Amor Romântico

Helen Fisher: Bióloga-Antropóloga, explica a química do amor, baseando-se na análise do que sucede no cérebro humano quando nos apaixonamos, que combina com a observação do sexo em animais selvagens

Oferece uma perspectiva interessante do amor romântico, mas cuidado porque isto continuam a ser representações. Em Sociologia os fenómenos têm de ser explicados por factores sociais, não pela engenharia do cérebro, nem por analogias com animais.

Não sei se fomos feitos para ser felizes, fomos feitos para reproduzir (06:44).

Autora do livro Why we love. http://www.helenfisher.com/

No 2º vídeo distingue 4 categorias de amantes para explicar quem é atraído por quem: exploradores, construtores, directores e negociadores

No 3º vídeo mostra preocupar-se com o consumo de anti-depressivos, porque estes reduzem a capacidade de nos apaixonarmos (03:11)

Diz não se surpreender por grande parte dos poetas terem sido pessoas muito infelizes. Fazia parte da genialidade, esse aumento de dopamina no cérebro que estimula a criatividade. (05:40)

Pergunta 1: Já foi rejeitado por alguém que realmente amava?

Pergunta 2: Já rejeitou alguém que realmente o amava?

Cerca de 95% dos homens e das mulheres respondeu que sim a ambas as perguntas.

O amor romântico é a substância mais viciante da Terra. Um vício maravilhoso quando tudo corre bem. Um vício horrível quando corre mal. http://www.youtube.com/watch?v=OYfoGTIG7pY

Representações literárias do amor romântico

O Amor na Cultura Portuguesa

(...) o amor romântico, protagonizado pelo herói romântico dos romances históricos. A reacção realista, embora não anule o amor-paixão, deixa-o de certa forma sufocado, perdendo assim a sua força. Na cultura ocidental dos tempos modernos, o ser humano, numa constante procura de si próprio, vive um amor labiríntico, tentando caminhar em direcção à própria alma. Todavia, na sua dificuldade em firmar relações estáveis e autênticas, imerso na busca da ascensão social, não vivencia já o ardor da paixão de Vénus e Marte, nem realiza a união de Psique e Eros. Vénus é também a musa inspiradora da lírica camoniana. É uma lírica, cujo ideal amoroso está fatalmente marcado pelo mito do amor-paixão, eterno paradigma de Tristão e Isolda.

Explicitando o conceito com recurso a representações religiosas

Amor romântico é sinónimo de amor ágape. "É sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." O amor ágape é oposto do amor sexual, que se justifica para satisfação das nossas necessidades egoístas.

Um estudo sociológico (os estudos contém hipóteses que podem ser verificadas)

A questão que hoje se pode discutir é a de saber se o “amor romântico” corresponderá a uma modalidade legítima ou socialmente aceitável de desejo erótico.

Posta a questão noutros termos: será que o amor tem vindo a adquirir um valor autónomo que legitima a sexualidade como sua expressão natural?

(...)

Aliás, o amor-paixão tem sido interpretado como uma tentativa de reintrodução, na civilização cristã, de técnicas arcaicas de êxtase que a Igreja sempre rejeitou.

E, contudo, ao que se assiste é a uma suavização da paixão. Os sociólogos da juventude têm constatado que, hoje em dia, não são os pais que se opõem às paixões loucas dos “romeus” e “julietas”; são estes que, livres de paixões, preparam a sua “vida em comum” enquanto os pais se questionam, em segredo, onde está o amor.

http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR492ede2664249_1.pdf

O enquadramento histórico

MATTOSO, José, História da Vida Privada de Portugal

Representações do amor na música

Amor e Sexo

Rita Lee

Amor é um livro

Sexo é esporte

Sexo é escolha

Amor é sorte...

Amor é pensamento

Teorema

Amor é novela

Sexo é cinema..

Sexo é imaginação

Fantasia

Amor é prosa

Sexo é poesia...

O amor nos torna

Patéticos

Sexo é uma selva

De epiléticos...

Amor é cristão

Sexo é pagão

Amor é latifúndio

Sexo é invasão

Amor é divino

Sexo é animal

Amor é bossa nova

Sexo é carnaval

Oh! Oh! Uh!

Amor é para sempre

Sexo também

Sexo é do bom

Amor é do bem...

Amor sem sexo

É amizade

Sexo sem amor

É vontade...

Amor é um

Sexo é dois

Sexo antes

Amor depois...

Sexo vem dos outros

E vai embora

Amor vem de nós

E demora...

Amor é cristão

Sexo é pagão

Amor é latifúndio

Sexo é invasão

Amor é divino

Sexo é animal

Amor é bossa nova

Sexo é carnaval

Oh! Oh! Oh!

Amor é isso

Sexo é aquilo

E coisa e tal!

E tal e coisa!

Uh! Uh! Uh!

Ai o amor!

Hum! O sexo!

