Edgar Kanaykõ Xakriabá

Nascimento: Nasceu em 1990 em São João das Missões-MG.

Etnia: Xakriabá.

Formação: possui mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2019) e graduação em Formação Intercultural Para Educadores Indígenas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2013).

- Área de atuação: Linguística, Letras, Artes/Fotografia e Ciências Humanas. Com especialidade em Etnofotografia/Audiovisual/Cinema, Antropologia/Sociologia, Etnografia Indígena.

- Prêmios e títulos:

  • Exposição do ensaio fotográfico Aikute: o território nas crianças Xakriabá, premiação atribuída pelo Júri Especial e de melhor ensaio ou sequência fotográfica. Segundo Festival e Mostra de Audiovisual do NUPEPA/ImaRgens, USP (2019).

  • Prêmio Concurso Curta Ecofalante: "ATL: Acampamento Terra Livre 2017", 8ª Mostra Ecofalante de Cinema (2019).

  • Concurso de fotos do calendário 2020, Survival Internacional (2019).

  • Prêmio de melhor fotografia Jornalística/Documental. "Entardecer do Kuarup", Festival Internacional Brasília Photo Show (2018).

  • Menção Honrosa - trabalho de extensão "Casa de Cultura Xakriabá", Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2011).


Biografia

O antropólogo Edgar Corrêa Kanaykõ é oriundo da terra indígena Xakriabá, ele nasceu e vive na Terra Indígena Xakriabá no município de São João das Missões, no Norte de Minas. O interesse pelo audiovisual foi motivado pela demanda da própria comunidade, teve o primeiro contato com as câmeras no começo dos anos 2000, quando chegou também na aldeia a rede elétrica e outras tecnologias. Quando entrou na faculdade para cursar Formação Intercultural para Educadores Indígenas em 2009, Edgar já sabia que queria estudar as imagens, mas mergulhou mesmo neste universo quando, no mestrado, recebeu apoio da Associação Indígena Xakriabá para que desenvolvesse uma reflexão sobre essa importante tecnologia. A vivência na universidade ampliou ainda mais o seu olhar. Ali ele conheceu a etnografia (estudo sobre a cultura de grupos sociais) e deu-se então seu encontro com a Etnofotografia, que, além de ser uma forma de falar de sua cultura, também era uma poderosa ferramenta de luta.

Na juventude ele já se interessava pelas imagens como forma de simples registro mas nem sempre a fotografia foi bem vinda entre o seu povo. Por muito tempo as câmeras ficaram associadas apenas àqueles que vinham de fora, turistas ou invasores que fotografavam as aldeias mas nem sempre contavam a sua história como deviam, sem a ética necessária em contextualizar o objeto fotografado; sem respeito pelo que poderia ou não ser “revelado”. Edgar Kanaykõ faz parte de uma nova geração de indígenas, que diferente daquela de seus pais, se graduou na universidade e adquiriu uma familiaridade singular com as novas mídias, em especial o vídeo e a fotografia, utilizando as redes sociais como plataforma de divulgação. Edgar se movimenta com grande maestria entre o território de cerrado de seu povo Xakriabá no norte de Minas Gerais e o território majoritariamente “branco” das universidades brasileiras. Como boa parte dos indígenas gostam de dizer, tem um pé na aldeia e outro no mundo.

Obras

-Artes Visuais:

-Textos em jornais/revistas: