Bibliodrama Litúrgico

A dramatização bibliodramática é muito diferente do teatro bíblico. A ferramenta de dramatização mais utilizada no contexto do Bibliodrama litúrgico chama-se Interpretação da personagem pelo facilitador (ferramenta nº 63 do Manual): quem interpreta e dramatiza a personagem oferece seu ponto de vista específico, aprofunda um aspecto, para provocar, no ouvinte, um espelhamento. Não se trata de reproduzir o que o texto diz, mas de comunicar o que pode ser lido, às vezes, nas entrelinhas do texto, atualizando também para nossa experiência. Um segundo facilitador (que neste caso pode ser o próprio celebrante) tem a tarefa, após a dramatização ou no meio dela, de ajudar a assembleia a espelhar-se no que está acontecendo na cena.

Nesse sentido, a dramatização no Bibliodrama litúrgico é mais voltada para jovens e adultos, enquanto o teatro bíblico é a ferramenta mais utilizada para a missa das crianças. Isso porque o bibliodrama litúrgico, assim como o próprio bibliodrama, utiliza o elemento simbólico, que foge à compreensão dos pequeninhos, mas é uma ferramenta muito útil para atingir o coração dos adultos. Por isso, olhando para os roteiros propostos para a liturgia, não devemos pensar que se destinem às celebrações das crianças. Podem ser realizados nestas, mas não apenas. Sua profundidade, justamente, ajuda os adultos presentes a viverem momentos experienciais fortes durante a liturgia.

A esquematização simbólica dos conteúdos é uma ferramenta simples que, junto com a esquematização da cena central do texto visa a representar, com panos, várias personagens ou vários aspectos do tema. Forma, cores, relacionamento entre os elementos facilitam a memória do trecho e do conteúdo transmitido.

Para a realização destas interpretações e dramatizações é desejável a criação de uma equipe de facilitadores para a liturgia, disponíveis para este serviço durante a celebração eucarística.