Representações populares do amor e do sexo pela voz de um idoso

Toda a gente tem representações do amor romântico, mesmo que utilize linguagem ordinária. Será interessante observar a perspectiva de um idoso de 73 anos, porque a sua experiência de vida terá mais frequentemente entrado em choque esta representação, colocando em causa a sua robustez.

Na sua sabedoria, "ninguém morre de amor" (02:40) e "o casamento é como o camarão" (03:10), "por você comia camarão todo o dia... mas você não mora com o camarão! Não tem que dividir as contas com o camarão! O camarão não usa o seu cartão de crédito! O camarão não te controla de 5 em 5 minutos quando sais com os amigos!" Finalmente indica que (03:55) "comer camarão duas ou três vezes por semana já é óptimo!" pelo que os seus casamentos teriam durado mais tempo (04:00) se tivesse vivido com as mulheres em casas separadas, porque aí ficariam com tempo só para a parte boa do casamento! Para este idoso que já passou por dois casamentos e tem três filhos, (04:45) "a melhor parte [do casamento] é o sexo".

Devido à sua linguagem ordinária, o vídeo abaixo não deve ser reproduzido em áreas de convívio social. A sua reprodução em privado permite verificar de onde foram extraídas as expressões acima indicadas entre aspas. Simultâneamente, esta técnica de recorrer aos vídeos YouTube para desconstruir representações poderá ser tomada como exemplo para outros trabalhos.

Representações dos adolescentes sobre amor e sexo. Artigo publicado na Revista FOCUS

Sexo na Adolescência: Problema os Solução?

O texto sugere (pp. 48-49) o aumento da proporção de mulheres nas escolas secundárias (logo maior a concorrência por homens) para que estas tenham ficado mais "atiradiças", e tenham desaparecido as "meninas de bem".

Outro estudo

O surgimento da idéia do amor romântico tem de ser compreendido em relação a vários conjuntos de influências que afetam as mulheres a partir do final do século XVIII. Um deles foi a criação do lar, já referido. Um segundo foi a modificação nas relações entre pais e filhos; um terceiro, o que alguns chamaram de “invenção da maternidade”. No que diz respeito à situação das mulheres, todos eles estavam muito intimamente integrados (Giddens, 1993:52/53).

http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/708.pdf p. 9 e seguintes

Como pesquisar "dentro" de um site

Pesquisar "amor romântico" na Análise Social

Outro estudo

De que forma os homens e as mulheres com idade igual ou superior a 65 anos vivenciam a sua sexualidade?

"Contrariamente a certas ideias preconcebidas nas sociedades modernas, o processo de envelhecimento natural dos indivíduos não impede o desenvolvimento de uma vida sexual activa na velhice".

Reflectir sobre esta representação

A Internet tornou o Sexo mais fácil? - Vídeo interessante com representações de utilizadores

ATENÇÃO: O vídeo contém linguagem explicita, por vezes muito dura.

O sexologista refere-se a sexo compulsivo, mas certamente teria dificuldade em definir o padrão "normal"... outra representação se não o conseguisse definir ;)

Representações da Medicina e da Química

As três fases do amor romântico, por Helen Fisher: Desejo. Atracção e Ligação

Conhecer a Dra Helen Fisher

Estudo quantificou "O que é necessário para ter relações sexuais?"

Fonte: PAIS, José Machado, VIVÊNCIAS SEXUAIS: Modos e Diversidades

Representações do termo do amor romântico na imprensa

8 sinais de divórcio

Sexo, Mentiras e Internet - última parte (05/OUT/2012) do inquérito do Expresso.

Os jovens utilizam mais frequentemente a Internet, mas com o propósito ter relações sexuais vence a Geração Viagra (dos 55 aos 65 anos).

Dossier " O Sexo dos Portugueses" - EXPRESSO

Em 1983 foi detectado o primeiro caso de SIDA em Portugal. O movimento hippie que o Mundo conheceu após o final da II GGM só chegou a Portugal após o 25 de Abril, e o baby boom português apenas se verificou em 1976, embora na década anterior, com maior miséria, nascesse mais gente. Como terão mudado as estruturas mentais com identificação do vírus da SIDA? Não será fácil responder, mas rapidamente se descobre uma nova moralidade sexual.

Representações do homem ideal, no Facebook.

Pérola do Facebook

Poliamoroso

Quanto às relações amorosas, explica-as assim: “A maior parte das vezes o que acontece é que se chega a um lugar, envolvemo-nos com alguém e vamos embora. É muito difícil manter uma relação monogâmica ‘normal’ em que uma pessoa é nómada e a outra não. Mas se for como eu, poliamoroso, alguém que pode estar romanticamente envolvido e ter sentimentos fortes com mais do que uma pessoa ao mesmo tempo, nada impede de se apaixonar por alguém, ir embora, voltar, ir embora…”

Nómadas Modernos - PÚBLICO