Luana Kumaruara

Nascimento: Belém (Pará, Brasil) 16 de Março de 1986

Nacionalidade/Etnia: Brasileira/Povo Kumaruara.

Área de atuação: Atua na área de ciências humanas com antropologia, ciências da saúde e ciências sociais aplicadas com direito.

Formação:

2012:

Graduação em Antropologia – Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA.

2019:

Mestrado em andamento em Antropologia – Universidade Federal do Pará – UFPA

Biografia


Luana da Silva Cardoso, mais conhecida como Luana Kumaruara, é indígena pertencente ao povo Kumaruara de Belém do Pará. Sendo a filha do meio de três irmãs, Luana quando pequena teve a vida dividida entre a cidade e a aldeia, como na aldeia não havia escola, parte do ano ela passava na cidade e nas férias ia para a aldeia.

Trabalhou como babá durante 7 anos e aos finais de semana ia vender “bugigangas na feira”. Aos 16 anos começou a trabalhar por conta própria na casa de uma inglesa que fazia uma pesquisa de doutorado as margens do Rio Arapuins. Após isso, Luana trabalhou também na casa de um antropólogo inglês onde o acompanhou em suas viagens para realizar suas pesquisas de campo. Luana despertou interesse pela antropologia através das experiências vividas com esse antropólogo, e assim Luana viajou para a Escócia junto com ele e a família.

Quando retornou ao Brasil, Luana veio disposta a ingressar no ensino superior. Como ela já sabia que esse caminho não seria fácil, aproveitou os cursinhos que havia feito (informática, assistente administrativo e recepção) e começou a trabalhar como secretária em alguns escritórios. Começou também a fazer cursinhos de pré-vestibular e se preparar para o Enem, mas só em 2012 conseguiu ser aprovada e assim realizar o sonho de fazer antropologia. Luana se tornou mãe de dois filhos os quais ela fez questão de registrar em cartório com nomes que fazem referência à sua etnia. Luana teve algumas dificuldades para conciliar seus estudos, já que trabalhava e tinha uma família para cuidar, só que mesmo assim, Luana passou a se inteirar em alguns movimentos indígenas. Dentro da universidade, Luana passou a repudiar o descaso com a situação vivenciada por estudantes indígenas que não recebiam sua bolsa no devido dia e assim passou a tomar gosto em lutar pelas causas indígenas. Atuou nas mais diversas áreas do CITA (Conselho Indígena Tapajós Arapuins) chegando até o posto de representante titular do Território Kumaruara.

Luana sofreu retaliações quando abordou temas como a violência contra as mulheres, machismo e empoderamento da mulher indígena, tendo recebido até processos jurídicos a fim de calarem sua voz. Na saúde, Luana lutou por assistência do ministério da saúde quando a aldeia Solimões passou por um surto de hepatite. Luana também integrou um movimento que reuniu mulheres indígenas no ano de 2017 a fim de fortalecer suas articulações dentro de seus territórios.

Luana traz em seus trabalhos a luta pelo reconhecimento dos direitos indígenas e a problemática da demarcação das terras. Traz a temática da antropologia das populações afro-brasileiras e também a antropologia jurídica, tratando também da teoria do direito e da saúde pública nas aldeias.

Obras


VAZ FILHO, F. A. (Org.) ; CARDOSO, L. S. (Org.) ; CORREA, S. L. (Org.) ; COSTA, F. A. (Org.) ; TAPAJOS, J. A. (Org.) . Pajés, Benzedores, Puxadores e Parteiras: Os Imprescindíveis Sacerdotes do Povo na Amazônia. 398. ed. Santarém: , 2016.

CARDOSO, L. S.. Indígenas participam da Assembleia de Mulheres na Aldeia Açaizal. Conselho Indígena Missionário. Brasil, 12 set. 2018.

CARDOSO, L. S.; HENRIQUES, G. ; BEHRENS, C. . Encontro de Mulheres Indígenas da região do baixo rio Tapajós: pelos direitos, pela cultura e pelas tradições. Povos Indígenas no Brasil ISA, Brasil, 13 jan. 2018.

CARDOSO, L. S.. Saúde indígena: o que está sendo feito hoje em Santarém. O Boto, 17 nov. 2017.