Estação Ferroviária de Caratinga

Em 27 de janeiro de 1927 foi assinado o contrato entre o Estado de Minas Gerais e a estrada de ferro Leopoldina na então chefia do presidente do estado, Antônio Carlos, que incluiu o ramal de Caratinga, partindo de Raul Soares.

Um dos maiores batalhadores pela ferrovia na cidade foi o agente administrativo Dr. Agenor Ludgero Alves.

A construção da sede da Leopoldina em Caratinga ocorreu em 1929, sob o comando do engenheiro Dr. R. Darigo e o encarregado de obras Amintas Jacques Morais.

Em 13 de dezembro de 1930 foi provisoriamente aberto ao tráfego o prolongamento de Raul Soares até Caratinga e em 12 de fevereiro de 1931 foi inaugurado solenemente em Caratinga, com a participação de representantes do estado e do município.

A população de Caratinga era de 5 mil a 6 mil habitantes, centro de zona rica em produção de café e suínos, além de apresentar um grande movimento de importação. (fonte: E. F. Leopoldina, 1938).

A primeira locomotiva, no entanto, já havia chegado a Caratinga em 31 de agosto de 1930, "às 15 horas, aproximadamente, um silvar forte se fez ouvir (...) (pela) imensa massa humana desde cedo aglomerada nas cercanias do local onde está sendo construída a estação. Passageiros ainda desembarcaram na estação para presenciar a chegada da máquina (a vapor)" (Jornal O Município, 7/9/1930).

Este trecho da Leopoldina era uma junção de várias linhas isoladas originalmente, construídas em épocas diferentes. Antes de chegar a Caratinga, houve abertura dos trechos da ferrovia em outros lugares como o trecho entre Três Rios e Silveira Lobo que foi aberto em 1903 e 1904; o seguinte, até a estação de Guarani, inaugurado em 1883 e havia sido construído e operado pela Cia União Mineira, até a entrega à Leopoldina, em 1884; o trecho entre esse ponto e Ligação ficou pronto em 1886, enquanto daí para a frente, até Ponte Nova, foi entregue entre os anos de 1879 e 1886. Entre 1912 e 1926, entregou-se a linha até Matipoó (Raul Soares) e finalmente, em 1931, a linha chegou a Caratinga, de onde não passou. Havia um trem de Barão de Mauá, no centro do Rio de Janeiro, para Caratinga, via Petrópolis, todos os dias, desde que a linha completa foi entregue, em 1931.

Sem trens de passageiros desde os anos 1980 (em 1980 ainda existiam trens mistos fazendo o serviço de passageiros entre Ubá e Caratinga, vindo de Recreio, na antiga linha-tronco da EFL), a linha foi erradicada em 1994 nos trechos Três Rios - Ligação e Ponte Nova - Caratinga; o trecho intermediário consta até hoje como tendo "tráfego suspenso".

Estação terminal da linha (embora houvesse planos para ligá-la a Carangola) pelo menos até 1980 ainda recebeu trens mistos: mais ou menos nesta época, o tráfego de passageiros acabou.

A estação permanece erguida, sua arquitetura assemelhava-se ao modelo da de Viçosa, bem típica da Leopoldina. Situado à praça Coronel Rafael Silva Araújo, possui estilo colonial de construção em alvenaria, define seu espaço de forma retangular. A construção possui um pavimento. Sua cobertura é em duas águas, com telhas de barro, tipo francesas. Suas janelas são em madeira e vidro, as portas em folha maciça de madeira. A plataforma possui cobertura com estrutura de madeira em forma de tesoura e cobertura de telhas francesas, a barra do imóvel revestida com pedras. Sua importância justifica-se por ser um vestígio do tráfego ferroviário no município. O prédio foi tombado através do Decreto nº10/1998, e está sujeito a proteção especial de acordo com a Lei Municipal nº 3039/2008.

Após a desativação da ferrovia, o imóvel funcionou como Biblioteca Pública, Unidade de Saúde, Secretaria Municipal de Cultura, Centro de tratamentos intensivos e atualmente se encontra desativada para que passe por um processo de restauração.

Pátio da estação de Caratinga, por volta dos anos 1950. Vagões estacionados.

(Cessão: Geraldo Majela Batista, estraído de site sobre a cidade - www.zoz.com.br).

Saída do pátio de Caratinga, por volta dos anos 1940.

Como em diversas cidades de Minas Gerais, a linha passava pelas ruas da cidade

Fonte: (Fotografia do site www.zoz.com.br)