Pitágoras

Dados Biográficos

"Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade." (Pitágoras)

Pitágoras (582-497 a.C.) foi um matemático e filósofo grego. Sua doutrina de que "o princípio de todas as coisas é o número" tomava a aparência superficial das coisas por ilusória: o conhecimento genuíno da natureza das coisas e a apreciação da ordem fundamental do mundo poderiam ser obtidos apenas pela compreensão delas em termos aritméticos. É o autor do "Teorema de Pitágoras", em que o quadrado da hipotenusa... Desenvolveu trabalhos na área da filosofia, música, moral, geografia e medicina.

Pitágoras nasceu na ilha grega de Samos. Diz-se que visitou o Egito e a Babilônia antes de se estabelecer em Crotone, colônia grega no sul da Itália, em torno de 530 a.C., onde fundou a sua escola matemática e confraria religiosa. Não deixando nada escrito, o que se sabe deste pensador veio por meio de relatos posteriores, acrescidos, muitas vezes, de mitos e lendas, como, por exemplo, de que teria uma coxa dourada e que possuiria a habilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Ao observar que as notas musicais variavam de acordo com o comprimento das cordas dos instrumentos, deduziu que as proporções matemáticas é que fundamentavam a harmonia musical. Depois disso, defendeu que a matemática estava no cerne da realidade, e não a água nem o ar, mas os números. Assim, o arché está no número. O número, porém, para Pitágoras não era um ente abstrato, puro conteúdo da mente, mas um elemento essencial da realidade. Ele possui também uma dimensão espacial, apresentando-se como um ente intermediário entre a aritmética e a geometria.

Para Pitágoras, todas as coisas eram números e qualquer número era uma divindade. Deus era representado pelo número 1, a Matéria pelo número 2 e o Universo pelo número 12, resultante da multiplicação de 3 por 4. Havia, assim, uma unidade divina, absoluta e primordial, na qual ele vê a mônada das mônadas, ou seja, a imortalidade da alma, a pluralidade das existências e a organização harmoniosa do universo, em que os números têm um poder ilimitado.

Para Pitágoras, o ar é cheio de almas. Foi o primeiro filósofo ocidental a sustentar a teoria da metempsicose. “Devido a uma culpa original, a alma é obrigada a reencarnar em sucessivas substâncias corpóreas (nem sempre humanas, mas também animais), em um ciclo que só é interrompido após a purificação”.

A filosofia à moda clássica deve ser vista como a busca da sabedoria. Observe que Pitágoras não se colocava como sábio, mas buscador de sabedoria. Em se tratando da vida interior, temos: 1) Aristóteles, em Ética a Nicômaco, ensinou-nos que a virtude é a "justa medida" entre extremos nocivos; 2) Buda transformou-a no caminho do meio; 3) Pitágoras, em sua escola, ensinava que as qualidades constitutivas do ser humano seriam: austeridade, coragem, moderação e autocontrole.

Resumo da teoria de Pitágoras. Tudo no universo se conforma às regras e relações matemáticas. ==> Se compreendemos o número e as relações matemáticas... ==> ... Compreendemos também a estrutura do cosmos. ==> A matemática é o modelo para o pensamento filosófico. ==> O número é o regente das formas. ==> O número é o regente das ideias.

Fonte de Consulta

LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.

Outros Detalhes

Pitágoras. (570-495 a.C.) matemático e filósofo grego. Sua doutrina de que "o princípio de todas as coisas é o número" tomava a aparência superficial das coisas por ilusória: o conhecimento genuíno da natureza das coisas e a apreciação da ordem fundamental do mundo poderiam ser obtidos apenas pela compreensão delas em termos aritméticos. (1)

Pitágoras. Foi quem inventou a palavra filosofia. Deixou duas doutrinas célebres: a divindade do número e a crença na metempsicose (migração das almas de corpo em corpo). Percorreu o mundo conhecido, pregando a sua doutrina, uma espécie de seita, um orfismo renovado, fundada numa mística comportando uma regra de vida por iniciação secreta, por ritos para o êxtase onde a alma seria desligada do corpo (prisão da alma). Após a morte, a alma retorna em outro corpo, onde encontra um destino em conformidade com suas virtudes e vícios anteriores. Por outro lado, os números constituem a essência de todas as coisas. São o princípio de tudo: por detrás das qualidades sensíveis, há somente diferenças de número e de qualidade. A natureza do som que ouvimos depende da longitude da corda vibrante. O número é a verdade eterna. O número perfeito é o 10 (triângulo místico). Os astros são harmônicos. Nessa harmonia, que só os iniciados ouvem, cada astro, tendo um número por essência, fornece uma relação musical. Pitágoras é um dos primeiros filósofos a elaborar uma “cosmogonia”, isto é, um vasto sistema que pretende explicar o universo. (2)

Pitágoras não deixou nenhum fragmento escrito. A maior parte do que se sabe sobre Pitágoras deriva de relatos posteriores, com os diversos acréscimos em forma de mitos e lendas. Por que o número e não a água? Pitágoras observou que as notas musicais variavam de acordo com o comprimento das cordas dos instrumentos. A partir disso, deduziu que as proporções matemáticas é que fundamentam a harmonia musical, e também introduziu, nesse processo, o conceito de intervalos musicais. Daí em diante, passou a afirmar que a matemática situava-se no cerne da realidade - não a água, nem o ar, mas os números. Eram os números que definiam os tamanhos e formatos dos objetos físicos, da mesma forma como determinavam o movimento das estrelas e de outros corpos celestes, uma relação matemática harmoniosa conhecida como música das esferas.

Com base nisso, o pitagorismo se desenvolveu ao mesmo tempo como estilo de vida e filosofia. Seus adeptos defendiam uma atitude contemplativa e moderada, vivendo em comunidade, com homens e mulheres tratados de forma igualitária e a propriedade partilhada entre todos. (3)

Tudo no universo se conforma às regras e relações matemáticas.

Se compreendemos o número e as relações matemáticas...

... Compreendemos também a estrutura do cosmos.

A matemática é o modelo para o pensamento filosófico.

O número é o regente das formas.

O número é o regente das ideias. (4)

(1) NOVA ENCICLOPÉDIA ILUSTRADA FOLHA. São Paulo: Folha, 1996.

(2) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(3) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

(4) VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.