Olá, estudante! Na lição passada, começamos explorando as teorias clássicas que enfocavam os traços de personalidade dos líderes. Em seguida, você aprendeu as abordagens baseadas nos estilos de liderança, destacando os comportamentos autoritário, liberal e democrático. Avançando, foram abordadas as teorias situacionais, ressaltando a importância de adaptar o estilo de liderança às circunstâncias. Na lição de hoje, você conhecerá um pouco mais sobre a figura do líder, e quais características ele deve possuir ou desenvolver.
Para isso, essa lição tem como objetivo central provocar uma compreensão aprofundada sobre as características essenciais que um líder deve possuir ou desenvolver, explorando como essas habilidades impactam a liderança na prática, tanto em ambientes empresariais quanto em situações cotidianas. Espera-se que ao final desta lição você possa compreender que a liderança vai além de cargos formais, sendo uma habilidade que pode ser desenvolvida por meio de educação, treinamento e experiência.
Além disso, espera-se que você reconheça a importância da comunicação eficaz para um líder, assim como a relevância da motivação intrínseca no desenvolvimento pessoal e na superação de desafios. Ao identificar situações em que a liderança é crucial, mesmo sem uma autoridade formal, você dará passos importantes para o desenvolvimento de habilidades de liderança.
Vamos também explorar a importância da inclusão e diversidade na formação de equipes eficazes. Para isso, você conhecerá como funciona o desenvolvimento de estratégias para que se promova um ambiente de liderança inclusivo. Ao compreender e aplicar esses princípios, você estará mais preparado para liderar de maneira eficaz e contribuir para o sucesso de equipes diversificadas. Vamos juntos nessa jornada de aprendizado sobre liderança!
O líder, como você já viu, inspira as pessoas com quem trabalha e comunica a visão de futuro, ou seja, as metas organizacionais a serem desenvolvidas, fazendo com que todos se sintam engajados no processo para alcançá-las. Ele se preocupa em conhecer as pessoas com as quais trabalha, saber o que é motivador para cada pessoa em sua equipe e procura manter o ambiente motivado por meio de motivadores comuns a todos – por exemplo, um ambiente saudável e limpo –, estimulando a participação de todos nas decisões, ouvindo sempre o que todos têm a dizer.
Líderes precisam lidar com equipes diversas, promovendo um ambiente inclusivo. Ser líder requer habilidades sutis, baseadas na inspiração e motivação. O desafio é aprimorar não apenas a capacidade de falar, mas também a de transmitir mensagens de forma inspiradora e motivadora.
Líderes têm um papel significativo na dinâmica social e econômica, influenciando a produtividade das equipes e o alcance de metas. O poder, quando mal utilizado, pode levar a práticas antiéticas. É um desafio manter o equilíbrio e usar o poder de forma construtiva, além disso, é preciso se atentar, pois, ao ocupar posições de liderança, é vital agir com ética, porque o impacto negativo de decisões antiéticas pode ser duradouro na reputação do líder e da organização.
Ao enfrentar esses desafios, não só estamos moldando a nós mesmos como líderes, mas também contribuindo para um impacto positivo em nossos ambientes sociais, econômicos e comunitários. É um caminho desafiador, mas as recompensas são incríveis.
Que tal mergulhar na história da TechInnovate, uma empresa fictícia que enfrentou desafios éticos em sua liderança? Alex, um líder carismático, testemunhou como suas práticas desiguais de reconhecimento começaram a minar tanto a moral quanto a eficiência da equipe. Com o passar do tempo, Alex desenvolveu uma inclinação injusta, favorecendo um círculo restrito de amigos e aliados, enquanto ignorava o desempenho eficaz.
Essa preferência injusta cultivou um ambiente de desmotivação, descontentamento e, como consequência direta, resultou em uma queda notável na produtividade. A equipe se sentia desvalorizada e sem incentivo devido às práticas injustas de reconhecimento. O reconhecimento desigual levou a uma redução significativa no desempenho geral da equipe e a cultura organizacional começou a ser contaminada por um ambiente tóxico e desestimulante.
