João Rivelino Rezende Barreto

Nascimento: São Gabriel da Cachoeira (Amazonas, Brasil) 41 anos, nasceu em 1980.

Nacionalidade/Etnia: Brasileiro / Tukano .

- Formação: Possui Graduação em Licenciatura plena em filosofia (FSDB, Brasil 2008), Mestrado em Antropologia Social (UFAM, Brasil 2011), Doutorado em Pós-Graduação em Antropologia Social ( UFSC, Brasil 2019).

- Área de atuação: Ciências Humanas / Antropologia, estudos voltados para as sociedades indígenas em todos os seus aspectos e principalmente sua organização social, e como os povos indígenas viam a juventude, nova geração, novos tempos e novos desafios a mesma cultura.

- Filiações : Yúpuri Sararó Búbera busca desenvolver seus inscritos a partir do pensamento Tukano e em sincronia com as elaborações teóricas da antropologia social, opera uma “antropologia cruzada” e abrir cada vez mais caminhos para a construção compartilhada de conhecimentos entre indígenas e não-indígenas, exercício de denso aprendizado com a alteridade. Tem como matriz teórica o Perspectivismo de Viveiros de Castro.

Biografia

João Rivelino Rezende Barreto (também conhecido pelo nome indígena Yúpuri – guardião das portas do universo), é casado e pai de três filhos. Natural do município de São Gabriel da Cachoeira, extremo noroeste do estado do Amazonas, fronteira com a Colômbia e a Venezuela, nasceu na aldeia tukana São Domingos Sávio.

Pertence ao grupo de nome Sararó Yuúpuri Búbera Pôra. Também são conhecidos como família Barreto. Seu nome ocidental é mais utilizado, mas não reduz seu nome tradicional. O seu nome de benzimento nunca vai deixar de existir. Esses nomes são importantes porque trazem benefícios para as pessoas. Seu filho também foi benzido. As pessoas que são filhas de branco e índio também querem receber esse nome porque ele traz benefício para a alma e para o coração.

No tempo da borracha, nos anos 60, seus pais foram para a Colômbia. Eles trabalhavam para os brancos como seringueiros, embora também vivessem com parentes tukanos que são da Colômbia. Mas no mesmo ano em que ele nasceu, voltaram para o Brasil. Eles se identificam como tukano brasileiro, embora isto não impeça que visitem seus parentes da Colômbia. Eles também os visitam.

Morou em São Domingos Sávio até os sete anos de idade. Devido à enfermidade de sua mãe tiveram que ir para São Gabriel da Cachoeira. Moravam na antiga Casa do Índio, depois foram para uma outra comunidade, onde sua irmã se mudou quando casou com um índio tariano. Mas nunca perderam contato com São Domingos. Nessa ida e vinda sua mãe faleceu. Passaram a ser andarilhos. Trabalharam no garimpo, na fronteira do Brasil com a Colômbia, descoberto por seus primos. Depois, foram morar em Santa Isabel do Rio Negro.

Ele sempre quis estudar. Foi isso que mais marcou a sua vida. Ele tinha 14 anos quando chegou em Santa Isabel. Mas foi difícil. Ao mesmo tempo que levava vida de garimpeiro, de pescador. Fez muitas coisas. Mas foi ali que começou a transformação.Eles moravam numa ilha em frente à cidade. Iam de canoa para a escola, debaixo de sol e chuvas seu pai foi trabalhar na vacaria dos padres salesianos e depois foi ele que passou a trabalhar lá.

Foi uma época de muita dificuldade, de não ter o que comer. Ele sempre ia para a escola contando com a sopa que a irmã (freira) ia servir. E também a merenda dos padres. Depois, conheceram uma família que os ajudou, a da dona Sandra Gomes Castro.

Em 2003 veio para Manaus, onde iniciou como aspirante. Morou no Colégio Salesiano Dom Bosco, na Zona Leste. Depois fez o primeiro ano da faculdade em Manaus, em 2004. Em 2005 fez noviciado em Mato Grosso do Sul. Em 2006, encaminharam-no para Recife para o segundo ano. Nos anos seguintes terminou em Manaus.

É Professor lotado no Curso Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB/MANAUS/AM) onde também coordena o Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas(NEAPI). É pesquisador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena pela Universidade Federal do Amazonas (NEAI-UFAM) e está a frente, em conclusão, do projetos Kumuro: reconstrução da maloca e ornamentos artísticos Tukano, e projeto Centro Tukano de Formação na aldeia São Domingos Sávio, alto rio Tiquié, município São Gabriel da Cachoeira/AM.

Obras


BARRETO, J. R. R.. O lobo solitário: p desafio de ser antropólogo e ser guardião dos conceitos e teorias tukano. MUNDO AMAZONICO, v. 10, p. 61-84, 2019.


BARRETO, J. R. R..Formação e Transformação de coletivos indígenas do noroeste amazônico: do mito à sociologia das comunidades. UFAM.2021. Acesso em:03.04.2021..


BARRETO, J. R. R.. WamƗndia: o rio subterrâneo.. Tellus (UCDB), v. 12, p. 221-229-229, 2012 .

  • Livros publicados/organizados ou edições:

BARRETO, J. R. R.. Formação e Transformação de coletivos indígenas do noroeste amazônico: do mito à sociologia das comunidades. 01. ed. Manaus: EDUA, 2018. 167p .

  • Capítulos de livros publicados:

BARRETO, J. R. R.; BARRETO, L. . Wamūdia: relato sobre Wamūdia Pati. In: Omerõ: Constituição e circulação de conhecimentos yepamahsã (tukano). (Org.). Wamūdia: Relato sobre o Wamūdia Pati. 01ed.Manaus: EDUA, 2018, v. 1, p. 54-63.

  • Apresentações de Trabalho


BARRETO, J. R. R.. Indígenas e Antropologia: possibilidades e impossibilidades de construção de conhecimentos. 2016. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).


BARRETO, J. R. R.. Oficina dos cursos de Pedagogia - Licencitura Intercultural Indígena. 2011. (Apresentação de Trabalho/Outra).


BARRETO, J. R. R.. AS RAÍZES DO PENSAMENTO NA AMAZONIA E A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA. 2010. (Apresentação de Trabalho/Seminário).


BARRETO, J. R. R.. Formação e Transformação Social entre os Tukano: o caso dos Yuúpuri Búbera Sararó Põra, unidade Tukano do Alto Tiquié.. 2010. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).


BARRETO, J. R. R.. Como pensar a educação superior indígena?. 2009. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).