Felipe Sotto Maior Cruz


Nascimento: Município de Rodelas (Bahia, Brasil) 15 de maio de 1990.

Nacionalidade/Etnia: Brasileiro/Tuxá

Formação:

Possui graduação em Abi - Ciências Sociais (2014), pela Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Possui mestrado (2017) e cursa doutorado na mesma área pela Universidade de Brasília - UnB.

Áreas de atuação:

É pesquisador indígena do povo Tuxá de Rodelas/Bahia. É professor na Universidade o Estado da Bahia (UNEB) desde 2018. Tem desenvolvido estudos sobre Etnologia indígena e Indigenismo dando foco a dimensão das relações interétnicas, etnicidade, educação indígena, direito a diferença, relações sociais e direitos indígenas. Tem desenvolvido ainda pesquisas sobre experiências de racismo contra povos indígenas, genocídio indígena, violação de direitos indígenas no Nordeste do país e inserção de estudantes indígenas no Ensino Superior. É pesquisador do OPARÁ- Etnicidades, Movimentos sociais e educação. É membro e assessor da Associação de Acadêmica indígenas da Universidade de Brasília; Sócio da Associação Brasileira de Antropologia e é membro integrante das Ações Afirmativas do PPGAS/DAN UnB.


Filiações:

Felipe Sotto produz a partir da Pedagogia interétnica e tem como perspectiva o trabalho de missionários, antropólogos, historiadores e anciãos de sua aldeia.


Biografia

Felipe Sotto Maior Cruz nascido em 15 de maio de 1990, filho de pai indígena e mãe branca, viveu os primeiros anos de vida na Aldeia Mãe do povo indígena Tuxá no município de Rodelas, localizado a beira do Rio São Francisco. Por volta dos cincos anos de idade sua família mudou para cidade de Paulo Afonso, a 120 km da aldeia, cidade em que viveu a maior parte da sua vida até então.

Seus pais eram funcionários da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no município de Rodelas e pediram transferência do posto da comunidade para sede regional do órgão que fica em Paulo Afonso. O principal motivo dessa mudança foi para que Felipe e seu irmão pudessem ter uma melhor educação, pois na aldeia não havia ainda escola indígena. Para eles, essa mudança foi uma experiência desagradável e muito difícil, pois sentiam faltam dos seus avós, tios, primos e da liberdade de brincar. Na cidade, não tinham muito o que fazer a não ser ir para a escola e passar as tardes na FUNAI com seus pais. Essa fase foi passando a partir do momento em que outros membros da aldeia passaram a se mudar também para a cidade.

A experiência de viver ora na aldeia, ora na cidade, ajudou Felipe a construir sua visão de mundo. Antes de concluir o ultimo ano da escola, pediu a seus pais para morar com sua avó em Juiz de Fora, Minas Gerais, para poder cursar a faculdade de Ciências Sociais. Curso escolhido por ele para assim poder ter uma profissão na qual pudesse lutar pela causa indígena, inspiração tida pelas tardes que passava na FUNAI, onde inúmeras vezes viu antropólogos que a convite de seu pai, iam para realizar estudos e solucionar conflitos nas aldeias da região. Foi aí que Felipe também buscou a antropologia como continuação a formação de seus estudos.


Obras:


Artigos completos publicados em periódicos

CRUZ, Felipe sotto maior. Povos Indígenas, Pesquisa e Descolonização. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS (ONLINE), v. 36, p. 1-5, 2021.

CRUZ, Felipe; MILANEZ, F.; KRENAK, A.; SA, L.; RAMOS, E.; TAQUARI, G. . Existência e Diferença: O Racismo Contra os Povos Indígenas. REVISTA DIREITO E PRÁXIS, v. 10, p. 2161-2181, 2019.

CRUZ, Felipe. Entre índios e sertanejos: O povo indígena Tuxá e a retórica desenvolvimentista chesfiana em Itaparica. WAMON - REVISTA DOS ALUNOS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL DA UFAM, v. 3, p. 39-53, 2018.


CRUZ, Felipe. Indígenas Antropólogos e o Espetáculo da Alteridade. REVISTA DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE AS AMÉRICAS, v. 11, p. 93-108, 2017.


CRUZ, Felipe. Indígena na Antropologia e o Espetáculo da Alteridade (WORKING PAPER). SÉRIE ANTROPOLOGIA (BRASÍLIA. ONLINE), v. 456, p. 6-26, 2016.

Livros publicados/organizados ou edições

CRUZ, F. S. M.; ANDRADE, W. M. (Org.); FERNANDES, F. M. S. (Org.); BORGES, G. D. (Org.); TUXA, J. T. J. (Org.). Construindo saberes e articulando práticas. 1. ed. Paulo Afonso: Seike & Monteiro, 2019. v. 1. 288 p.

Capítulos de livros publicados

CRUZ, F. S. M.; JESUS, L. S. B.; LEMOS, G. O. . Contracolonização e soberania intelectuais de povo indígenas, negros e quilombolas. In: Leandro Santos Bulhões de Jesus; Miguel de Barros; Renísia Cristina Garcia Filice. (Org.). Tecendes Redes Antirracistas II - Contracolonização e soberania intelectual. 1ed. Fortaleza: Imprensa Universitária UFC, 2020, v. , p. 234-257.


CRUZ, F. S. M. . Eu vi dois peixinhos: o reencontro do Povo Tuxá com suas águas encantadas. In: André Luís Oliveira Pereira de Souza; Alzení de Freitas Tomáz; Alzení de Freitas Tomáz. (Org.). POVO TUXÁ das águas do Opará. 1ed. Paulo Afonso: SABEH, 2020, v. 1, p. 21-46.


CRUZ, FELIPE. Povos Indígenas, Racialização e Políticas Afirmativas no Ensino Superior. In: Anderson Oliva; wanderson flor do nascimento; Renísia Garcia; Marjorie Marona. (Org.). Tecendo Redes Antirracistas: Áfricas, Brasis, Portugal. 1ed.: Autêntica, 2019, v. , p. 147-162.


CRUZ, F. S. M.; FREIRES, E. J.; SOUZA, F. F. P.; BENEDITO, G. R.; CONCEICÃO, K. B.; CRUZ, P. H. S. M.; MACEDO, S. P.; CORREA, S. N.; BRAZ, S. R.; OLIVEIRA, U. B.; OLIVEIRA, V. G.; OLIVEIRA, V. G.; LUCAS, S. D. . Programa de Educação Tutorial Conexões dos Saberes/Indígena da Universidade Federal de Minas Gerais. In: Ana Elisa de Castro. (Org.). Povos indígenas e os novos contornos do programa de educação tutorial/conexões dos saberes. Intelectuais Indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Brasil. 1ed. Rio de Janeiro: e-papers, 2015, v. 00, p. 171-180.

Textos em jornais de notícias/revistas


CRUZ, F. S. M. . Reflexões de um Tuxá antropólogo sobre o dia índio. Biblioteca Virtual Consuelo Pondé, p. 01 - 01, 19 abr. 2016.