Diante desse cenário, a TechInnovate conduziu uma avaliação interna detalhada, coletando feedbacks anônimos dos funcionários e analisando métricas de desempenho para entender a extensão do problema. Após isso, a empresa implementou programas intensivos de treinamento em ética e liderança para Alex e outros líderes, destacando a importância de práticas justas e imparciais. Além disso, foi estabelecido um sistema transparente de reconhecimento e promoção, priorizando o mérito e garantindo recompensas justas para todos.
Também foram criados canais de comunicação abertos e anônimos para permitir que os funcionários expressassem preocupações, oferecessem sugestões e relatassem comportamentos inadequados. E a empresa ainda implementou uma estrutura de monitoramento contínuo para garantir a eficácia das mudanças, assegurando que as práticas éticas se tornassem uma parte integrante da cultura organizacional.
Após a implementação dessas ações, a TechInnovate experimentou uma notável melhoria na motivação da equipe e no desempenho. A transformação na cultura organizacional resultou em um ambiente mais justo e transparente, refletindo positivamente na satisfação e no comprometimento dos colaboradores. Portanto, esse caso ilustra como a liderança ética não apenas eleva a equipe, mas também impulsiona o sucesso a longo prazo da organização.
Não necessariamente todo líder possui habilidades administrativas refinadas, mas é de extrema importância que os administradores desenvolvam competências de liderança. Nos tempos atuais, as pessoas anseiam por serem lideradas e não apenas gerenciadas como máquinas (CINTRA e DALBEM, 2016). Nesse sentido, a análise da personalidade do líder visa compreender quais comportamentos, traços de personalidade, habilidades, atitudes e outras características pessoais influenciam no desempenho eficaz do gestor. Temporariamente, deixando de lado a importância dos seguidores e da missão no processo de liderança, é fundamental considerar que as características pessoais são parte integrante do contexto (MAXIMIANO, 2000).
É essencial sempre lembrar que um líder não comanda apenas um indivíduo, mas, sim, uma equipe. Portanto, é necessário conhecer cada membro da equipe e sua forma de atuação. Cada equipe possui sua própria dinâmica, identifica seus membros mais populares, os mais eficientes para tarefas específicas, os mais flexíveis e os menos flexíveis, além das diferentes personalidades e papéis dentro do grupo. Tudo isso deve ser minuciosamente observado pelo líder antes de iniciar a colaboração com a equipe. Conforme Robbins (2005) destaca, existem quatro papéis específicos cruciais na liderança de equipes:
I. Líderes de equipe como elementos de ligação externa: A responsabilidade do líder é representar a equipe diante de grupos externos, garantindo recursos e informações necessárias para a execução do trabalho.
II. Líderes como solucionadores de problemas: Quando os membros da equipe enfrentam dificuldades e solicitam ajuda, é função do líder reunir todos para buscar soluções.
III. Líderes como administradores de conflitos: Cabe ao líder identificar, processar e resolver conflitos que possam surgir nas equipes de trabalho, minimizando os impactos negativos desses conflitos.
IV. Líderes como treinadores: São eles que definem os papéis dos colaboradores, ensinam as tarefas, apoiam nas decisões, torcem e fazem o necessário para que cada membro da equipe melhore seu desempenho no trabalho.
Uma abordagem para estudar liderança envolve direcionar a atenção para a personalidade dos líderes, fundamentando-se em biografias e incidentes críticos (situações em que alguém assumiu um papel de liderança) (MAXIMIANO, 2000). No entanto, é importante salientar que as conclusões desses estudos não têm valor preditivo significativo, uma vez que, embora os líderes possuam traços de personalidade distintos, a presença desses traços não assegura que uma pessoa com características semelhantes se torne um líder. A diversidade de personalidades entre líderes é notável; alguns são bem-humorados, outros mais sérios, alguns introvertidos e outros extrovertidos. Mesmo diante dessas variações, o estudo destaca que a iniciativa nas relações pessoais e o senso de identidade pessoal são traços de personalidade frequentemente associados aos líderes (MAXIMIANO, 2000).
