Histórico de Sapucaia

No dia 2 de junho de 1860, Maria José da Silveira, viúva de Florentino da Costa e Silva, procedente de São Miguel do Anta, distrito de Ponte Nova, Minas Gerais, assentou acampamento onde hoje é a Praça de Sapucaia. Eram ao todo dezenove pessoas: Maria José da Silveira, seus filhos – Antônio da Costa, Bernado Florentino da Costa e Silva, Sebastião da Costa e Silva, Leonarda Gomes da Silveira, Francisca da Costa , Elízia Rosa da Silveira ,Maria da Silveira ( Tia Sinhá ) -, além dos escravos – Paulo ( Tio Paulo ), Joaquim,Antônio,Maria de Jesus,Maria Eufêmia, Maria Florentina, Maria Joaquina,Maria Bárbara e Florentino José da Silveira ( Dotozinho ) , com dez anos , tido como filho desta última.

Vasta área da floresta foi derrubada e queimada, o que permitiu a Maria José da Silveira reclamar junto ao governo a posse de cinza (dispositivo que tava direito ás pessoas de tomarem posse das terras antes de medi-las e registrá-las em cartório). Conta-se que, em setembro de 1860 Maria José e seu grupo plantaram muito milho.

Por vários anos a fundadora de Sapucaia continuou a demarcar e incorporar terras devolutas ás suas posses explorou todos os córregos do galho e seus afluentes incluindo o córrego de São Silvestre. Mais tarde o capitão Rufino de Freitas Guimarães buscando se estabelecer na região pediu permissão a Maria José e essa lhe ofereceu o córrego da Sobra

O nome Sapucaia se deu devido ao grande número de árvores de sapucaia existente naquela região.

Em 1873, Sapucaia teve seu primeiro Vigário, Maximiamo João da Cruz, que permaneceu no cargo até 1885. Por volta de 1880, calcula-se que Sapucaia já possuísse uma população de 200 habitantes. Os filhos de Maria José sonhavam em fazer da fazenda um Arraial.

Em conversa com o vigário, o mesmo disse que para o projeto se tornasse realidade, teriam que construir uma igreja e um cemitério e fazer doações para a padroeira do lugar que era nossa senhora da conceição. Assim em 1881, celebrou-se a festa do Mês de Maria em homenagem a santa em questão.

Em 1910, foram concluídas as divisões de terras iniciadas em 1900, um agrimensor do governo deu oficialmente o nome de Córrego do Galho e da Sobra, aos pequenos rios da região nesta época sapucaia já era habitada por sírios e libaneses, existiam casas comerciais e armazéns e as culturas da região era milho, o feijão, café e cana de açúcar. Ainda nessa época a antiga igreja foi substituída por uma nova, também de madeira que foi construída no mesmo local da primeira. Em 1912, Sapucaia recebeu o Padre Manoel Maria que muito contribuiu i para o desenvolvimento do lugar.

Sapucaia era chefiada pelo capitão Rufino de Freitas Guimarães que como já foi dito havia se estabelecido no córrego da Sobra, pois este sobrara na demarcação nas terras de Maria José.

O comércio de Sapucaia era próspero nesta época, sendo significativo o rebanho do gado bovino e suíno, as mercadorias eram transportadas para Raul soares, Carangola e Ponte Nova, nos carros de boi e no lombo dos burros de carga.

Em 1919, tomou a posse como vigário senhor Aristides Marques da Rocha, o famoso Monsenhor Rocha, que grandes obras fez na sede e contribui para o desenvolvimento de Sapucaia.

Em 1925 quando a família Cabral dirigia Sapucaia o comércio local era forte, contando com seis casas de tecido e ferragens. Mas com a chegada da estrada de ferro LEOPOLDINA, em Dom Lara, Caratinga e Bom Jesus do Galho, houve grande prejuízo para o comércio de Sapucaia que começou a decair após 1929.

Os comerciantes se mudaram pelas cidades atendidas pelos trens e a atividade comercial local se restringiu a venda de bebidas e cereais.

Em 1933, Sapucaia teve seu décimo vigário, José Joaquim Waldek, que permaneceu a frente da igreja até 1935, quando assumiu padre Dionísio Homem de Faria, o décimo primeiro vigário .

Até então não existiam estradas e o transportes de pessoas eram feitos em burros de cargas, ao som da música dos cincerros colocados no burro de guia ( conjunto de cintos colocados em burros de guia, possuindo cada um sua melodia) nessa época Sapucaia foi grande exportadora de feijão e a festa mais animada era no mês de maio, / mês de Maria, as pessoas beijavam ao anéis do padres, ao cumprimentà –lo, era grande a influência da religião sobre o povo.

Em 1935 a 1938, Sapucaia contava com uma banda de música chefiado pelo maestro MANOEL Abraão, uma farmácia, um dentista e um time de futebol, um clube de danças.

Em 1940 teve inicio a reforma da igreja chefiado por Donato Sepp, Wilsom Cabral e Miguel Corsino, que substituíram as antigas paredes de madeira por alvenaria.

Em 1940 com saída do prefeito provisório de Caratinga, Omar Coutinho, começou a gestão do DR. José Augusto, que determinou a necessidade de construção de estradas e pontes em Sapucaia. Donato Sepp foi o primeiro vereador de Sapucaia.

Na ocasião, Nelson Miranda, apresentou o prefeito José Augusto um projeto para arborizar a praça e construir um coreto.

Em 27 de dezembro de 1948, pela Lei nº 336, Sapucaia se tornou distrito, a partir dai, foi construído a primeira igreja evangélica Assembleia de Deus. E em 1956 inaugurou-se o grupo escolar coronel florentino Miranda costa, além de um termo-elétrico, motor que aciona um gerador de energia, fornecendo luz e força.

Em 1948 a 1956, padre Chiquinho tornou seu décimo segundo vigário, seguido por padre Joao Teodoro Bentges, ainda em 1959, Sapuacaia teve seu décimo quarto vigário o padre Inácio Tito Azevedo.

Em 1960, ao completar cem anos de fundação sapucaia possuía uma população de 4.800 habitantes, dos quais 650 moravam na sede e os demais na zona rural.

Em junho de 1960, na festa do centenário de Sapucaia, com a presença da banda de música Santa Cecilia, foram inaugurado varias obras : o coreto, o grupo escolar Cel florentino Miranda Costa, que teve como diretora a senhora Sonia ligeiro. Na ocasião Nelson Miranda discursou sobre a história do distrito, Coronel Salim foi o presidente de honra que cortou a fita simbólica de inauguração e as placas comemorativas foram descerradas por Igidio de Freitas filho do capitão Rufino, cujo nome ficava registrado para a posteridade junto com fundadora Maria Jose da Silveira. E do construtor do coreto Nelson Miranda.

FONTE: Sapucaia Fundação e História

Nelson Miranda.


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