns com os outros. Dar um passo de cada vez e focar nas soluções e não nos problemas.