A confiança é um atributo vital na liderança, sendo que os líderes dependem fortemente dela para obter a colaboração de suas equipes. Perder a confiança da equipe pode acarretar prejuízos, pois o engajamento conquistado pode se dissipar, gerando um ambiente de desconfiança e insegurança. Quando a ética é comprometida, a liderança perde sua influência sobre os liderados, que passam a seguir o poder do cargo em vez de admirar a pessoa do líder. Portanto, é responsabilidade dos altos executivos estabelecer padrões éticos inabaláveis, exemplificando comportamentos éticos e promovendo um ambiente de integridade (CINTRA e DALBEM, 2016).
A habilidade de síntese do líder consiste em compreender o conhecimento envolvido, as necessidades contextuais e os recursos disponíveis, combinando-os de maneira apropriada para serem compreensíveis a todos os envolvidos (visão sistêmica e estratégica de organização e pessoas) (GARDNER, 1994). Quanto à inteligência emocional, relacionada à compreensão das próprias emoções, controle de reações e empatia, é dividida em quatro competências: autoconhecimento, autocontrole, empatia e habilidade social (GOLEMAN, 2015).
Goleman (2015) destaca que indivíduos que controlam suas emoções são capazes de criar um ambiente de confiança e equidade. A figura 01 ilustra as características e competências que um líder deve possuir:
Conforme SOTO (2002), a liderança eficaz se baseia em comportamentos, habilidades e ações apropriadas, em vez de depender exclusivamente de características pessoais. Os líderes utilizam habilidades técnicas, humanas e conceituais, sendo essencial possuir uma visão holística da organização, estar atento às mudanças externas e aos desafios, e gerenciar a inovação e o conhecimento para contribuir com o desenvolvimento dos colaboradores (COSTA, 2021).
Uma abordagem adicional para examinar a liderança é concentrar-se nas motivações dos líderes. Sob essa perspectiva, observa-se que algumas pessoas assumem a posição de líder não necessariamente devido às suas habilidades, mas, sim, porque têm afinidade com o papel de liderança. David McClelland, um psicólogo americano, identificou a necessidade de poder como o interesse em buscar, ocupar e exercer posições de influência. Indivíduos que buscam a satisfação dessa necessidade adotam ações específicas para alcançar posições que lhes permitam influenciar o comportamento dos outros, como conquistar seguidores, candidatar-se a cargos eletivos, fazer propostas a grupos, integrar-se à estrutura existente de poder ou ingressar em uma academia militar.
McClelland destaca que a necessidade de poder pode ser satisfeita de diversas maneiras, envolvendo o controle de recursos, informações e pessoas. Além disso, essa necessidade não está vinculada necessariamente a recompensas materiais; o que importa é o que a pessoa pode realizar com o poder que detém (MAXIMIANO, 2000).
A necessidade de poder se manifesta de duas maneiras predominantes. Na primeira, a pessoa busca a satisfação pessoal através da influência sobre o comportamento alheio. Indivíduos motivados por essa necessidade podem ser dominantes, conseguindo lealdade e inspiração de seus liderados, ou podem ser simplesmente egocêntricos, usando sua posição de poder para satisfazer seus interesses à custa do domínio sobre os liderados. Uma variante desse comportamento é observada em pessoas que utilizam a organização em seu próprio benefício.
Na segunda manifestação, a ênfase recai sobre o poder social ou institucional, visando a realização de metas coletivas. Líderes desse tipo não buscam a submissão alheia, mas, ao contrário, mobilizam os esforços dos outros em direção à consecução da missão do grupo (MAXIMIANO, 2000).
Outra linha de pesquisa se concentra na liderança como uma habilidade que pode ser aprimorada, sendo Mintzberg um dos autores proeminentes nessa abordagem, visualizando a liderança não como uma habilidade isolada, mas como um conjunto de tarefas e habilidades (MAXIMIANO, 2000). A competência de comunicação emerge como um dos argumentos mais convincentes para demonstrar que determinadas características dos líderes podem ser desenvolvidas. Sendo assim, a comunicação constitui a base da liderança, uma vez que a capacidade fundamental de um líder é transmitir sua mensagem de maneira persuasiva, inspiradora ou motivadora para seus seguidores. Isso vai além do domínio das palavras e da maneira de expressá-las, abrangendo a habilidade de transformar ideias em mensagens convincentes (MAXIMIANO, 2000).
A evolução das habilidades a partir das aptidões indica que a liderança não é um atributo inato, mas, sim, uma qualidade passível de desenvolvimento, contanto que haja motivação. Dessa forma, a investigação das habilidades torna a liderança uma competência acessível por meio da educação, treinamento e experiência. Partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais, centros acadêmicos e diversas associações podem ser considerados verdadeiras escolas de liderança (MAXIMIANO, 2000).
Abordando a liderança como uma habilidade, ela se torna um dos elementos fundamentais para o desempenho eficaz dos gestores. Em algumas situações, um gerente pode depender muito mais da liderança e de outras habilidades interpessoais do que da legitimidade e autoridade formal de seu cargo. Por exemplo, em uma estrutura matricial, o líder de projeto colabora com uma equipe composta por indivíduos de diferentes departamentos funcionais, nos quais ele não possui autoridade formal. Nesses casos, a eficácia é menos dependente da autoridade e mais da liderança (MAXIMIANO, 2000).
Você já parou para pensar se o seu perfil é mais voltado para administrador ou líder? Acredita que conseguiria ser um bom administrador com perfil de liderança? Como conquistaria a confiança das pessoas, obtendo, assim, um bom desempenho e cooperação dos funcionários?
Então, como você viu na lição, a liderança não é um dom com o qual você já nasce, desta forma, é possível desenvolver essa habilidade, e muitas empresas, em especial as referências no mercado, estão ligadas nisso. Essas empresas, segundo a visão de Mintzberg, veem a liderança como um combo de tarefas e habilidades, ou seja, é algo que a gente pode aprender e aprimorar.
A primeira habilidade que um líder precisa ter em mente é a comunicação. Por exemplo, considere que você tenha uma ideia sensacional. Agora, concorda que se não souber comunicar, não adiantará nada? Um líder que é realmente líder precisa conseguir passar a mensagem de um jeito que inspire e motive o time, e isso, caro estudante, não é só sobre falar bonito, mas transformar ideias em mensagens que tragam entusiasmo para todos de uma equipe.
Agora, já pensou como isso funciona na prática? Liderança vai muito além do estereótipo de um chefe sentado em sua cadeira de couro. Às vezes, em times diferentes ou projetos especiais, um líder de projeto pode ser mais importante do que um chefe. Agora, imagine liderar um grupo onde você não detém autoridade formal sobre as pessoas, possivelmente isso seria complicado não é mesmo? Portanto, é nesse cenário que a verdadeira liderança faz a diferença, e a eficácia depende mais de como você conduz do que de qualquer posição hierárquica.
Por fim, que tal um desafio para experimentar como é ser um líder? Escolha um projeto que goste, pode ser da escola, algo social, ou uma equipe de um jogo. Forme um grupo e pratique a liderança, mesmo sem ter autoridade formal. Exponha suas ideias e motivações, e lembrem-se de focar na comunicação e na inspiração. Depois, anotem quais foram as maiores dificuldades enfrentadas e compartilhem com a turma. Isso certamente proporcionará insights valiosos sobre a dinâmica da liderança sem uma estrutura hierárquica formal.
CINTRA, J. DALBEM, E. Comportamento organizacional. Londrina, PR: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2016.
COSTA, A. B. Liderança e comportamento organizacional. Pernambuco: CEFOSPE. 2021.
GARDNER, H. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre, RS: Artmed, 1994.
GOLEMAN, D. Liderança: a inteligência emocional na formação de um líder de sucesso. ed. 1, Rio de Janeiro: Objetiva. 2015. 144 f. ISBN: 978-85-390-0651-9.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. ed. 5, São Paulo, SP: Atlas, 2000.
ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. Trad. téc. Reynaldo Marcondes. 11. ed. São Paulo- Pearson Prentice Hall, 2005.
SOTO, E. Comportamento Organizacional: o impacto das emoções. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.